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Retoma das provas hípicas de 2023 exige cuidados com os cavalos

    Retomada do calendário de provas equestres exige cuidados com os cavalos

    Recentemente, um susto no mundo do Hipismo internacional agitou o setor e levantou muitas dúvidas sobre o Herpesvírus Equino. Em Espanha, conforme noticiamos aqui no portal Cavalus, a comissão organizadora do Mediterranean Equestrian Tour, competição internacional realizada em Oliva Nova, cancelou a segunda parte da sua tour de primavera (Spring MET II, ​​que decorreu a partir do dia 7 de a 26 de Fevereiro), depois de quatro cavalos participantes no evento testarem positivo para Herpesvírus Equino. (Clique aqui e confira)

    No final do ano passado, a Sociedade Hípica Paulista (São Paulo/SP) também divulgou comunicado informando que iria restringir a entrada e saída de animais do espaço pelo mesmo motivo: uma suspeita de Herpesvírus Equino.

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    Muito se falou sobre o assunto, mas várias dúvidas ficaram no ar, afinal várias desinformações foram divulgadas sobre o assunto, gerando mais insegurança no ambiente.

    Para esclarecer todos os pontos sobre a doença, conversamos com a veterinária Hélio Itapema e sua equipe formada pelos profissionais: Rachel Campbell Worthinton; Karla Dantas; Alessandra Esposito de Castro Cardoso; Amanda Dantas; Anna Flávia Valeri; Lays Cristine do Nascimento Olanda; Luna Cabo Cordeiro; Maria Luiza Favero; Vida Maria Martins França. A equipe preparou uma série exclusiva de reportagens abordando todos os pontos sobre a doença que tanto preocupa o setor. Confira!

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    O que é Herpesvírus Equino? ?

    O Mediterranean Equestrian Tour cancelou a segunda etapa de sua turnê depois que quatro cavalos testaram positivo para Herpesvírus Equino

    Os Herpesvírus Equinos (EHV) são vírus de DNA pertencentes à família Herpesviridae, sendo que até o momento foram identificados 9 tipos diferentes deste agente com potencial infeccioso para a espécie. Apesar de diversos, os tipos 1 e 4 (EHV-1 e EHV-4), denominados α-herpervírus, possuem maior relevância na rotina veterinária, sendo a primeira endemia na população equina mundial.

    As infecções causadas por ambos podem levar a sintomas respiratórios, mas apenas o EHV-1 tem potencial reprodutivo (abortos e mortalidade perinatal) e neurológico, causando impacto negativo tanto na saúde individual quanto financeiramente dos proprietários e criadores (PAVULRAJ, 2021).

    O EHV-1 e o EHV-4 possuem características genéticas, antigênicas e epidemiológicas muito semelhantes, mas diferem principalmente em seu potencial patogênico. O tipo 4 se manifesta de forma mais branda, levando a quadros leves de rinopneumonite (PR) de fácil resolução, enquanto as doenças causadas pelo EHV-1, quando na forma respiratória, podem se manifestar de forma leve a moderada, oferecendo riscos principalmente a cavalos jovens.

    O EHV-1 tem o potencial de permanecer latente em animais infectados, ou seja, eles têm a capacidade de infectar outros indivíduos, mas a fonte de infecção permanece assintomática na maioria das vezes, podendo reaparecer em situações de imunossupressão, causada por estresse ou outros infecção primária (REED, 2004).

    Transmissão do Herpesvírus Equino

    Herpes Vírus Equino assusta e levanta dúvidas
    Os Herpesvírus Equinos (EHV) são vírus de DNA pertencentes à família Herpesviridae.

    O vírus pode ser transmitido por secreções ou aerossóis provenientes do sistema respiratório dos infectados, fômites (material comum a cavalos infectados e não infectados, veterinários, tratadores e proprietários que tenham contato com esses animais e não façam a desinfecção correta antes estabelecendo contato com animais susceptíveis), via transplacentária, bem como contato com fetos abortados e seus apêndices (PATEL e HELDENS, 2005).

    Sintomas

    Os sinais clínicos estão relacionados com febre, anorexia, descarga nasal, abortos espontâneos, lesões oculares, ataxia, incontinência urinária e/ou fecal. As manifestações características das infecções neurológicas e reprodutivas estão relacionadas ao processo inflamatório vascular (vasculite) e posterior trombose dos vasos que suprem o SNC e o útero gravídico, levando à isquemia e perda da função dessas estruturas (BENTZ et al., 2001). .

    Diagnóstico da doença

    Herpes Vírus Equino assusta e levanta dúvidas
    Os sintomas são febre, anorexia, corrimento nasal, abortos espontâneos, lesões oculares, ataxia, incontinência urinária e/ou fecal

    O teste de melhor sensibilidade para o diagnóstico de infecções causadas por EHV-1 e EHV-4 é a PCR, realizada a partir de amostras de secreção nasal, líquido cefalorraquidiano ou fetos abortados. Alguns testes sorológicos podem ser realizados, usando plasma sanguíneo, para detectar a fase aguda da doença, atentando para animais recém-vacinados, pois podem levar a um falso positivo, enquanto para infecções latentes não temos um método diagnóstico considerado ideal (EFSA et al., 2022).

    Algumas atitudes podem ser tomadas na tentativa de conter novas infecções e amenizar as manifestações de animais portadores, essas medidas estão relacionadas principalmente ao bloqueio de trânsito em locais suspeitos e testagem de animais, bem como isolamento e tratamento de pacientes.

    Nossa série continua na próxima semana, desta vez abordando o aborto causado pela doença.

    Por Camila Pedroso . redação Cavalus

    Colaboração: Hélio Itapema, veterinário e sua equipe: Rachel Campbell Worthinton; Karla Dantas; Alessandra Esposito de Castro Cardoso; Amanda Dantas; Anna Flávia Valeri; Lays Cristine do Nascimento Olanda; Luna Cabo Cordeiro; Maria Luiza Favero; Vida Maria Martins França.

    Fotos: Reprodução/Pixabay

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    Fonte: Agro