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Adidos agrícolas discutem promoção do agro brasileiro no exterior

    Adidos agricolas discutem promocao do agro brasileiro no

    Profissionais que já atuam ou irão atuar fora do país também visitaram o Porto de Santos, o aeroporto de Guarulhos e a Embrapa

    Os ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e das Relações Exteriores (MRE) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) realizam nesta semana o 4º Encontro dos Adidos da Agricultura do Brasil. O objetivo do evento é reunir adidos para discutir questões técnicas relacionadas a barreiras ao comércio, acesso a mercados, promoção comercial, sustentabilidade e imagem, ameaças e oportunidades para o agronegócio.

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    Eles também vão interagir com as secretarias do MAPA e com o setor privado, por meio de cerca de 300 ligações para cerca de 30 entidades setoriais, que se interessaram em se inscrever para falar com os adidos. Os profissionais atuam diretamente na abertura de mercados e na promoção dos produtos agrícolas brasileiros no exterior.

    Nesta segunda-feira (28), na abertura do evento, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes, destacou a importância do trabalho dos adidos para a abertura dos mercados do agronegócio brasileiro. “Nenhum governo se superará se não valorizar nossos adidos no exterior”, disse, lembrando que, desde 2019, foram abertos 235 novos mercados para produtos brasileiros, 49 dos quais só em 2022.

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    Segundo o ministro, os principais desafios dos adidos agrícolas nos próximos anos serão a segurança alimentar e a questão da imagem do Brasil no exterior. “Não adianta estarmos aqui produzindo cada vez mais, batendo recordes, se nossa imagem no exterior está distorcida por alguns países que não querem ver o Brasil competitivo”, disse.

    Também participaram do evento o presidente da Apex, Augusto Pestana, e o secretário de Comércio Exterior e Assuntos Econômicos do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Sarquis José Buainain Sarquis.

    anexa agenda

    Na semana passada, um grupo de 32 adidos agrícolas brasileiros que já trabalham ou vão trabalhar fora do país visitou o Porto de Santos, o aeroporto de Guarulhos, a Embrapa e empresas com exemplos de sistemas sustentáveis ​​de produção em Lins.

    A programação começou em Lins (SP), onde o grupo visitou uma unidade produtiva fiscalizada pelo Mapa, exemplo de economia circular. Na quarta-feira, eles estiveram no Porto de Santos (SP), onde ouviram uma palestra de André Okubo, fiscal agropecuário responsável pela Vigilância Agropecuária (Vigiagro) no local. Os adidos tiveram a oportunidade de conhecer o funcionamento de um terminal de grãos e de um terminal de contêineres, após explicações das empresas responsáveis ​​sobre os investimentos realizados no porto e o volume de cargas ali movimentadas. Eles também visitaram dois laboratórios do Mapa: um que analisa produtos de origem animal e outro de origem vegetal.

    Na quinta-feira, o grupo visitou os terminais de cargas e passageiros do Aeroporto Internacional de Guarulhos, após ouvir uma palestra de Sandra Kunieda, responsável pelo Vigiagro no maior aeroporto do país. O auditor fiscal apresentou aos adidos informações técnicas sobre importação e exportação, detalhou como é feita a fiscalização no local e aproveitou para orientar sobre alguns cuidados que outros países devem ter ao enviar produtos para o Brasil.

    Um exemplo simples envolve trazer material de reprodução animal para tanques de nitrogênio. Segundo Sandra, a legislação exige que esses tanques cheguem ao destino lacrados. “Tem que ser um lacre que não se quebre, de preferência de metal. Se chegar quebrado aqui, não tem como liberar”, explicou.

    Na tarde desta sexta-feira, o grupo esteve na Embrapa Cerrados, em Planaltina (DF), onde foi recebido pelo cacique Sebastião Pedro. Foram apresentadas palestras sobre a estratégia internacional da Embrapa, sobre o trigo tropical e sobre a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF). Os adidos tiveram a oportunidade de conhecer a vitrine da ILPF instalada no centro de pesquisas.

    O adido Augusto Billi, que trabalha no Reino Unido, disse que a visita foi muito interessante. “Temos divulgado as tecnologias sustentáveis ​​que o Brasil tem pesquisado e divulgado no mundo e que os produtores rurais têm adotado”, disse. Segundo ele, o ILPF é relevante para o mundo, principalmente para o mercado europeu, porque reduz a emissão de gases de efeito estufa.

