Pular para o conteúdo

Moagem de cacau cresce 0,82%

    Moagem de cacau cresce 082

    O ano de 2022 encerrou com um volume de amêndoas nacionais recebidas de 205.782 toneladas, um aumento de 4,1% em relação às 197.654 toneladas do ano anterior, segundo dados compilados pelo SindiDados – Campos Consultores e divulgados pela Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau ( AIPC). Na comparação mês a mês houve queda de 2,5% no mês de dezembro em relação ao recebido em novembro, passando de 17.959 toneladas para 17.498 toneladas. Na comparação de dezembro de 2022 com o mesmo mês de 2021, houve aumento de 10,1%, já que em dezembro de 2021 o volume recebido foi inferior ao verificado em 2022, com 15.889 toneladas. “Os números finais de 2022 são a consolidação dos esforços de toda a cadeia. O aumento no volume recebido confirma o que já vínhamos falando na AIPC há algum tempo: o Brasil caminha para, em breve, alcançar a autossuficiência na produção de amêndoas de cacau”, explica a presidente executiva da AIPC, Anna Paula Losi .

    Entre janeiro e dezembro de 2022, a moagem de amêndoa atingiu 226.015 toneladas, um aumento de aproximadamente 0,82% em relação às 224.168 toneladas do mesmo período anterior. Na comparação entre novembro e dezembro, o volume processado recuou 0,08%, passando de 19.954 para 19.939 toneladas, o que demonstra importante estabilidade diante dos desafios econômicos e sociais que o mundo enfrentou nos últimos três anos. Em relação a dezembro de 2021, houve aumento de 4,3%, já que o volume processado no mesmo mês do ano anterior foi de 19.103. “A moagem cresceu nos últimos anos, embora em uma velocidade menor do que o desejado, devido aos vários desafios dos últimos anos, não só no Brasil, mas também no mundo, como a pandemia de Covid-19 e a guerra entre Rússia e Ucrânia. . Mesmo que alguns desses eventos aconteçam longe daqui, o impacto é direto no consumo dos derivados do cacau”, pondera Anna Paula.

    Patrocinadores

    No que diz respeito às importações de amêndoas, o acumulado do ano foi de 11.011 toneladas, ante 59.768 toneladas importadas entre janeiro e dezembro de 2021. Anna Paula afirma que “Mais uma vez, a redução das importações é reflexo direto da melhora nos volumes entregues ao indústria. Como já dissemos, a indústria caminha para a autossuficiência na produção de amêndoas, diminuindo assim a dependência do cacau importado e também, consequentemente, diminuindo a importação de derivados”.

    As exportações de derivados, que atendem principalmente os mercados dos Estados Unidos, Argentina e Chile, também recuaram no ano, passando de 54.756 toneladas em 2021 para 47.915 toneladas neste ano; o que significa uma queda de 12,5%.

    Patrocinadores

    recebimento por estado

    O recebimento de amêndoas por estado se destacou pelo volume enviado pela Bahia, de 139.642 toneladas. No acumulado de 2022, houve queda de aproximadamente 0,9% frente às 140.928 toneladas de 2021. Em seguida veio o Pará com 56.586 toneladas, volume que cresceu 13,5% frente às 49.821 toneladas do mesmo período de 2021, seguido pelo Espírito Santo com 7.635 toneladas ante 5.261 toneladas, alta de 45,4%; e Rondônia, com 1.523 toneladas, ante 1.584 toneladas, queda de 3,8%. Na comparação entre novembro e dezembro, o recebimento de amêndoas foi maior em dois dos quatro estados, com exceção da Bahia, que passou de 14.569 toneladas para 13.599, e de Rondônia, que passou de 99 toneladas para 61. principais regiões, Bahia continua a apresentar o maior valor de entregas para a indústria.

    Análise de mercado internacional

    Segundo Caio Santos, analista da StoneX, o ano de 2022 começou a sinalizar uma tendência de preços mais altos para a referência internacional do cacau, negociada na Bolsa de Nova York. Em janeiro, os dados de moagem divulgados pelas associações regionais de processamento apontavam para um forte início de demanda na safra 21/22 (out-set), com a recuperação do consumo na ponta final da cadeia com a reabertura gradual da maioria dos países após a pandemia de COVID-19. 19 pandemia.

    Santos aponta que o conflito entre a Rússia e a Ucrânia e, posteriormente, a reaceleração da Covid-19 na China – que motivou o país a voltar a adotar a estratégia de lockdown total – contribuíram para segurar a demanda por mais um ano. “A confluência dos vetores acima fez com que os preços na bolsa se mantivessem em 2022 muito próximos da média observada em 2019”, afirmou.

    Santos também indica que os preços atingiram a máxima de 2.790 $/t em fevereiro/22, guiados pelas perspectivas mais otimistas em relação à demanda e pela alta sazonal que normalmente contribui para a alta dos preços entre dezembro e fevereiro. Em março/22, os preços ainda se mantinham relativamente fortes – oscilando entre 2.447 e 2.694 $/t – com expectativa de redução da oferta mundial de cacau, principalmente na África Ocidental, devido ao ciclo sazonal dos cacaueiros (em 20/21 Gana e A Côte d’Ivoire registrou produção recorde).

    O analista afirma que, a partir de abril/22, a tendência de queda dominou os negócios do cacau na bolsa, fazendo com que registrasse fechamentos estáveis ​​ou negativos até outubro/22. “Os preços foram perdendo força diante da possibilidade de que a forte aceleração da inflação global – motivada pela crise energética na Europa e a reabertura das economias pós-pandemia – pudesse levar a uma desaceleração econômica global”, apontou. Segundo ele, a alta dos juros nesse período, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, influenciou para reforçar a pressão baixista sobre o cacau, assim como sobre outras commodities.

    Santos informa que, no último trimestre de 2022, após o cacau ter registrado a mínima do ano em setembro/22, de 2190 $/ton, novamente a perspectiva de reativação da demanda, agora em um contexto de estoques menores – que foram consumidos em 21/22 – Reacendeu a tendência de alta que contribuiu para o fortalecimento dos preços do cacau entre o final de 2021 e o início de 2022.

    “Para 2023, as projeções apontam para um contexto de recuperação da produção no Gana e na Costa do Marfim, mas também para uma aceleração da procura internacional – impulsionada nesta altura pela reabertura económica da China”, referiu. Ele afirma que esse é um cenário com potencial para resultar na manutenção de um déficit entre 80-100 mil toneladas para esta safra, o que reforça a perspectiva de preços médios mais fortes em 2023.

    Informações AICP.



    Fonte: Agro