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Dia do queijo: 7 conquistas do setor queijeiro mineiro

Sistema Faemg Senar desenvolve ações para fortalecer a cadeia produtiva do queijo no estado, responsável por 40% da produção nacional

Quando pensamos em produtos genuinamente mineiros, o queijo é uma das principais referências da identidade cultural do estado. A iguaria, que é sinônimo de tradição, gera empregos, renda, estimula o turismo e é admirada no Brasil e no exterior, tem um dia para chamar de seu: 20 de janeiro.

No Dia Mundial do Queijo, o Sistema Faemg Senar destaca importantes conquistas do segmento em Minas Gerais, responsável por 40% da produção nacional. Atualmente, são produzidas no estado cerca de 34 mil toneladas de queijo artesanal por ano e 14 mil toneladas de queijos não artificiais da agroindústria familiar.

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Património Mundial

O modo artesanal de produção mineira já é patrimônio imaterial brasileiro, mas agora os Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal (QMA) podem se tornar Patrimônio da Humanidade. Representando os produtores rurais que atuam como verdadeiros guardiões desse costume secular, o Sistema Faemg Senar esteve presente na 17ª Sessão do Comitê Intergovernamental de Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco, em novembro de 2022, no Marrocos.

O objetivo foi sensibilizar e apresentar as formas de fabrico às restantes delegações, para além de divulgar o bem cultural, promovendo o reconhecimento da diversidade, saberes, sabores e práticas gastronómicas.

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“O Queijo Minas Artesanal carrega uma técnica histórica, que remonta à época dos colonizadores. É feito em pequenas propriedades rurais, com receitas familiares passadas de geração em geração. O sabor varia de acordo com a região onde é produzido, sendo influenciado pela altitude, características do solo, clima, tipo de vegetação, entre outros”explica o presidente da Comissão Técnica do Queijo Minas Artesanal do Sistema Faemg Senar, Frank Mourão Barroso.

Cursos, programas e assistência técnica

O Sistema Faemg Senar atua fortemente para o desenvolvimento do setor. Por meio da Comissão Técnica do Queijo Minas Artesanal, a instituição faz defesa técnica e política e dá visibilidade ao trabalho da cadeia produtiva. Há também cursos de capacitação: só em 2022, foram realizados mais de 380 cursos presenciais, workshops e seminários sobre técnicas de fabricação de queijos, que capacitaram cerca de 4.000 pessoas.

Com o trabalho da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) Agroindústria, foram realizadas mais de 7.000 visitas de campo e cerca de 600 propriedades receberam orientações gratuitas sobre produção e manejo de técnicos especializados, desde 2019, em parceria com os Sindicatos Rurais.

“O ATeG tem nos ajudado muito, fizemos vários cursos para melhorar a qualidade da nossa produção, num processo muito importante para a nossa evolução”, disse a produtora Rafaela Faria, quarta geração de produtores de queijo Canastra em sua família. Ela e os irmãos já estavam no mercado de trabalho em outras áreas quando decidiram voltar para a fazenda perto de São Roque de Minas e investir na produção de queijo. “Irmãos Farias”junto com seus pais.

Aperfeiçoamento de técnicas e boas práticas de fabricação

Cada vez mais, o Sistema Faemg Senar investe em ações de aprimoramento das técnicas de produção e controle de qualidade, que incluem cursos de boas práticas de fabricação, programa especial de boas práticas agrícolas e até mesmo apoio aos produtores na qualificação sanitária e cadastramento de seus estabelecimentos junto ao órgão de fiscalização . Os produtores atendidos pela ATeG recebem, mensalmente, um técnico na propriedade que os auxilia na implantação e descrição dos programas de qualidade, técnicas de produção e gestão da propriedade, sempre com foco na qualidade do queijo produzido.

