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Citricultura IAC ganha reconhecimento internacional

    Citricultura IAC ganha reconhecimento internacional

    O Instituto responsável pela verificação, o Imaflora, nunca havia certificado uma fazenda de pesquisa, apenas comercial.

    O Selo Ouro Farm Sustainability Assessment (FSA) ou Farm Sustainability Assessment foi obtido no final de outubro de 2022, graças a investimentos e adequações realizadas em aspectos relacionados a questões ambientais, trabalhistas, sociais e de gestão.

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    Isso significa que todas as áreas da Unidade IAC, em Cordeirópolis, interior de São Paulo, incluindo campos experimentais, jardins clonais e estufas, atendem a padrões internacionais de sustentabilidade ambiental.

    Além de oferecer qualidade e confiança aos consumidores, o objetivo com essa certificação é engajar o produtor rural no fluxo de melhorias e criar um roteiro para avanços contínuos.

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    A certificação é fruto de uma parceria estabelecida com a Fundação Solidaridad há dois anos.

    A FSA pertence à plataforma SAI (Sustainable Agriculture Initiative) e é submetida a rigorosas análises das estruturas e procedimentos adotados, que são avaliados da mesma forma que para a obtenção da certificação nos moldes da ISO.

    E que benefícios esse passo inédito traz para o consumidor e para a citricultura paulista e brasileira?

    Segundo o pesquisador e diretor do Centro de Citricultura IAC, do secretário de Agricultura, Dirceu Mattos Jr., no cenário em que a sustentabilidade já aparece como tema inegociável na agricultura, a certificação dá ao consumidor a possibilidade de conhecer a origem e o qualidade do produto consumido, gerando confiabilidade.

    “Imagine o consumidor de fruta ou suco de laranja, em qualquer lugar do mundo: ele poderá ler na embalagem do produto por quem foi processado, qual pomar originou aquela laranja, qual viveiro produziu aquela muda que formou o pomar e, em um ponto muito distante, em que fazenda eram produzidas a semente e o broto, de alta qualidade genética e sanitária – atestados como produtos e serviços estratégicos pelo Centro de Citricultura do IAC, que davam origem ao que consumia.

    Construímos um relacionamento baseado em rastreabilidade e confiança”, explica. Internamente, a certificação agrega ganhos de eficiência e satisfação profissional à equipe da unidade de pesquisa.

    O Centro de Citricultura IAC obteve 100% de atendimento nos critérios ‘Essencial’ e ‘Básico’ e 96% nos critérios ‘Avançado’, acima do exigido para o nível Ouro, que são 100% de atendimento aos critérios essenciais, 100% dos critérios básicos e 75% de avançado.

    A verificação foi realizada pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), entidade brasileira sem fins lucrativos que atua desde 1995 para promover a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais, gerar benefícios sociais e reduzir os efeitos das mudanças climáticas mudança.

    O Imaflora nunca havia certificado uma fazenda de pesquisa, apenas áreas comerciais.

    “O Centro de Citricultura “Sylvio Moreira” do IAC demonstrou comprometimento com a sustentabilidade e qualidade técnica para atender aos requisitos do nível SAI Gold.

    Para o Imaflora, realizar uma verificação em uma fazenda experimental é um fato inédito e esperamos que esta validação sirva de referência para a promoção de boas práticas socioambientais no fortalecimento da cadeia citrícola e, principalmente, na inclusão de pequenos citros produtores que demandam informações qualificadas”, disse o coordenador da Certificação Plena do Imaflora, Alessandro Rodrigues.

    Para alcançar o Selo Ouro, no processo de avaliação, foram respondidas 118 questões, baseadas em práticas de agricultura sustentável e reconhecidas pela indústria de bebidas e alimentos.

    O conteúdo da entrevista abrange os impactos ambientais, como agroquímicos, ar, biodiversidade, proteção de cultivos, manejo agrícola, plantio, solo, resíduos e manejo da água; além de fatores econômicos, como estabilidade financeira, acesso ao mercado e conformidade legal.

    Os aspectos sociais da agricultura também são analisados, incluindo saúde e segurança, condições de trabalho e comunidade local.

    Para obter esta certificação, o Centro investiu em várias fases de organização e implementação de dados e processos, ao longo de cerca de um ano.

    Esses processos vão desde cuidar da segurança do trabalhador, manter registros das operações e manter o histórico de uso dos produtos, estocagem e descarte correto de embalagens, organização administrativa e sinalização de riscos, até o estabelecimento de infraestrutura adequada para abastecimento de máquinas, por exemplo.

    “No contexto da citricultura sustentável, existe uma atividade que defende a equidade entre os vieses ambiental, social e econômico.

    O Brasil, como um dos principais produtores agrícolas do mundo, precisa promover ações que favoreçam a sustentabilidade na agricultura”, comenta Mattos Jr.

    A verificação do Centro de Citricultura no sistema de avaliação da FSA teve início em 2020, a partir da parceria firmada com a Fundação Solidaridad para o desenvolvimento do projeto Fruto Resiliente, que capacita citricultores de pequenas propriedades do estado de São Paulo.

    O objetivo deste projeto é capacitá-los para a adoção de práticas de campo que proporcionem continuidade, eficiência e sustentabilidade da citricultura com economia no uso de recursos. Atualmente, o Projeto reúne 200 participantes.

    “O comprometimento da equipe do Centro de Citricultura com as adequações propostas pela equipe da Fundação Solidaridad foi fundamental para alcançarmos o nível SAI Ouro.

