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Carne mais barata no campo, mas não no supermercado

    Preço da carne continua caindo mais no campo do que no supermercado | Agronegócios

    Sumário:

    1. Por que a queda para o consumidor é menor?

    1.1 Etapa da escala de abate

    1.2 Custo de logística

    1.3 Margem alta de lucro das redes varejistas

    2. Tem mais boi no pasto

    2.1 Ciclo pecuário

    2.2 Melhora da qualidade do pasto devido ao clima

    2.3 Queda no preço de grãos utilizados na alimentação do gado

    3. Menos gente comprando carne

    3.1 Comparação com o preço do frango

    4. Importação pagando menos pela carne

    5. “Fundo do poço”

    Introdução:

    O aumento no preço da carne bovina é uma realidade sentida em Rondônia, um dos maiores produtores do país. Embora o preço do boi no campo tenha registrado uma queda de 30% ao longo do ano, o custo para o consumidor final não teve uma redução tão expressiva. Neste post, exploraremos os principais fatores que explicam essa diferença, desde os custos na cadeia de produção até a oferta e demanda de carne bovina no mercado internacional. Além disso, discutiremos os desafios enfrentados pelos consumidores diante dessa situação e as perspectivas para o futuro do preço da carne bovina. Leia mais para entender melhor essa questão complexa e atual.

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    Aumento no preço da carne bovina é sentida em Rondônia, um dos maiores produtores do país — Foto: Mary Winchester/Unsplash

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    O preço do boi tem caído ao longo do ano no campo. Esta redução já é de 30%, na comparação com janeiro. O custo para o consumidor também diminuiu, mas de forma bem menos expressiva. Em agosto, por exemplo, o filé-mignon que é o corte com maior queda nos últimos 12 meses, ficou 15% mais barato, aponta o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), divulgado nesta terça-feira (12).

    Entre os outros cortes, o contrafilé e o patinho ficaram cerca de 10% mais em conta, já a picanha, 6% na comparação com agosto de 2022.

    O preço do boi no campo é estimado pela arroba, que é uma medida do peso da carcaça bovina, equivalente a 15 quilos. Em janeiro, a arroba estava custando R$ 286,85, já em 11 de setembro, o valor já estava em R$ 206,24, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/ Esalq – USP).

    Veja a seguir o que tem motivado essas diferenças.

    💲Por que a queda para o consumidor é menor? Apesar de os pecuaristas estarem vendendo o boi a preços menores para os frigoríficos, há outros custos na cadeia que acontecem depois dessa etapa e que impedem que o consumidor pague menos pela carne, explica Felippe Serigati, do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro).

    Uma dessas etapas mais importantes é a escala de abate, aponta o professor. Há menos gente comprando carne, com isso os frigoríficos compram menos animais, uma vez que não há tanta saída para o consumidor final, segurando a oferta nos supermercados.

    Há ainda o custo de logística, que está alto por causa do preço do combustível.

    Além desses pontos, as redes varejistas estariam mantendo uma margem alta de lucro neste ano, segurando os preços, afirma o analista da Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias.

    Ao g1, a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) disse que é preciso considerar os custos de logística, de energia, na armazenagem, na exposição nas lojas, bem como, a demanda da carne bovina no mercado internacional.

    A empresa também afirma que “a redução dos preços tende a ocorrer de forma gradual, a depender do contrato firmado entre a empresa supermercadista e a indústria/frigorífico”.

    🐮 Tem mais boi no pasto: o Brasil está em um período com uma grande oferta devido ao aumento do abate de fêmeas, o que desvaloriza o preço no mercado. Esse movimento já era previsto, aponta o analista Iglesias.

    Esse processo faz parte do que é chamado de ciclo pecuário. Se trata de quando os produtores seguram as vendas dos animais porque estão valorizados no mercado, o que vai elevando o preço da carne. Foi o que aconteceu, por exemplo, no ano passado.

    Com isso, as vacas continuam reproduzindo até que haja muitos bezerros no mercado. Então, os preços caem e volta a acontecer o abate das fêmeas, levando mais carne para as prateleiras, que é o momento atual, explica o analista.

    Outro ponto que aumenta a oferta de carne e barateia os custos no campo é o clima, que está ajudando a melhorar a qualidade do pasto, por causa do maior volume de chuvas, permitindo que haja menos gasto com rações, aponta Serigati.

    O gado que se alimenta de ração também está comendo bem, uma vez que houve queda no preço de grãos, como soja e milho, que recuaram 20% e 30% nos últimos 12 meses, respectivamente, segundo dados do Cepea.