“A não utilização de métodos de produção adequados pode interferir diretamente na qualidade do queijo. Por exemplo, os olhos, que são aqueles buraquinhos. Muitas pessoas acabam se confundindo na hora de comprar o produto, mas, na verdade, esses furos podem indicar falha no controle higiênico-sanitário do processo, causada por bactérias que, ao fermentar o leite, produzem gases. Os buracos podem aparecer no queijo quando o leite é obtido em condições higiênicas inadequadas e não passa por tratamento térmico para inativar esses microrganismos, que podem causar doenças de origem alimentar com prejuízos à saúde do consumidor”aponta Paula Lobato, analista da ATeG.

Selo de arte

Por meio da Portaria nº 531, de 16 de dezembro de 2022, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estabeleceu requisitos para a concessão dos selos de identificação artesanal Arte e Queijo Artesanal, que passaram a ser concedidos pelos órgãos da agropecuária nas esferas federal, estadual, municipal e distrital. A medida representa um grande avanço para a cadeia produtiva.

“Os produtos elaborados com leite cru devem atender à legislação, seguindo exigências que garantam a segurança na produção artesanal para fornecer alimentos seguros ao consumidor. A concessão do Selo Arte e a devida regularização sanitária dos laticínios garantem ao produtor a comercialização de seu queijo em todo o território nacional, agregando valor e aumentando sua receita”enfatiza Paula.

Reconhecimento do queijo ‘Casca Florida’

De forma inédita no Brasil, o Queijo Minas Artesanal na variedade Casca Florida (QMACF) foi reconhecido pela Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A resolução foi publicada em dezembro de 2022 em resposta a uma demanda antiga da cadeia produtiva. Considera-se “casca florida” uma cobertura com a presença ou dominância visualmente verificada de fungos filamentosos, popularmente conhecidos como bolores ou bolores.

O reconhecimento atesta ao mercado que o queijo é especial e suas características não oferecem riscos à saúde. Minas Gerais é o primeiro estado brasileiro a reconhecer o QMACF. Outros estados já formalizaram a produção de queijos industrializados com casca florida a partir de leite pasteurizado.

Regiões produtoras

Minas Gerais possui dez regiões produtoras do Queijo Minas artesanal: Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Diamantina, Entre Serras da Piedade ao Caraça, Serra do Salitre, Serro, Serras da Ibitipoca e Triângulo Mineiro. Todos eles produzem o mesmo tipo de queijo, mas têm seus próprios “saber fazer” característica. Cada origem confere ao queijo uma identidade própria, de acordo com as características humanas, culturais e naturais do local de fabricação.

Recentemente, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) reconheceu outras regiões produtoras e elaborou mais dois regulamentos técnicos para outros dois tipos de queijos feitos com leite cru: o Queijo Artesanal de Alagoa, para a cidade de Alagoa, no sul de Minas Gerais, e o Queijo Artesanal Mantiqueira de Minas, para a região da Mantiqueira.

E já existem outras regiões caracterizadas como queijo artesanal no estado, como Serra Geral, sem especificar o tipo; Vale do Jequitinhonha, com a cabacinha; e queijo Vale do Suaçuí, na região de mesmo nome. Assim, Minas conta atualmente com 15 regiões caracterizadas: dez para o Queijo Minas Artesanal e cinco para as demais.

Festival do Queijo Mineiro

O número de regiões produtoras mostra a força da identidade cultural do Queijo Minas Artesanal. Para valorizar a cadeia e divulgar ainda mais o produto, o Sistema Faemg Senar, em parceria com o Sebrae Minas, promove o Festival do Queijo Mineiro Artesanal desde 2017, quando o estado contava com sete regiões produtoras de QMA caracterizadas.

“O evento mostra o alto nível do queijo produzido em Minas e mostra como os cursos oferecidos pelo Sistema Faemg Senar contribuem para o fortalecimento desse segmento. Temos dezenas de produtores rurais capacitados e premiados que têm a oportunidade de dar visibilidade aos seus produtos no Festival, promovendo assim novos negócios”destaca o superintendente de Relações Institucionais do Sistema Faemg Senar, Altino Rodrigues.

Por Faemg/Senar

AGRONEWS® – Informação para quem produz

Fonte: Noticias Agricolas

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