    “Há uma grande preocupação com as mudanças climáticas e ter esse contato próximo com o que está sendo feito nos ajuda a entender e divulgar melhor lá fora, para que os estrangeiros também possam entender o que o Brasil tem feito em relação às mudanças climáticas. preservação do meio ambiente e promoção de tecnologias sustentáveis ​​na agricultura”.

    União Europeia

    O adido Guilherme Antônio da Costa Junior está terminando seu trabalho em Bruxelas, onde atuou por quatro anos na missão permanente junto à União Européia. Este trabalho, assim como o da China, são os únicos em que o Brasil tem dois adidos devido à importância das parcerias comerciais. Segundo Guilherme, a atuação em dupla na adesão à União Europeia é fundamental para que a equipe consiga estabelecer um fluxo ágil de informações com o governo brasileiro.

    Para ele, um dos maiores desafios desse trabalho é ampliar o acesso de determinados produtos ao mercado europeu. “A legislação europeia é extremamente bem feita, bem desenhada, tem uma boa base científica, mas ao mesmo tempo é extremamente complexa”, afirmou. É uma legislação que garante proteção aos países membros da UE, mas cria constrangimentos pontuais para os chamados terceiros países – que não fazem parte do bloco. “Não significa que outros países não consigam cumprir as exigências, mas o grau de complexidade é tão grande que dificulta o monitoramento e o cumprimento, tanto por parte do setor privado quanto do público”, explicou.

    Um momento histórico que Guilherme presenciou durante sua gestão como adido foi o fechamento das negociações comerciais do Acordo de Associação entre o Mercosul e a União Europeia, em junho de 2019, após 20 anos de conversa. “O acordo foi um grande avanço que teremos à medida que for ratificado e efetivamente colocado em prática. Mas a finalização da discussão da redução tarifária, de produtos de interesse de ambas as partes, foi algo espetacular, muito gratificante.”

    Estados Unidos

    O adido brasileiro em Washington, Filipe Guerra Lopes Sathler, também tem enfrentado grandes desafios desde que chegou aos Estados Unidos em janeiro de 2020. “O trabalho foi dinâmico nos primeiros dois meses em termos de encontros presenciais com interlocutores no país. Mas em março todas as agências estavam fechadas por conta da pandemia e o grande desafio era manter a qualidade do trabalho dentro de uma situação totalmente atípica”, afirmou. Desde que a situação voltou a uma certa normalidade, em meados de 2021, Filipe tem conseguido retomar com força as relações interpessoais e contactos adicionais.

    Quando chegou aos Estados Unidos, o Brasil estava concluindo as negociações para a reabertura do mercado de carne bovina e o adido participou dos acertos finais. Nos últimos três anos, Filipe trabalhou em novas aberturas, expandindo o mercado americano e facilitando o comércio no Brasil, o que considera gratificante. “Agora temos a possibilidade de exportar uma gama maior de produtos e isso abre opções para as exportações brasileiras”.

    Angola

    Em 2023, o Brasil abre um novo posto de adido, desta vez em Angola, na África. Quem se prepara para embarcar é José Guilherme Tollstadius Leal, atual secretário de Defesa Agropecuária do Mapa. “A expectativa é que possamos ampliar a parceria comercial, mas também colaborar com o desenvolvimento da agricultura em Angola”, disse, referindo-se à modernização da atividade e à melhoria da segurança alimentar daquela população. O Brasil vende alguns produtos agrícolas para o país africano, além de equipamentos e material genético.

    Além de José Guilherme, o último processo seletivo do Mapa selecionou Rafael Mohana de Carvalho Refosco (Egito), Clóvis Augusto Versalli Serafini (Colômbia), Glauco Bertoldo (Missão Permanente junto à União Europeia – Bruxelas) e Ellen Elizabeth Laurindo (Marrocos).

    O grupo de adidos foi acompanhado por uma equipe da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Gerência de Agronegócios da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), um serviço social autônomo vinculado ao Ministério das Relações Exteriores; e a Superintendência Federal de Agricultura do Estado de São Paulo (SFA-SP).



    Fonte: Noticias Agricolas