    O processo de adequação de práticas na Fazenda Experimental serviu de exemplo para os citricultores, por meio de vídeos e do dia de campo, e agora a marca de sustentabilidade alcançada pelo Núcleo vai despertar ainda mais interesse, principalmente de produtores de pequenas propriedades”, avalia o coordenador de Projetos da Fundação Solidaridad, Guilherme Ortega.

    A FSA é uma ferramenta desenvolvida pelos membros da Plataforma SAI, que é utilizada pelos agricultores para avaliar a sustentabilidade de suas fazendas.

    A referência serve de base para a melhoria contínua das práticas, de forma a ampliar as oportunidades de negociação com empresas interessadas em produtos de origem sustentável.

    “Um mecanismo de pontuação facilitado dá ao agricultor e aos seus clientes uma visão global da sustentabilidade das suas explorações”, explica Fernando A. Azevedo, investigador da equipa envolvida nesta ação.

    Mattos Jr. e Azevedo viram a oportunidade de compartilhar conhecimento e apoiar práticas agrícolas sustentáveis ​​no campo e nas estufas do Centro de Citricultura do IAC. “A decisão foi tomada para mostrar aos citricultores que o processo é possível”, comenta Azevedo.

    Para os dois cientistas, informação, organização, cooperação e realização definem o esforço empenhado na obtenção deste certificado. “Vimos que poderíamos ser melhores e mais eficientes no trabalho.

    A sustentabilidade também não será negociável em nossos negócios. Preparar a Instituição para atender a demanda do público, cuja consciência é crescente na agenda ESG (sigla para Ambiental, Social e Governança), é estar preparado não só para continuar, mas para avançar no cenário de ciência e tecnologia.

    Essa deve ser a nossa inspiração para o IAC e para a APTA (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios)”, resume Mattos Jr..

    A SAI é uma iniciativa global da cadeia de suprimentos de alimentos e bebidas para agricultura sustentável que fornece à indústria de alimentos um fórum exclusivo para discussão, ação e resolução de questões de sustentabilidade, ajudando a aumentar o valor e a confiança do consumidor.

    Cliente nos produtos da indústria alimentar, bem como o bem-estar geral da sociedade, incluindo a qualidade do ambiente e o bem-estar dos agricultores.

    “O credenciamento integra novas ações ao ambiente já acreditado pelas normas de qualidade ISO 9001 e demonstra a preparação do Centro de Citricultura para o desenvolvimento de projetos de pesquisa e inovação em um novo cenário de demanda dos usuários”, afirma Azevedo.

    Em todo o mundo, cerca de 200.000 fazendas já passaram pela verificação FSA-SAI, em mais de 40 países, em todos os continentes. Essas áreas abrangem mais de 70 culturas agrícolas, cultivadas de acordo com a agricultura sustentável certificada pela FSA.

    Citricultura IAC ganha reconhecimento internacional
    Citricultura IAC ganha reconhecimento internacional

    A Fundação Solidaridad é uma organização internacional da sociedade civil que atua no Brasil há 13 anos para o desenvolvimento de cadeias de valor socialmente inclusivas, ambientalmente responsáveis ​​e economicamente rentáveis ​​na agricultura e pecuária.

    Atuando em mais de 40 países, busca acelerar a transição para uma produção inclusiva e de baixo carbono, contribuindo para a segurança alimentar e climática do país e do mundo.

    Atualmente desenvolve iniciativas de sustentabilidade com seus parceiros nas seguintes cadeias: cacau, café, cana-de-açúcar, erva-mate, laranja, pecuária e soja.

    Por que o Centro buscou esse certificado?

    Dirceu Mattos Jr. explica que o mapeamento dos processos e organização das atividades foi um objetivo na busca por esse reconhecimento. “Percebemos um movimento no setor citrícola, principalmente para atender aos compromissos assumidos no Pacto do Suco Sustentável (SJC), que é uma iniciativa internacional dos principais players do setor de sucos, que unem forças para melhorar a sustentabilidade das cadeias de abastecimento de suco em todo o mundo”, comenta.

    Os membros da SJC estão comprometidos com a meta de abastecimento 100% sustentável até 2030. “Nesse sentido, o mínimo exigido é o nível bronze da ferramenta FSA SAI ou equivalente em outras normas”, esclarece Fernando A. Azevedo.

    Cientistas do IAC relatam que muito trabalho já vinha sendo feito pelo Centro de Citricultura, mesmo antes da certificação. No entanto, a comunicação correta e o treinamento da equipe mostraram-se elementos essenciais e facilitadores do trabalho, para melhores resultados e satisfação das pessoas envolvidas.

    “O resultado foi um aumento no uso dos esforços de todos. Outro objetivo, igualmente importante, foi estar junto aos citricultores que participam do projeto Fruto Resiliente, para gerar confiança e demonstrar que a adoção de boas práticas na fazenda traz enormes benefícios ao seu negócio”, afirma.

    O Centro de Citricultura IAC já realizava atividades sustentáveis. Por exemplo, a adoção de práticas de controle fitossanitário e o treinamento da equipe do Centro de Citricultura por meio do Programa Aplicar o Bem do IAC já eram práticas cotidianas.

    Houve melhorias na qualidade de máquinas e equipamentos, como pulverizadores, na organização dos registros dos resultados das análises químicas do solo, e foi criado um histórico de adubações, para melhor manutenção das coleções de trabalho e jardins clonais.

    Outro avanço obtido no processo de certificação foi a sinalização de riscos nos ambientes de trabalho e a realização de treinamentos da equipe com atendimento externo.

    “Como novidade, criamos um histórico de saúde do trabalhador, ampliamos o treinamento e implantamos um sistema de controle de dados de uso de insumos, entre outros”, conta o diretor do Centro de Citricultura do IAC.

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