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Boletim Agropecuário de fevereiro: SC colhe a maior safra de cebola do…

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Santa Catarina deve colher pouco mais de 551 mil toneladas de cebola na safra 2022/23, que será o maior volume dos últimos anos e mantém o estado como o maior produtor do país. Outra boa notícia para os produtores de hortaliças são os preços, que estão acima dos custos de produção. A safra de trigo também está encerrada no território catarinense e a produção é 38% superior ao ciclo anterior. Entre as carnes, destaque para o frango, cujas exportações cresceram em janeiro. Leia essas e outras análises no Boletim Agropecuário de fevereiro, publicado mensalmente pela Epagri/Cepa com um balanço das principais cadeias produtivas do agronegócio catarinense.

A colheita da safra 2022/23 da cebola foi concluída em Santa Catarina e deve ser a maior dos últimos anos. Os números, ainda em fase de consolidação, indicam uma produção pouco superior a 551 mil toneladas, superior ao estimado pela Epagri/Cepa até dezembro. O aumento dessa estimativa foi impulsionado principalmente pelos novos números na região do Alto Vale do Itajaí. A microrregião de Ituporanga deve produzir 257.670 toneladas, o equivalente a 46,75% do total do estado. O Estado se consolida como o maior produtor de hortaliças do país.

Outra boa notícia é que os preços pagos aos produtores estão acima do custo médio estimado para Santa Catarina. Apesar do aumento na oferta de hortaliças desde dezembro, os preços ficaram entre R$ 2,30/kg e R$ 2,50/kg nos principais mercados, como Rio do Sul. A comercialização segue em ritmo normal e o volume comercializado já supera 50% da produção catarinense.

Alho

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A safra 2022/23 do alho catarinense já foi colhida. Os dados, que estão em fase final de consolidação pela Epagri/Cepa, apontam para uma produção estimada de 16.201 toneladas, distribuídas em 1.490ha. A produtividade obtida deve ser de 10.873kg/ha.

Os produtores catarinenses estão vendendo o produto a um preço inferior ao custo de produção. Os preços pagos ao produtor em janeiro tiveram uma redução significativa em relação a dezembro. Os alhos das classes 2 e 3 passaram de R$ 6,00/kg para R$ 4,60/kg, uma redução de 23,33%. Os alhos das classes 4 e 5 tiveram preços médios de R$ 8,42/kg, uma queda de 28,03%. Os alhos das classes 6 e 7 foram negociados a R$ 10,68/kg, uma queda de 8,71%.

Trigo

A safra de trigo 2002/23 catarinense é de 481,5 mil toneladas, volume cerca de 38% superior ao do ciclo anterior, quando o estado colheu 347,8 mil toneladas do cereal. O final da safra apresentou um crescimento de 2% na produtividade, atingindo 3.446kg/ha. Mas o maior impulso veio da evolução da área plantada, que cresceu cerca de 36% no estado. O aumento da produção ocorreu apesar das condições climáticas, que não eram as ideais.

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O preço médio mensal pago ao produtor caiu 3,33% em janeiro em relação a dezembro, fechando a média mensal em R$ 87,42 a saca de 60kg. Na comparação anual, os preços recebidos em janeiro deste ano estão 1,8% abaixo dos registrados no mesmo mês de 2022, em termos nominais.

Arroz

Até agora, Santa Catarina colheu 14,52% da área semeada com arroz. A colheita está em média 8% atrasada em relação às duas safras anteriores, devido ao prolongado período de frio, que atrasou o ciclo da cultura. Essa condição climática também preocupa os produtores quanto à produtividade e uniformidade dos grãos. Estimativas da Epagri/Cepa indicam safra de 1.238.587t de arroz no Estado, queda de 1,07% em relação ao ciclo passado, quando a produtividade ficou acima da média.

Os preços fecharam 2022 em alta e seguiram essa trajetória nos primeiros meses de 2023, tanto em Santa Catarina quanto no Rio Grande do Sul.

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Feijão

O ano de 2023 começa com alta no preço médio recebido pelos produtores de feijão carioca no mercado catarinense. Em janeiro houve alta de 8,94% em relação a dezembro, o preço médio mensal fechou em R$ 328,32 a saca de 60kg. Para o feijão preto, os preços também cresceram 13,14%, fechando a média mensal em R$ 253,54 a saca de 60kg. Na comparação com um ano atrás, os preços do pufe carioca estão 37% acima do que se pagava em janeiro de 2022, em termos nominais. Para o feijão preto, um pequeno aumento de 0,2%.

Até a primeira semana de fevereiro, aproximadamente 25,6% da área plantada com feijão primeira safra já havia sido colhida no Estado. Quanto ao feijão segunda safra, aproximadamente 20% da área destinada ao plantio já foi semeada. A primeira safra de feijão, chamada de estação chuvosa, representa cerca de 51% da área plantada em Santa Catarina, enquanto a segunda safra de feijão, também chamada de estação seca, representa 49% da área total do estado.

Milho

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O mercado de milho no início de 2023 está focado no clima da América Latina, que influencia no potencial de produção da primeira safra no Brasil e na Argentina, países que podem produzir juntos cerca de 80 milhões de toneladas. Outro fator importante que influencia os preços dos cereais é o volume das exportações do Brasil, que em 2022 embarcou o recorde de 46,6 milhões de toneladas.

