O 37º Congresso Brasileiro de Nematologia (CBN) foi inaugurado nesta segunda-feira (1º de agosto) no Hotel JP, em Ribeirão Preto (SP) com recorde de público. Este é o maior fórum de discussão e divulgação da nematologia agrícola do Brasil e busca apontar caminhos para reduzir os prejuízos causados pelos nematoides nas lavouras, estimados em mais de R$ 70 bilhões anuais, considerando os valores atuais de custos de produção, commodities , entre outros.
A cerimônia de abertura contou com a presença do presidente da Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN), César Gomes Bauer, do presidente da Comissão Organizadora do 37º CBN, Pedro Soares, e cerca de 900 delegados, mais de 400 na modalidade online. linha. A conferência inaugural “Ciência, Tecnologia e Inovação na Era do Conhecimento” foi ministrada pelo diretor de Pesquisa de Novos Negócios do Grupo Jacto, Tsen Chung Kang.
O presidente da SBN, César Gomes Bauer, elogiou o evento e comemorou dizendo que a edição é a maior já realizada pela entidade. Ele destacou que os nematóides infectam o sistema radicular das plantas, interferindo severamente no seu desenvolvimento e, consequentemente, na qualidade e rendimento do produto. “Daí a importância de debater e buscar soluções para essa questão”, disse Bauer.
O professor Pedro Soares, presidente da Comissão Organizadora do 37º CBN, mencionou os desafios fitossanitários, principalmente relacionados ao manejo do solo. “Esse é o principal objetivo da realização deste importante congresso. Os nematoides estão entre os principais desafios da agricultura brasileira e mundial, causando prejuízos estimados em mais de R$ 70 bilhões, considerando os valores atuais de custos de produção, commodities, entre outros”, avaliou.
Segundo Pedro Soares, as infestações são reflexo da sucessão das mesmas ou poucas culturas na mesma área. “Culturas que hospedam as principais espécies de nematoides, ainda polífagas ou com estruturas de resistência, ainda favorecidas por condições ambientais tropicais, quentes e úmidas”, disse.
Conferência
A um público atento, Tsen Chung Kang proferiu a conferência inaugural “Ciência, Tecnologia e Inovação na Era do Conhecimento”. Kang detalhou seu trabalho na área de Ecossistemas de Inovação, enfatizando que os ecossistemas são ambientes que organizam a interação de diversas ferramentas concretas e virtuais, permitindo que empresas, instituições de pesquisa e agências de fomento atuem em perfeita sinergia.
“O principal objetivo são soluções para o desenvolvimento de tecnologias e estratégias em que cada agente contribua decisivamente em todas as etapas”, disse o diretor da Jacto, enfatizando a Lei de Inovação, criada em 2017, que regulamenta como o pesquisador do setor público pode formar parcerias com empresas privadas, promovendo projetos de pesquisa.
Segundo Kang, todas as grandes instituições de pesquisa do Brasil estão se adaptando e fazendo essas parcerias público-privadas. “O mais interessante é que até 50% dos royalties pagos por empresas privadas a instituições públicas podem ir para a equipe de pesquisa. Então, agora eles têm uma forma de conseguir uma remuneração ainda melhor, porque eles podem conseguir não só recursos para fazer a pesquisa, mas também para participar dos resultados.
Ele explicou que no Brasil, muitas instituições como Embrapa, IAC, ITAL, IB entre outras, já estão conseguindo transformar papéis (artigos científicos) em notas fiscais.
“O Brasil produz atualmente mais de 2% de todos os jornais do mundo e está em 13º lugar na publicação de artigos. Especificamente em relação aos papéis da área agrícola, o país está na terceira posição, atrás apenas da China e dos Estados Unidos. E em relação à produção científica da agricultura tropical, o Brasil é o número 1”, informou.
O diretor da Jacto ressalta que o Brasil tem muito a crescer na área de biologia, pois além de ter 25% da biodiversidade mundial, agora conta com a regulamentação necessária para parcerias público-privadas, onde todos da cadeia ganham . “Uma das coisas mais importantes que acontecem neste setor é a transição da agricultura química para a agricultura orgânica. E a nematologia é uma das áreas que tem maior potencial para o desenvolvimento de biológicos”, afirma.
Destacando que a Biologia é o futuro do Brasil, instigou os presentes. “Precisamos de mais pesquisadores estudando nematoides, e principalmente as espécies que são boas, porque não são só as espécies ruins que sugam a planta. “Os bons podem ser usados para aumentar a produtividade ou para combater um fungo ou outra praga. O desafio é transformar algumas espécies de nematoides em armas biológicas a favor da agricultura”, provocou.
O 37º Congresso Brasileiro de Nematologia 2022 segue até quinta-feira (04/08), no Hotel JP, em Ribeirão Preto. Participam professores, pesquisadores, técnicos, agricultores, consultores e estudantes ligados à Nematologia Agropecuária.
Agenda terça 08/02
A partir das 8h, terá início o painel “Agricultura de precisão e digital em nematologia”, seguido de palestras e debate sobre “Nematóides em hortaliças”. À tarde, mais dois painéis são aguardados pelos congressistas: um sobre “Nematóides em fruticultura” e outro sobre “Nematóides em cafeeiros”. Das 17h30 às 18h30, acontecem as apresentações de trabalhos (poster e oral).
SERVIÇO
37º Congresso Brasileiro de Nematologia (CBN)
Tema: Nematóides: Ciência, Tecnologia e Inovação
Quando: 1 a 4 de agosto de 2022
Onde: Hotel JP em Ribeirão Preto (SP)
Inscrições: para a versão digital por apenas R$ 300. Assista a todas as palestras por até 2 meses do evento. A programação está imperdível, inscreva-se já: https://www.37cbn.com.br/
