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Zoneamento aumentará potencial para fertilizantes alternativos em Goiás

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Começou a ser construído um zoneamento agrogeológico regional para a utilização de agrominerais ricos em potássio da Província Alcalina de Goiás (PAGO) em culturas agrícolas, em projeto de pesquisa liderado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), com a participação da Embrapa Territorial (Campinas, SP), Embrapa Cerrados (Planaltina, DF), Serviço Geológico do Brasil (SGB) e Universidade de São Paulo (USP). Financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o estudo abrangerá zonas de produção e consumo e, portanto, deve atingir o sudoeste de Goiás, o sudeste de Mato Grosso e o norte de Mato Grosso do Sul.

O zoneamento é um dos produtos finais. Antes, a equipe do projeto fará um estudo detalhado de amostras de rochas do sudoeste goiano e seu potencial de fornecimento de nutrientes, especialmente potássio, para culturas agrícolas. Serão feitas a caracterização e classificação desses materiais, bem como a avaliação da viabilidade técnica, econômica e logística de seu uso, diz a professora Elisa Soares Rocha Barbosa, da UFG, líder do projeto.

“As rochas alcalinas, como as encontradas no PAGO, destacam-se por serem, em sua maioria, ricas em potássio, com teores que podem caracterizá-las como fonte desse nutriente. Eventualmente, também podem ser mineralizados a fosfatos”, explica a pesquisadora Magda Bergmann, do Serviço Geológico do Brasil (SGB). Um ponto favorável para o uso de minerais da região na agricultura é que eles são naturalmente isentos de quartzo, o que atende a determinação do Ministério da Agricultura e Pecuária.

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O investigador do SGB acrescenta que “parte das rochas alcalinas do PAGO têm textura e mineralogia que lhes conferem potencial de reactividade quando aplicadas ao solo sob a forma de pó de rocha”. Essa é uma condição para que os nutrientes contidos nos minerais sejam liberados no solo e consumidos pelas plantas. Ela destaca o potencial de um tipo específico de rocha, os kamafugitos. “As kamafugitas se destacam por serem fontes de multinutrientes. São rochas muito raras em termos mundiais, mas ocorrem no PAGO, na região de Rio Verde e Caiapônia”, detalha.

“O Projeto terá a oportunidade de caracterizar a composição química e mineralógica dos principais grupos de rochas com maior potencial, além da avaliação agronômica preliminar em laboratório e casa de vegetação. Uma das questões fundamentais é avaliar a ocorrência de rochas em relação ao mercado consumidor potencial”, avalia o pesquisador Éder de Souza Martins, da Embrapa Cerrados.

Integração entre agricultura e mineração

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Para Barbosa, da UFG, há uma oportunidade de integração entre dois importantes setores econômicos do estado: a agricultura e a mineração. “O Estado de Goiás tem ampla participação no agronegócio e é um dos maiores produtores de minérios do Brasil, fato que permite embasar o estudo da aplicação de remineralizantes dessa indústria na agricultura goiana”, diz o líder do projeto.

A Embrapa Territorial já vem apostando no tema remineralizadores de solo, na construção da segunda versão do Sistema de Inteligência Territorial Estratégica da Macrologística Agropecuária Brasileira (SITE-MLog), que prevê a atualização e ampliação da plataforma. A equipa avaliou as potencialidades de utilização de agrominerais identificadas em todo o território nacional, em jazidas que já têm ou estão prestes a ter concessão mineira, utilizando uma carta geológica à escala de 1:1.000.000 e os processos mineiros da Agência Nacional de Minas.

A metodologia desenvolvida será utilizada no novo projeto, mas em escala mais detalhada, de 1:500.000, e para uma região específica, o PAGO. “Vamos ter aí uma lupa, num estudo mais aprofundado dos parâmetros necessários para fazer um zoneamento agrogeológico, tendo em vista um dos objetivos do projeto: a formação de um arranjo produtivo local”, explica a pesquisadora Gisele Freitas Vilela, da Embrapa Territorial. “Teremos informações mais confiáveis ​​sobre o que realmente acontece no campo. E o que é mais rico ainda é que esse mapa geológico será reclassificado não só pelo nosso conhecimento prévio, mas também agregaremos informações obtidas durante o desenvolvimento do projeto”, acrescenta o subchefe de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro de Pesquisas de Campinas, Lucíola Alves Magalhães.

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Sobre a escolha do PAGO como território de estudo, Magalhães explica: “Por ser uma das grandes províncias alcalinas do Brasil, o ambiente geológico é favorável para a ocorrência de rochas ricas em Potássio”. Esse é um dos nutrientes cuja obtenção é crítica no país – cerca de 95% é importado.

Para o zoneamento, informações sobre o potencial de uso agrícola das rochas devido às suas características naturais serão combinadas com dados sobre o potencial de consumo da região, como perfil dos produtores, principais cultivos, tipos de solo, logística, destinação de terras para preservação ambiental, entre outros. outros. A expectativa é que o produto apoie a tomada de decisão para investimentos no segmento.



Fonte: Agro

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