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Ethanol Talks destaca avanços com tecnologia flex

    Ethanol Talks destaca avancos com tecnologia

    “O futuro da mobilidade sustentável passa pela valorização dos biocombustíveis”, diz ministro Alexandre Silveira em evento promovido pela Unica e Apla

    Os 20 anos da tecnologia flex, comemorados em março, foram um dos destaques do seminário Mobilidade Sustentável: Ethanol Talks, realizada na sexta-feira (31) em San José, na Costa Rica. O evento foi promovido pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), Ministério das Relações Exteriores, Projeto Brazil Sugarcane Bionergy Solucion, desenvolvido pelo Arranjo Produtivo Local do Álcool (APLA) e pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).

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    “A importância dos veículos flex vai além da questão ambiental. Os consumidores brasileiros já economizaram, nesses 20 anos, mais de R$ 33 bilhões com o etanol. O sucesso está principalmente em duas frentes: economia para o bolso do consumidor e liberdade de escolha”, disse o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, durante sua participação no seminário por videoconferência.

    Silveira também reforçou a prioridade dada pelo governo federal à agenda de sustentabilidade e mobilidade para avançar no processo de descarbonização, garantindo que os biocombustíveis sejam parte prioritária da estratégia brasileira de cumprimento do Acordo de Paris. “O futuro da mobilidade sustentável de baixo carbono passa pela valorização dos biocombustíveis e pela articulação de políticas públicas que valorizem o patrimônio tecnológico do país”.

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    Mobilidade Sustentável

    Atualmente, mais de 70 países no mundo já possuem mandatos que estabelecem algum nível de mistura de etanol na gasolina. O biocombustível possui uma das menores pegadas de carbono, podendo reduzir em até 90% quando comparado à gasolina. No Brasil, desde o lançamento dos carros flex, em 2003, o uso do etanol evitou a emissão de mais de 620 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera. Além do uso do etanol hidratado (E100), é obrigatório no país misturar 27% de etanol na gasolina.

    Na Costa Rica, a mistura de bioetanol à gasolina pode fazer parte da estratégia de redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE), em linha com os compromissos assumidos pelo país no Acordo de Paris. A Costa Rica tem como objetivo reduzir as emissões globais de CO2 em 11% até 2030. Estimativas indicam que aumentar a mistura de etanol na gasolina dos atuais 7% para 11% reduziria as emissões em cerca de 235 mil toneladas de CO2 por ano.

    “Os biocombustíveis são uma forma que já temos para avançar no processo de descarbonização. E essa mudança acontecerá com o envolvimento do governo, produtores e consumidores”, disse o vice-ministro de Energia da Costa Rica, Ronny Chaves. “Queremos uma transição rápida, mas precisamos dessa troca de conhecimento para avançar”, acrescentou.

    O Diretor-Geral do IICA, Manuel Otero, destacou a complexidade de temas como a segurança alimentar e energética, que exige uma visão sistêmica e ampliada em todas as dimensões. Um estudo apresentado pelo especialista em Biocombustíveis do IICA, Agustín Torroba, aponta que há grandes oportunidades para os biocombustíveis nos próximos anos. Segundo ele, será preciso ampliar a produção em 300% para atender a demanda. Torroba lembrou que, além do transporte terrestre, os biocombustíveis também têm grande potencial para contribuir com a descarbonização dos setores aéreo e marítimo.

    conversas pelo mundo

    Realizado na sede do IICA, o Ethanol Talks: Costa Rica contou com a presença de mais de 130 participantes, entre especialistas do governo, do setor privado e da sociedade civil. Os debates foram divididos em cinco painéis: políticas públicas; o uso do etanol e a indústria automobilística; etanol na América Central; soluções tecnológicas para descarbonização; e construindo os próximos passos juntos.

    “Estamos viajando pelo mundo para dizer que o etanol é bom, mas também para promover a produção. A demanda pela redução de emissões é muito grande e temos um ativo, que é o etanol, uma solução complementar, pois não podemos colocar todos os países na mesma cesta”, destacou o presidente da Unica, Evandro Gussi. “Mas sabemos que a bioenergia é boa para a economia, o meio ambiente e as pessoas.”

    O embaixador do Brasil na Costa Rica, Antônio Alves Junior, disse que eventos como este são grandes oportunidades para fortalecer ainda mais a cooperação entre os países latino-americanos para uma agenda positiva na produção e uso de biocombustíveis. Uma ideia corroborada pelo diretor-executivo da Apla, Flávio Castellari. “Temos uma grande oportunidade de produzir energia. Temos um horizonte verde de produção de energia de baixo carbono e podemos fazer isso juntos, trocando experiências, cooperando”, enfatizou Castellari.

    Essa troca de conhecimento é justamente o objetivo do Ethanol Talks, que já foi realizado em Nova Delhi (Índia), Bangkok (Tailândia), Islamabad (Paquistão) e, mais recentemente, na Cidade da Guatemala (Guatemala) e Buenos Aires (Argentina). . ). E novas edições estão previstas até o final de 2023, em países da Ásia, África e América Latina.

    Coalizão Panamericana de Biocombustíveis

    Ethanol Talks Costa Rica fez parte da Cúpula Pan-Americana de Biocombustíveis Líquidos, organizada em San José pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA). Na ocasião, as principais associações empresariais e industriais das Américas no setor de biocombustíveis assinaram um acordo para a criação da Coalizão Pan-Americana de Biocombustíveis Líquidos (CPBL). Entre os principais objetivos está a coordenação, promoção e consumo sustentável de biocombustíveis em todo o hemisfério.

    “No atual cenário internacional, a articulação de experiências e conhecimentos é fundamental para alcançar objetivos sustentáveis ​​que impactarão o meio ambiente no futuro”, afirmou Manuel Otero, Diretor-Geral do IICA, que assume a Secretaria Técnica da Coalizão.

    “Essa iniciativa nos permitirá enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas para abastecer o mundo com energia de baixo carbono”, disse Evandro Gussi, presidente da Unica.

    Para Flávio Castellari, diretor-executivo da APLA, a formação da coligação permitirá o alinhamento de discursos entre os países envolvidos. “Poderemos então começar a transmitir e nos comunicar de maneira mais ordenada”, disse ele.



    Fonte: Noticias Agricolas