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Pecuária de leite no Brasil: baixa emissão de carbono com árvores

    Estudo comprova que pecuária de leite no Brasil gera baixa emissão de carbono em sistemas com árvores

    Estudo comprova a baixa pegada de carbono na pecuária leiteira

    O impacto do plantio de árvores e o efeito poupa-terra na descarbonização da agricultura

    Os resultados promissores da pesquisa da Embrapa Pecuária Sudeste

    A pesquisa realizada pela Embrapa Pecuária Sudeste revela dados essenciais sobre a pegada de carbono na pecuária leiteira e a importância do plantio de árvores como estratégia de mitigação de gases de efeito estufa. Além disso, a intensificação dos sistemas de produção pecuária a pasto apresenta resultados promissores no que se refere à economia de terra e à redução das emissões de gases de efeito estufa.

    Os resultados mostram que a pecuária brasileira, realizada principalmente em pastagens, possui um potencial significativo para a descarbonização, contribuindo de forma sustentável para a mitigação das mudanças climáticas. Além disso, as técnicas de manejo de sistemas de produção de leite a pasto, aliadas ao plantio de árvores e ao uso de raças especializadas, podem ser eficazes na compensação das emissões de gases de efeito estufa.

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    Esses dados fornecem uma visão abrangente sobre o impacto da pecuária leiteira no meio ambiente, destacando a importância do desenvolvimento de práticas mais sustentáveis e voltadas para a preservação do ecossistema. A pesquisa da Embrapa Pecuária Sudeste representa um avanço significativo no conhecimento e na implementação de estratégias para a redução das emissões de gases de efeito estufa na agricultura, contribuindo diretamente para as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

    Gostou das nossas dicas? Possui alguma outra que gostaria de compartilhar com a gente?