Em Santa Catarina, os preços ao produtor vêm se recuperando desde julho de 2022 na média mensal, quando atingiram a menor cotação naquele ano. No início de 2023, a média mensal dos preços pagos ao produtor caiu de R$ 84,00 para R$ 82,00 a saca. O início da safra da primeira safra 2022/23, além dos estoques remanescentes nos armazéns, pressionam os preços neste período.

Soja

A Epagri/Cepa estima que Santa Catarina produzirá 2,69 milhões de toneladas de soja na safra 2022/23. Esse número é superior à estimativa inicial, que era de 2,61 milhões de toneladas, e foi impulsionado pela atualização da área de cultivo feita em janeiro, que chegou a 730,6 mil hectares.

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Com base nesses números, a expectativa é de uma safra normal para o estado, beneficiada pelas condições climáticas de fevereiro, quando houve chuvas mais regulares em diversas regiões do estado, o que trouxe alívio aos produtores. As baixas temperaturas em outubro e a estiagem em novembro resultaram em atraso na semeadura nas regiões de maior altitude.

gado

Ao contrário da maioria dos estados, os preços do boi gordo em Santa Catarina tiveram variação positiva de 0,6% na primeira quinzena de fevereiro, em relação ao mês anterior. Já na comparação entre o valor de fevereiro e o mesmo mês de 2022, houve queda de 4,1% no preço médio estadual.

Os preços da carne bovina no atacado apresentaram movimentos distintos nas primeiras semanas de fevereiro: alta de 1,5% no dianteiro e queda de 0,5% no traseiro, em relação ao mês anterior. Na média dos dois tipos de corte, a variação foi de 0,5%. Ao comparar os valores atuais com os de fevereiro de 2022, observam-se também movimentos diferentes: queda de 4,7% no dianteiro e alta de 0,5% no traseiro, com média de -2,1%. Vale ressaltar que essas variações referem-se a preços nominais, que não consideram a inflação do período.

Segundo dados da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), em 2022 foram abatidos 637,4 mil bovinos nos estabelecimentos fiscalizados no Estado, uma queda de 3,7% em relação ao ano anterior.

Frango

Santa Catarina exportou 95,37 mil toneladas de carne de frango (in natura e industrializada) em janeiro, um aumento de 9,4% em relação às exportações do mês anterior e de 14,9% em relação a janeiro de 2022. foram de US$ 211,39 milhões, alta de 10,4% em relação ao mês anterior mês e 34,2% em relação a janeiro de 2022.

A maioria dos principais destinos registrou alta na receita com exportações em janeiro em relação ao mesmo período do ano passado, com destaque para China (85,2%), Japão (29,0%) e Arábia Saudita (100,5%). %). Entre os cinco primeiros do ranking, a única exceção foram os Emirados Árabes Unidos, com leve queda de 0,1%.

Segundo dados da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), em 2022 foram produzidos 836,7 milhões de frangos no estado, uma queda de 2,4% em relação ao ano anterior.

suínos

Santa Catarina exportou 50 mil toneladas de carne suína (in natura, industrializada e miudezas) em janeiro, queda de 6,9% em relação ao mês anterior, mas alta de 12,1% em relação a janeiro de 2022. A receita foi de US$ 123,21 milhões, queda de 9,7% em relação ao mês anterior , mas um aumento de 25,7% em relação a janeiro de 2022.

A maioria dos principais destinos registrou variação positiva nas compras de carne suína catarinense em janeiro em relação ao mesmo período do ano passado, com destaque para China (21,6% em quantidade e 47,8% em faturamento) e Chile (53,8% e 77,9% em ). Por outro lado, são evidentes as quedas registradas nos embarques para as Filipinas (-20,6% em volume e -17% em receita).

Segundo dados da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), em 2022, foram produzidos 17,49 milhões de suínos no estado, um aumento de 9% em relação ao ano anterior. Este é o maior número de animais já abatidos em Santa Catarina.

Leite

No ano passado, os laticínios fiscalizados no Brasil compraram 23,750 bilhões de litros de leite cru, o que, segundo a Epagri/Cepa, representa um ano de fraco desempenho para a produção brasileira de lácteos. Nos últimos dez anos, valores inferiores a este ocorreram apenas em 2013 (23,553 bilhões) e 2016 (23,170 bilhões). Esse dado também significa que a quantidade de leite comprada pelas indústrias caiu 7,4% de 2020 a 2022.

Em janeiro, as importações brasileiras chegaram a 19,8 milhões de quilos de lácteos, valor bem inferior ao de alguns meses do segundo semestre do ano passado, mas raramente alcançado nos primeiros meses do ano. Com os atuais níveis de preços internos do leite e derivados, da taxa de câmbio e dos preços internacionais dos produtos lácteos, as importações continuam a preços competitivos.

Em janeiro, o Conseleite/SC projetou o preço de referência do leite em patamar superior ao de dezembro, cenário improvável para o momento. De qualquer forma, com base nos dados parciais das pesquisas da Epagri/Cepa, o preço médio de fevereiro para os produtores catarinenses aumentará mais do que o indicado pelo preço de referência do Conseleite/SC.

Leia aqui o Boletim Agrícola de fevereiro completo.



Fonte: Noticias Agricolas

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