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Algodão agroecológico pode ser uma escolha na cultura familiar

    Algodao agroecologico pode ser uma alternativa na agricultura familiar

    O sonho da produção de algodão em sistema agroflorestal é verosímil e está se tornando veras em áreas próximas a Cuiabá/MT. É o que aponta uma pesquisa realizada desde o início deste ano pelo Meio Vocacional Tecnológico em Agroecologia (CVT-Agroeco) da Herdade Experimental da Universidade Federalista de Mato Grosso (UFMT), localizada no município de Santo Antônio fazer Leverger.

    A desenlace dos pesquisadores mostra que a calabouço produtiva do algodão orgânico pode crescer de forma a atender a demanda do resultado no mercado têxtil com o uso de matérias-primas, técnicas e manejo ecológico, gerando menor impacto socioambiental. Aliás, o cultivo dessa matéria-prima pode se tornar mais uma opção para produtores que já trabalham com agrofloresta, geram renda, contribuem para o desenvolvimento de comunidades da Baixada Cuiabana de forma sustentável e com reles impacto socioambiental.

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    A informação foi apresentada na última terça-feira (27), na sede da Associação dos Professores da Universidade Federalista de Mato Grosso (Adufmat), pela equipe do projeto Floresta de Algodão pertencente ao CVT/Agroeco da UFMT, pelo representantes das empresas parceiras durante a terceira capacitação do projeto para murado de 60 produtores rurais que já participam de outras iniciativas e trabalham com sistemas agroecológicos.

    A disseminação do conhecimento sobre todos os protocolos adotados na espaço de meio hectare cultivada com a variedade BRS Aroeira (com ciclo limitado de murado de 160 dias e adaptada às condições do encerrado) tem sido realizada pela equipe do projeto para os fazendeiros. Segundo o pesquisador e coordenador do projeto, professor Henderson Sublime, os treinamentos são momentos para mostrar quais são os métodos recomendados e os resultados dessas práticas.

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    “Mais uma vez compartilhamos conhecimento sobre a metodologia que adotamos para o cultivo do algodão em um novo círculo virtuoso fundamentado nos princípios da Agroecologia: holístico, com foco na biodiversidade aquém e supra do solo. Neste treinamento, mostramos uma vez que foi feito o monitoramento da espaço e os procedimentos utilizados para a colheita. Na pós-colheita trataremos o algodão em pluma. Tem um método peculiar para colher, tratar e armazenar o algodão agroecológico”, explica.

    Com um protocolo testado na espaço experimental, o objetivo do projeto é levar algodão regenerativo a agricultores da Baixada Cuiabana. “Pretendemos disseminar essa tecnologia para as áreas da cultura familiar, plantando a próxima em dezembro deste ano em áreas mais consolidadas com técnicas e ferramentas para que o lavrador possa plantar algodão orgânico dentro de sua propriedade”, disse Rafael Laranja, pesquisadora e coordenadora executiva do Projeto Cotton Forest.

    Para o diretor da secretaria de Inovação Tecnológica da UFMT, professor Raoni Teixeira, o evento mostrou a capacidade da universidade em superar barreiras para a emprego prática do conhecimento. Segundo ele, a inovação não acontece porque o que está sendo produzido é muito tecnológico, com muita tecnologia. Inovação tem a ver com transformação, com mudança, com levar as pessoas ao limite.

    “Esse projeto é muito inovador porque está chegando na borda e está transformando a forma uma vez que as pessoas que estão lá na borda estão fazendo. A inovação está chegando, usando o conhecimento e alcançando as pessoas que vão usá-lo. Produzir um pouco que será pouco utilizado não é muito inovador, por mais tecnológico que seja. Do ponto de vista mundial da inovação, esse projeto tem muita inovação e fiquei muito feliz uma vez que diretor do escritório de inovação tecnológica em poder escoltar a divulgação dos resultados. ”

    A expectativa é grande por segmento dos agricultores familiares que participam das capacitações. “Acredito muito que é um projeto que pode associar ao que já fazemos. Pode ser outra manancial de renda. Esse projeto traz muito conhecimento para a base”, avaliou Maria Valéria de Moraes, agricultora familiar do município de Nossa Senhora do Livramento. “Esse projeto de algodão agroecológico é muito interessante. Nossa experiência com a agroecologia vai nos ajudar a cultivar mais esse resultado”, destaca Antônio Sérgio Aguiar, lavrador familiar do município de Várzea Grande. Para Lucinete Campos, agricultora familiar do município de Chapada dos Guimarães, é uma grande oportunidade de ampliar a agrofloresta que possui. “Aos poucos estamos ampliando nossa produção. Estamos muito felizes com esta escolha de cultivo. ”

    Enxovia Produtiva – Além de gerar alternativas para desenvolver o cultivo do algodão agroecológico, o projeto Floresta de Algodão pretende contribuir para o fomento da calabouço produtiva, desde a pesquisa até o mercado têxtil, que tem grande demanda por esse resultado. Na indústria da tendência, o algodão é uma das principais matérias-primas.

    A FarFarm é a empresa parceira do projeto na geração e desenvolvimento da calabouço produtiva. A expertise da empresa em promover a produção de fibras naturais para a indústria têxtil está auxiliando as atividades de cultivo do algodão agroecológico desde a concepção do projeto até a comercialização do resultado final.

    “Estamos trazendo essa cultura do algodão regenerativo de uma forma muito coletiva, estamos todos compartilhando conhecimento e nossas práticas com a Agroecologia. Fazemos muito transacção. Todo início de um projeto inovador é muito reptante. A perspectiva de coligar modernidade, contemporaneidade e saberes ancestrais é o que faz o projeto evoluir, além de cuidar do meio envolvente e das pessoas trabalharem satisfeitas, ou seja, com o que gostam e acreditam”, destacou Beto Bina, fundador e sócio da FarFarm .

    A exigência do mercado consumidor pela produção de produtos de reles impacto socioambiental é vista pela Bina uma vez que uma grande métrica que as empresas buscam atender. As grandes empresas de tendência pretendem até 2030 ter seus materiais rastreados, certificados e de origem sustentável. No Brasil, somente 0,1% do algodão utilizado pela indústria têxtil é orgânico.

    “Portanto, estamos olhando para as marcas que desejam transformar suas cadeias de suprimentos e comprar materiais responsáveis. Há uma grande oportunidade de incremento no algodão regenerativo. Há muitos agricultores familiares em procura de transacção justo que querem cultivar algodão. Vemos os sistemas agroflorestais uma vez que uma escolha para atender essas famílias e o mercado têxtil”, disse Bina.

    Fonte: Agro