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Preço do leite ao produtor deve continuar em queda até o fim do ano

    Preço do leite ao produtor deve continuar em queda até o fim do ano

    Em outubro, os pecuaristas receberam R$ 2,8481 por litro de leite arrecadado em setembro, segundo o valor líquido “Brasil Médio”.

    O valor representa uma queda de 6,5% em relação ao mês anterior.

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    Ainda de acordo com a publicação, o Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira teve leve queda de 0,08% em outubro na “Média Brasil” (BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP), sendo esta a quarta vez consecutiva mês de declínio. No entanto, o COE apresenta alta de 3,04% no acumulado de 2022.

    Leia abaixo a análise de Natália Grigol, Caio Monteiro e Catarina Simplício sobre o mercado de leite:

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    Leite ao produtor segue em desvalorização; ano deve terminar com preços em queda.

    Pesquisa do Cepea mostra que o preço do leite captado em setembro e pago aos produtores em outubro foi de R$ 2,8481/litro na “Média Brasil” líquida, uma queda de 6,5% em relação ao mês anterior.

    Essa foi a segunda queda consecutiva no campo, mas o valor ainda foi 15,5% superior ao registrado em outubro do ano passado, em termos reais (as médias mensais foram deflacionadas pelo IPCA de outubro/22).

    E a expectativa dos agentes ouvidos pelo Cepea é que esse movimento de desvalorização persista até o final do ano, mesmo que em menor intensidade.

    A queda dos preços ao produtor no quarto trimestre do ano é algo esperado pelo setor, já que há uma tendência de aumento da produção associada ao regime de chuvas.

    Assim, um fator sazonal contribui para a queda no custo dos alimentos e para o aumento da produção no campo neste período, principalmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.

    Além disso, neste ano, houve uma retomada dos investimentos na atividade proporcionada por margens mais atrativas entre o segundo e o terceiro trimestres.

    Pesquisas do Cepea mostram que os custos da atividade vêm registrando redução nos últimos quatro meses – e, embora o resultado acumulado no ano seja alto, a variação é menor do que a observada em 2021.

    Em termos de margens, há melhora do cenário em relação ao ano anterior. A relação de troca é uma proxy para essa análise e, apesar de ter aumentado nos últimos dois meses, ainda está mais favorável ao produtor do que em 2021.

    Diante disso, houve um aumento da oferta no campo nos últimos meses. O Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L) aumentou 2,2% de agosto a setembro, o quinto aumento mensal consecutivo. Com isso, desde janeiro, o ICAP-L acumula alta de 8,7% e, desde setembro de 2021, de 10,9%.

    Outro fator que tem reforçado o aumento da oferta interna é a queda das exportações e o alto nível das importações nos últimos meses.

    Dados da Secex mostram que as exportações continuaram em queda em outubro e, apesar da queda de 15,4% nas importações, o volume internalizado ainda é alto, sendo 80,8% maior que o registrado em outubro do ano passado.

    Soma-se a esse contexto de pressão sobre os preços ao produtor o enfraquecimento da demanda por lácteos na ponta da cadeia.

    A pesquisa do Cepea mostra que, desde agosto, os lácteos enfrentam dificuldades na negociação de lácteos com os canais de distribuição – e esse cenário se manteve em outubro, devido à desaceleração do consumo. Ainda assim, a desvalorização dos derivativos em outubro foi menos intensa do que nos meses anteriores.

    Esse movimento de queda no mercado de lácteos em outubro deve influenciar o preço do leite cru coletado naquele mês e pago ao produtor em novembro, corroborando a expectativa de que o ano termine com preços em queda no campo.

    Custo recua pelo 4º mês consecutivo, mas, no ano, ainda acumula alta de 3%.

    Caio Monteiro e Catarina Simplicio//Da equipe Leite do Cepea.

    O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira apresentou leve queda de 0,08% em outubro na “Média Brasil” (que considera as variações nos estados de BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP.), sendo o quarto mês consecutivo de queda. Ainda assim, no acumulado de 2022, o COE apresenta alta de 3,04%.

    A queda nos custos de produção deveu-se principalmente à redução de 1,25% nos desembolsos com operações mecanizadas – que, por sua vez, também caíram pelo quarto mês consecutivo, embora em menor proporção do que nos meses anteriores (quando as perdas foram superiores a 3%).

    A diminuição dos custos com operações mecanizadas esteve ligada à desvalorização dos combustíveis.

    Além disso, os gastos com suplementação mineral também caíram em outubro nas principais regiões produtoras do “Brasil Médio”, com as quedas mais intensas observadas em São Paulo e Santa Catarina.

    Apesar das reduções observadas nos últimos meses, a suplementação mineral ainda acumula alta de 13,47% no preço acumulado de 2022.

    Já os concentrados aumentaram 0,54% na “Média Brasil” em outubro, contexto que limitou a queda do COE no mês.

    A valorização desse item ocorreu devido ao aumento dos preços dos grãos, principalmente do milho, em função da demanda externa aquecida, que manteve as exportações brasileiras em ritmo forte em outubro.

    As altas mais intensas nos valores dos concentrados foram registradas no Rio Grande do Sul e em São Paulo, de 1,49% e 1,19%, respectivamente.

    Ainda que tenha ocorrido redução nos custos de produção em outubro, a consecutiva valorização dos grãos e a queda do preço do leite no produtor vêm estreitando as margens da atividade.

    Segundo dados do Cepea, em outubro foram necessários 29,51 litros de leite para comprar uma saca de milho de 60 kg.

    Assim, a relação de troca piorou para o produtor pelo segundo mês consecutivo, com perda de 7% no poder de compra em relação a setembro e de 27,8% em relação a agosto.

    Mesmo assim, é importante observar que a relação de troca está abaixo da média dos últimos 12 meses, que é de 35,4 litros/saca.

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