    Sumário

    1. Estudo da Embrapa sobre a Pegada de Carbono na Pecuária Leiteira

    1.1 Introdução

    1.2 Resultados do Estudo

    1.3 Estratégias de Mitigação de Gases de Efeito Estufa

    2. Efeito Poupa-Terra na Pecuária Leiteira

    2.1 Otimização do Uso da Terra

    2.2 Resultados do Efeito Poupa-Terra na Pesquisa

    3. Produção de Leite Brasileira e Sustentabilidade

    3.1 Desafios da Produção de Leite no Brasil

    3.2 Importância da Sustentabilidade na Pecuária Leiteira

    4. Resultados do Experimento da Embrapa

    4.1 Metodologia do Experimento

    4.2 Resultados e Contribuição com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

    Estudo da Embrapa mostra que a pegada de carbono (medida que calcula a emissão de carbono na atmosfera por atividade da pecuária de leite a pasto) é baixa. Aponta também que, em sistemas intensivos em pastagem, são necessárias 52 árvores por vaca para chegar ao leite carbono zero. O estudo considerou dois tipos de sistemas de produção – intensivo e extensivo – e as duas raças mais utilizadas na pecuária leiteira.. O plantio de árvores é uma estratégia de mitigação de gases de efeito estufa (GEEs) muito importante para a descarbonização da agricultura. Trabalho comprovou também efeito poupa-terra (otimização do uso da terra pelo setor).. A redução de emissões e a pegada ambiental são diferenciais da pecuária brasileira, realizada principalmente em pastagens. Um estudo conduzido pela Embrapa Pecuária Sudeste (SP) aponta que são necessárias 52 árvores por vaca nos sistemas intensivos de produção para chegar ao leite carbono zero. O plantio de árvores é uma estratégia de compensação da emissão de gases de efeito estufa (GEEs) e pode ser usado por pecuaristas para o desenvolvimento de uma pecuária mais sustentável e voltada para a descarbonização. Em sistemas extensivos (baixo nível tecnológico), essa quantidade é de 33 eucaliptos. O trabalho, divulgado na publicação internacional Frontiers in Veterinary Science, avaliou o efeito de vacas holandesas (HPB – Preto e Branco) e de jersolandas em diferentes níveis de intensificação – pastejo contínuo com baixa taxa de lotação e rotacionado irrigado com alta taxa de lotação – e a interação entre esses dois fatores na mitigação de GEEs. No experimento, foi realizado o balanço de carbono entre as emissões de GEEs (inclusive de metano – CH4 entérico) e as remoções de GEE, por meio do sequestro de carbono do solo. Essas variáveis foram usadas para calcular o número de árvores necessário para mitigar a emissão e o efeito poupa-terra. Foram considerados dois diferentes modelos produtivos brasileiros a pasto – extensivo e intensivo. O trabalho também comparou duas raças, a HPB e a jersolanda, tradicionalmente utilizadas no País para a produção de leite. Considerando apenas a raça, na comparação entre as holandesas e as jersolandas, estas são mais eficientes em relação às emissões. Com o plantio de 38 árvores por vaca, o produtor faz a compensação; os que utilizam a raça holandesa precisam de oito árvores a mais por vaca. De acordo com a pesquisadora Patrícia P. A. Oliveira, a pecuária brasileira é realizada principalmente em pastagens. Dessa forma, a demanda de redução das emissões e da pegada ambiental, dá uma vantagem a mais ao País. Sendo os bovinos criados a pasto, a necessidade de árvores para a compensação das emissões de GEEs é menor, porque na contabilização do balanço de carbono, o sequestro de carbono do solo, positivo nos dois sistemas testados, contribui na compensação das emissões. Efeito poupa-terra Outro benefício identificado na pesquisa foi o efeito poupa-terra (tecnologias adotadas pelo setor produtivo que permitem incrementos sustentáveis na produção total em uma mesma área, evitando a abertura de novas áreas para produção agropecuária). “A adoção de raças adequadas e a intensificação de sistemas de produção pecuária a pasto são alternativas para otimizar o uso da terra pelo setor”, destaca. Prova disso é o resultado obtido pela Embrapa. A cientista revela que os dados demonstraram que a intensificação das pastagens contribui para elevar a produção de leite e para a economia de 2,64 hectares de terra. A taxa de lotação nesse modelo foi de cerca de sete vacas por hectare, enquanto no extensivo, apenas duas vacas por hectare. “Isso significa que é possível produzir a mesma quantidade de leite em um hectare do sistema intensivo como em 3,64 ha do extensivo. A intensificação adotada permite diminuir a pressão por desmatamento dos 2,64 ha restantes. Dentro dessa área, é possível preservar aproximadamente 145 diferentes espécies arbóreas nativas, além da manutenção de diversas espécies da fauna da Mata Atlântica”, explica Patrícia. As árvores necessárias para mitigar a emissão foram calculadas considerando o balanço de carbono dentro da porteira da fazenda. A taxa de crescimento anual e o acúmulo do gás nos troncos dos eucaliptos foram obtidos em sistemas silvipastoris próximos ao local do experimento. Os resultados também foram promissores no que se refere à pegada de carbono por litro de leite (corrigido para teores de gordura e proteína), com valores inferiores a 0.5 kg de CO2 por litro de leite para todos os tratamentos avaliados. Leia também Tecnologias poupa-terra preservaram mais de 70 milhões de hectares em áreas plantadas com soja no Brasil. A produção de leite brasileira e as questões de sustentabilidade O Brasil produz 35 bilhões de litros de leite por ano, ocupando o terceiro lugar no ranking mundial. As propriedades, a maioria de pequeno e médio porte, estão distribuídas em 98% dos municípios brasileiros, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No total, mais de quatro milhões de pessoas estão envolvidas na produção de leite no País. No entanto, a produtividade é muito baixa na maior parte dessas fazendas. A média de litros de leite por vaca em lactação é em torno de quatro litros ao dia no Brasil, enquanto a média mundial é próxima a 10 litros diários. “Esse cenário discrepante de baixa eficiência sistemática pode ser explicado pelo modelo de produção adotado. As gramíneas são a principal fonte de alimento para o gado leiteiro em sistemas baseados em pastagens de qualidade comprometida, que muitas vezes são manejados abaixo de sua taxa de lotação potencial, com uma média nacional de uma vaca por hectare”, complementa a pesquisadora. O setor, além de ter a demanda de elevar a produtividade, viu aumentar nos últimos anos as expectativas dos consumidores em relação à qualidade do produto e às questões de sustentabilidade e bem-estar animal. É crescente a preocupação com as mudanças climáticas. No Brasil, a agropecuária é responsável por 33,6% das emissões brasileiras de GEE, sendo 19% vindas da fermentação entérica. O rebanho bovino contribui com 97% das emissões de metano, sendo 86% do rebanho de corte e 11% do gado leiteiro. “Estratégias para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, como mudanças no manejo de sistemas de produção de leite a pasto, por meio da intensificação da utilização de forragem e uso de raças e cruzamentos de animais mais especializados, podem contribuir para compensar as emissões de GEE. Comparados aos sistemas leiteiros tradicionais são sumidouros de carbono. Essas ações – melhorar a fertilidade do solo e manejo das pastagens, a nutrição e a genética animal são pontos básicos e de fácil adoção – podem contribuir para o balanço de carbono das fazendas leiteiras e diminuir a necessidade de outros procedimentos externos, como a compra de créditos de carbono para compensar as emissões”, enfatiza a pesquisadora. A intensificação sustentável dos sistemas de produção de pecuária leiteira pode se tornar uma tecnologia chave para a mitigação das mudanças climáticas. “Resultados de experimentos de longo prazo nesta área são importantes para regiões tropicais e subtropicais e precisam ser realizados, mesmo sendo bastante onerosos e laboriosos”, acrescenta. O experimento A pesquisa foi conduzida na fazenda Canchim, sede da Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP), por dois anos. O experimento utilizou dois sistemas de manejo de pastejo: extensivo – sistema de pastejo contínuo com baixa taxa de lotação e o intensivo – sistema de pastejo rotacionado irrigado, com alta taxa de lotação. A mata nativa (Mata Atlântica) foi utilizada como área de referência para o cálculo dos estoques de carbono. Cada tratamento teve duas repetições de área. Foram utilizadas 24 vacas em cada período de avaliação, totalizando 48 vacas em todo o experimento. Todas, dentro de cada grupo de genótipos (holandês e jersolanda), uniformes em idade, peso vivo, estágio de lactação e produção de leite, com aproximadamente 90 dias de lactação no início de cada período experimental. O projeto de pesquisa teve o apoio financeiro da Embrapa, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Contribuição com os ODS Os resultados da pesquisa contribuem diretamente com, pelo menos, duas das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU): ODS 2 (Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável) e ODS 13 (Adotar medidas urgentes para combater as alterações climáticas e os seus impactos).

