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Cooxupé: O maior desafio da 22 foi a persistência de problemas na logística…

    Cooxupe O maior desafio da 22 foi a persistencia de

    O primeiro semestre ainda foi marcado por grandes desafios impostos pela Covid-19 e agravados pela guerra no Leste Europeu

    Apesar dos volumes positivos das exportações de café do Brasil até novembro, o ano de 2022 ainda foi marcado por muitos desafios logísticos para o país, que é o maior produtor e exportador de café do mundo.

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    Entre os muitos desafios, como a intensa volatilidade de preços resultando em queda de 47% nas cotações no período entre novembro de 2021 e novembro de 2022, para Carlos Augusto Rodrigues de Melo, os impasses logísticos – ainda impostos pela Covid-19 e agravados pela guerra no Leste Europeu, foi a maior dificuldade para a cooperativa este ano. A análise foi publicada recentemente no Hub do Café.

    O setor exportador mundial enfrenta dificuldades nos embarques há dois anos. Depois da Covid-19, a falta de contêineres e os altos custos do frete marítimo afetaram toda a cadeia de exportação do país e o setor cafeeiro vem sentindo os impactos desde então.

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    Desde 2021, o setor exportador aposta na melhoria efetiva das condições logísticas apenas em 2023, mas este ano a guerra entre a Rússia e a Ucrânia trouxe ainda mais desafios ao setor. “No início do ano tivemos sérios problemas em relação aos embarques de café para o mercado internacional”, diz Carlos Augusto.

    Segundo a cooperativa, no segundo semestre houve uma melhora significativa nos embarques. Mas, mesmo assim, em novembro a Cooxupé teve um grande embarque cancelado. “O container que estava agendado para a cooperativa acabou atendendo a quem pagou mais. Da mesma forma, é como se fosse uma espécie de leilão. E quem pagar mais, ganha!”, disse Lúcio Dias em análise também publicada nesta semana.

    Diante desses problemas, o setor exportador brasileiro passou a buscar alternativas para atender a forte demanda internacional. Entre as alternativas encontradas, os embarques feitos via break bulk para garantir a entrega ganharam destaque no setor.

    “Portanto, a logística foi o maior desafio, porque exportar – além de atender a todos os nossos clientes – é o maior desafio da cooperativa. Não pela infraestrutura de armazenamento, mas, principalmente, pelo fluxo de caixa. , a cooperativa não recebe recursos. E isso impacta, principalmente, nas necessidades do produtor”, afirmou.

    A cooperativa não informou o volume de café recebido, mas destacou que caso não seja possível atingir a meta, os números devem ficar próximos do estipulado.

    É importante lembrar que a safra deste ano foi bem abaixo do esperado em termos de produtividade e em setembro, quando Notícias AgrícolasCarlos Augusto informou que as metas foram revisadas, além de falar sobre grandes desafios para o recebimento de 4 milhões de sacas na 22ª safra. + Cooxupé não deve cumprir metas iniciais e fala em desafio para receber 4 milhões de sacas na 22ª safra

    DADOS OFICIAIS DE EXPORTAÇÃO

    Em 2022, dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) mostraram que nos embarques nacionais do produto no ano calendário (janeiro a novembro), o Brasil exportou 36,057 milhões de sacas, com queda anual de 1,8%. A receita cambial, de US$ 8,504 bilhões, é recorde histórico para o intervalo, registra expressivo crescimento de 55,1% em relação aos US$ 5,483 bilhões obtidos no mesmo intervalo de 2021 e já supera, inclusive, o total de ingressos alcançado ao longo do ano passado.

    Consulte Mais informação:

    + Café: Brasil tem como prioridade em 2023 manter o diálogo e definir ações de fomento para minimizar os impactos das novas regras da UE

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    PRODUTOR PRECISA FICAR CUIDADO PARA NÃO PERDER OPORTUNIDADES

    A análise da Cooxupé também destacou a queda de preços observada pelo produtor. Nos últimos 12 meses, as cotações caíram 47% na Bolsa de Nova York (ICE Future US). Para Lúcio Dias, superintendente comercial da Cooxupé, uma reação nos preços pode acontecer entre janeiro e fevereiro, mas não tão significativa quanto a desvalorização.

    Mesmo com o cenário incerto e o mercado paralisado nas últimas semanas, Carlos Augusto reforçou mais uma vez que é importante que os cafeicultores acompanhem de perto o mercado para não perder os bons momentos.

    “A cooperativa, antes de tudo, precisa estar atenta às boas oportunidades de participar do mercado de café, evitando assim o endividamento. A safra deve voltar a ser menor, porém, existem fatores que nos impulsionam para o otimismo. Primeiro, e falando bem claro: ninguém vai parar de tomar café”, acrescenta.

    Para os próximos meses, ele destacou que guerra, clima e mudanças políticas no Brasil são fatores que devem continuar influenciando o mercado. “O café no Brasil é extremamente importante para o mundo e não deixará de ser. E, finalmente, o café superou tudo o que vivemos devido à pandemia. Portanto, continuaremos fazendo o dever de casa como sempre fizemos. Estou muito esperançoso , assim, que viveremos 2023 igual ou até melhor que 22. Ainda temos, portanto, muitos motivos para continuar otimistas”, conclui.

    + Cooxupé: Apesar das incertezas com a safra, café recuou 47% em 2022; reação pode acontecer entre janeiro e fevereiro



    Fonte: Noticias Agricolas