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    Foto: Gisele Rosso

    Um estudo conduzido pela Embrapa Pecuária Sudeste (SP) aponta que são necessárias 52 árvores por vaca nos sistemas intensivos de produção para chegar ao leite carbono zero. O plantio de árvores é uma estratégia de compensação da emissão de gases de efeito estufa (GEEs) e pode ser usado por pecuaristas para o desenvolvimento de uma pecuária mais sustentável e voltada para a descarbonização. Em sistemas extensivos (baixo nível tecnológico), essa quantidade é de 33 eucaliptos.

    O trabalho, divulgado na publicação internacional Frontiers in Veterinary Science, avaliou o efeito de vacas holandesas (HPB – Preto e Branco) e de jersolandas em diferentes níveis de intensificação – pastejo contínuo com baixa taxa de lotação e rotacionado irrigado com alta taxa de lotação – e a interação entre esses dois fatores na mitigação de GEEs.

    No experimento, foi realizado o balanço de carbono entre as emissões de GEEs (inclusive de metano – CH4 entérico) e as remoções de GEE, por meio do sequestro de carbono do solo. Essas variáveis ​​foram usadas para calcular o número de árvores necessário para mitigar a emissão e o efeito poupa-terra.

    Foram considerados dois diferentes modelos produtivos brasileiros a pasto – extensivo e intensivo. O trabalho também comparou duas raças, a HPB e a jersolanda, tradicionalmente utilizadas no País para a produção de leite.

    Considerando apenas a raça, na comparação entre as holandesas e as jersolandas, estas são mais eficientes em relação às emissões. Com o plantio de 38 árvores por vaca, o produtor faz a compensação; os que utilizam a raça holandesa precisam de oito árvores  a mais por vaca.

    De acordo com a pesquisadora Patrícia P. A. Oliveira, a pecuária brasileira é realizada principalmente em pastagens. Dessa forma, a demanda de redução das emissões e da pegada ambiental, dá uma vantagem a mais ao País. Sendo os bovinos criados a pasto, a necessidade de árvores para a compensação das emissões de GEEs é menor, porque na contabilização do balanço de carbono, o sequestro de carbono do solo, positivo nos dois sistemas testados, contribui na compensação das emissões.

    Efeito poupa-terra

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    Outro benefício identificado na pesquisa foi o efeito poupa-terra (tecnologias adotadas pelo setor produtivo que permitem incrementos sustentáveis na produção total em uma mesma área, evitando a abertura de novas áreas para produção agropecuária). “A adoção de raças adequadas e a intensificação de sistemas de produção pecuária a pasto são alternativas para otimizar o uso da terra pelo setor”, destaca. Prova disso é o resultado obtido pela Embrapa. A cientista revela que os dados demonstraram que a intensificação das pastagens contribui para elevar a produção de leite e para a economia de 2,64 hectares de terra.

    A taxa de lotação nesse modelo foi de cerca de sete vacas por hectare, enquanto no extensivo, apenas duas vacas por hectare. “Isso significa que é possível produzir a mesma quantidade de leite em um hectare do sistema intensivo como em 3,64 ha do extensivo. A intensificação adotada permite diminuir a pressão por desmatamento dos 2,64 ha restantes.  Dentro dessa área, é possível preservar aproximadamente 145 diferentes espécies arbóreas nativas, além da manutenção de diversas espécies da fauna da Mata Atlântica”, explica Patrícia. 

    As árvores necessárias para mitigar a emissão foram calculadas considerando o balanço de carbono dentro da porteira da fazenda.  A taxa de crescimento anual e o acúmulo do gás nos troncos dos eucaliptos foram obtidos em sistemas silvipastoris  próximos ao local do experimento. 

    Os resultados também foram promissores no que se refere à pegada de carbono por litro de leite (corrigido para teores de gordura e proteína), com valores inferiores a 0.5 kg de CO2 por litro de leite para todos os tratamentos avaliados. 

    Leia também Tecnologias poupa-terra preservaram mais de 70 milhões de hectares em áreas plantadas com soja no Brasil.

    A produção de leite brasileira e as questões de sustentabilidade 

    O Brasil produz 35 bilhões de litros de leite por ano, ocupando o terceiro lugar no ranking mundial. As propriedades, a maioria de pequeno e médio porte, estão distribuídas em 98% dos municípios brasileiros, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No total, mais de quatro milhões de pessoas estão envolvidas na produção de leite no País. No entanto, a produtividade é muito baixa na maior parte dessas fazendas. A média de litros de leite por vaca em lactação é em torno de quatro litros ao dia no Brasil, enquanto a média mundial é próxima a 10 litros diários. “Esse cenário discrepante de baixa eficiência sistemática pode ser explicado pelo modelo de produção adotado. As gramíneas são a principal fonte de alimento para o gado leiteiro em sistemas baseados em pastagens de qualidade comprometida, que muitas vezes são manejados abaixo de sua taxa de lotação potencial, com uma média nacional de uma vaca por hectare”, complementa a pesquisadora.

    O setor, além de ter a demanda de elevar a produtividade, viu aumentar nos últimos anos as expectativas dos consumidores em relação à qualidade do produto e às questões de  sustentabilidade e bem-estar animal.

    É crescente a preocupação com as mudanças climáticas. No Brasil, a agropecuária é responsável por 33,6% das emissões brasileiras de GEE, sendo 19% vindas da fermentação entérica. O rebanho bovino contribui com 97% das emissões de metano, sendo 86% do rebanho de corte e 11% do gado leiteiro.

    “Estratégias para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, como mudanças no manejo de sistemas de produção de leite a pasto, por meio da intensificação da utilização de forragem e uso de raças e cruzamentos de animais mais especializados, podem contribuir para compensar as emissões de GEE. Comparados aos sistemas leiteiros tradicionais são sumidouros de carbono. Essas ações – melhorar a fertilidade do solo e manejo das pastagens, a nutrição e a genética animal são pontos básicos e de fácil adoção – podem contribuir para o balanço de carbono das fazendas leiteiras e diminuir a necessidade de outros procedimentos externos, como a compra de créditos de carbono para compensar as emissões”, enfatiza a pesquisadora.

    A intensificação sustentável dos sistemas de produção de pecuária leiteira pode se tornar uma tecnologia chave para a mitigação das mudanças climáticas. “Resultados de experimentos de longo prazo nesta área são importantes para regiões tropicais e subtropicais e precisam ser realizados, mesmo sendo bastante onerosos e laboriosos”, acrescenta.

    O experimento

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    A pesquisa foi conduzida na fazenda Canchim, sede da Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP), por dois anos. 

    O experimento utilizou dois sistemas de manejo de pastejo: extensivo – sistema de pastejo contínuo com baixa taxa de lotação e o intensivo – sistema de pastejo rotacionado irrigado, com alta taxa de lotação. A mata nativa (Mata Atlântica) foi utilizada como área de referência para o cálculo dos estoques de carbono. Cada tratamento teve duas repetições de área.

    Foram utilizadas 24 vacas em cada período de avaliação, totalizando 48 vacas em todo o experimento. Todas, dentro de cada grupo de genótipos (holandês e jersolanda), uniformes em idade, peso vivo, estágio de lactação e produção de leite, com  aproximadamente 90 dias de lactação no início de cada período experimental.

    O projeto de pesquisa teve o apoio financeiro da Embrapa, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

     

    Contribuição com os ODS

    Os resultados da pesquisa contribuem diretamente com, pelo menos, duas das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU): ODS 2 (Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável) e ODS 13 (Adotar medidas urgentes para combater as alterações climáticas e os seus impactos).

    Gisele Rosso (MTb 3091/PR)
    Embrapa Pecuária Sudeste

    Contatos para a imprensa

    Telefone: (16) 3411-5625

    Mais informações sobre o tema
    Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
    www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

    Estudo da Embrapa: Pegada de Carbono na Pecuária Leiteira

    # Pegada de Carbono na Pecuária Leiteira
    A Embrapa realizou um estudo que revelou que a pegada de carbono na pecuária leiteira, medida que calcula a emissão de carbono na atmosfera por atividade, é baixa. Além disso, o estudo apontou que em sistemas intensivos em pastagem, são necessárias 52 árvores por vaca para chegar ao leite carbono zero. O estudo considerou dois tipos de sistemas de produção – intensivo e extensivo – e as duas raças mais utilizadas na pecuária leiteira. O plantio de árvores é uma estratégia de mitigação de gases de efeito estufa (GEEs) muito importante para a descarbonização da agricultura, e o trabalho comprovou também o efeito poupa-terra, que otimiza o uso da terra pelo setor.

    ## Estratégias de Compensação de Emissões
    A pecuária brasileira, realizada principalmente em pastagens, se destaca pela redução de emissões e pela pegada ambiental. O estudo realizado pela Embrapa Pecuária Sudeste, apontou que são necessárias 52 árvores por vaca nos sistemas intensivos de produção para chegar ao leite carbono zero. A pecuária brasileira é realizada principalmente em pastagens. Sendo os bovinos criados a pasto, a necessidade de árvores para a compensação das emissões de GEEs é menor, porque na contabilização do balanço de carbono, o sequestro de carbono do solo, positivo nos dois sistemas testados, contribui na compensação das emissões.

    ### Efeito Poupa-Terra
    O estudo também identificou o efeito poupa-terra, que consiste em tecnologias adotadas pelo setor produtivo que permitem incrementos sustentáveis na produção total em uma mesma área, evitando a abertura de novas áreas para produção agropecuária. A cientista responsável pelo estudo revela que os dados demonstraram que a intensificação das pastagens contribui para elevar a produção de leite e para a economia de 2,64 hectares de terra. A intensificação adotada permite diminuir a pressão por desmatamento dos 2,64 ha restantes. Dentro dessa área, é possível preservar aproximadamente 145 diferentes espécies arbóreas nativas, além da manutenção de diversas espécies da fauna da Mata Atlântica.

    #### Contribuição com os ODS
    Os resultados da pesquisa contribuem diretamente com, pelo menos, duas das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU): ODS 2 (Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável) e ODS 13 (Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos).

    # A Produção de Leite no Brasil e a Sustentabilidade
    O Brasil produz 35 bilhões de litros de leite por ano, ocupando o terceiro lugar no ranking mundial. As propriedades, a maioria de pequeno e médio porte, estão distribuídas em 98% dos municípios brasileiros, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, a produtividade é muito baixa na maior parte dessas fazendas, o que pode ser explicado pelo modelo de produção adotado. No entanto, a pecuária leiteira é responsável por uma parcela significativa das emissões de gases de efeito estufa no país, o que torna a busca por alternativas sustentáveis e de baixa emissão uma prioridade.

    Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

    ## Estudo mostra que a pegada de carbono da pecuária de leite a pasto é baixa

    Um estudo da Embrapa revelou que a pecuária de leite a pasto tem uma pegada de carbono baixa, e que em sistemas intensivos são necessárias 52 árvores por vaca para chegar ao leite carbono zero. O plantio de árvores pode ser uma estratégia importante para a mitigação de gases de efeito estufa, contribuindo para uma pecuária mais sustentável.

    ## Benefícios do Plantio de Árvores na Pecuária Leiteira

    O plantio de árvores na pecuária leiteira não apenas compensa as emissões de gases de efeito estufa, mas também proporciona o efeito poupa-terra, trazendo benefícios para a produção total em uma mesma área e evitando a abertura de novas áreas para produção agropecuária.

    ### Estudo aponta efeito poupa-terra na intensificação das pastagens

    A intensificação das pastagens contribui para elevar a produção de leite e para a economia de terra, demonstrando que é possível produzir a mesma quantidade de leite em menos espaço, diminuindo a pressão por desmatamento.

    #### Pesquisa demonstra a eficiência sustentável da pecuária brasileira

    O Brasil produz 35 bilhões de litros de leite por ano, mas a produtividade média ainda é baixa. A adoção de estratégias sustentáveis, como a intensificação das pastagens e o plantio de árvores, pode contribuir para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e elevar a eficiência do setor.

    ##### Resultados do experimento na Embrapa

    O experimento conduzido na fazenda Canchim, sede da Embrapa Pecuária Sudeste, mostrou que o plantio de árvores e a intensificação das pastagens tiveram resultados promissores na mitigação das emissões de gases de efeito estufa e na produção de leite mais sustentável.

    **Conclusão**

    A pesquisa da Embrapa mostrou que o plantio de árvores e a intensificação das pastagens podem contribuir para uma pecuária leiteira mais sustentável e com menor impacto ambiental. Essas estratégias podem não apenas compensar as emissões de gases de efeito estufa, mas também trazer benefícios econômicos e ambientais para o setor. Com isso, a pecuária brasileira tem a oportunidade de se destacar como um modelo de produção de leite mais sustentável e voltado para a mitigação das mudanças climáticas.

    ## Perguntas com respostas

    ### Como o plantio de árvores pode contribuir para a sustentabilidade da pecuária leiteira?
    O plantio de árvores pode compensar as emissões de gases de efeito estufa da pecuária leiteira, proporcionando um efeito poupa-terra e contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas.

    ### Qual foi o resultado do experimento na Embrapa sobre o plantio de árvores na pecuária leiteira?
    O experimento mostrou que o plantio de árvores e a intensificação das pastagens tiveram resultados promissores na mitigação das emissões de gases de efeito estufa e na produção de leite mais sustentável.

    ### Por que a pecuária leiteira brasileira tem potencial para se destacar como um modelo de produção mais sustentável?
    A pecuária leiteira brasileira tem a oportunidade de se destacar como um modelo de produção mais sustentável devido à sua capacidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e adotar práticas mais sustentáveis, como o plantio de árvores e a intensificação das pastagens.

    ### Quantas árvores são necessárias por vaca para chegar ao leite carbono zero em sistemas intensivos de produção?
    São necessárias 52 árvores por vaca para chegar ao leite carbono zero em sistemas intensivos de produção.

    ### Além de compensar as emissões de gases de efeito estufa, que outros benefícios o plantio de árvores na pecuária leiteira pode trazer?
    Além de compensar as emissões de gases de efeito estufa, o plantio de árvores na pecuária leiteira pode proporcionar o efeito poupa-terra, contribuindo para aumentar a produção de leite e economizar terra.

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