    Ainda assim, por causa dos custos de outros pontos da cadeia, essa economia não é repassada ao consumidor na mesma intensidade.

    🛒Tem menos gente comprando carne: apesar de a queda do preço da carne nos supermercados, ela ainda não está barata. Em paralelo, o preço do frango também está em queda. Em agosto, por exemplo, o frango inteiro ficou 7% mais barato nos últimos 12 meses.

    Na comparação do custo-benefício, a ave acaba saindo mais em conta, já que na comparação com a bovina, é possível levar maior quantidade por um mesmo valor, explica Serigati.

    ✈️Importação pagando menos pela carne: entre 2019 e 2020, um dos fatores que elevaram o preço da carne foi a alta demanda da China pelo produto brasileiro, hoje este quadro é invertido.

    “A economia chinesa passa por dificuldades, a moeda chinesa está muito desvalorizada e isso está fazendo com que os importadores chineses baixem os preços em dólar da carne bovina no mercado internacional“, explica Iglesias. Com isso, a carne acaba desvalorizada.

    Deste modo, embora o volume exportado pelo Brasil continue bom – apesar de uma leve contração comparado com o ano passado -, existe queda da receita. “Então, a gente conseguia colocar a nossa carne no mercado por US$ 6 mil a tonelada. Agora, a gente está colocando por US$ 5,5 mil”, compara Serigati.

    📉”Fundo do poço”: para o consultor Iglesias, a queda do preço do boi ao produtor está chegando ao fim e deve se estabilizar, porém sem expectativas de quando deverá voltar a subir. “Já está mantendo um padrão de negociações ali entre R$ 190, R$ 200 por arroba, já é uma boa notícia”, comenta.

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    Aumento no preço da carne bovina é sentido em Rondônia, um dos maiores produtores do país

    O mercado de carne bovina em Rondônia, um dos maiores produtores do país, está enfrentando um aumento significativo nos preços nos últimos meses. Esse aumento também tem sido sentido por consumidores em todo o estado. De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), divulgado recentemente, o filé-mignon teve uma queda de 15% nos últimos 12 meses, tornando-se o corte com maior redução de preço. Outros cortes, como o contrafilé e o patinho, ficaram cerca de 10% mais baratos, enquanto a picanha teve uma queda de 6% em comparação com agosto de 2022.

    Esse declínio nos preços no campo pode ser atribuído a uma série de fatores. Em primeiro lugar, o preço do boi é medido em arrobas, que correspondem a 15 quilos de carne. Em janeiro, o valor da arroba estava em R$ 286,85, mas em 11 de setembro já havia caído para R$ 206,24, de acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP). Essa queda no preço do boi está relacionada ao aumento do abate de fêmeas, que resultou em uma maior oferta de carne no mercado. Além disso, o clima favorável tem ajudado os produtores, pois o maior volume de chuvas tem melhorado a qualidade do pasto, reduzindo a necessidade de gastos com rações. Além disso, os preços dos grãos, como soja e milho, que são utilizados na alimentação do gado, também caíram nos últimos 12 meses, contribuindo para a redução dos custos de produção da carne.

    No entanto, apesar da queda nos preços no campo, essa redução não tem sido tão significativa para os consumidores. Isso ocorre porque a carne passa por várias etapas até chegar às prateleiras dos supermercados, e cada uma dessas etapas acarreta custos adicionais. Um dos principais fatores que impedem uma redução mais expressiva dos preços para o consumidor final é a escala de abate. Com menos pessoas comprando carne, os frigoríficos estão comprando menos animais, o que limita a oferta e mantém os preços estáveis nos supermercados. Além disso, o custo da logística também é alto devido ao aumento do preço dos combustíveis. As redes varejistas também estão mantendo margens de lucro mais altas este ano, o que contribui para segurar os preços.

    Outro fator que tem influenciado os preços é a demanda internacional pela carne bovina brasileira. No passado, a alta demanda da China elevou os preços, mas agora o cenário é diferente. A economia chinesa está enfrentando dificuldades e a sua moeda está desvalorizada, o que tem levado os importadores chineses a reduzir os preços no mercado internacional. Com isso, a carne bovina brasileira está desvalorizada, mesmo que o volume de exportação continue bom. Essa desvalorização afeta a receita do Brasil e resulta na queda dos preços.

    Apesar da expectativa de estabilização dos preços no campo, não há previsão de quando eles voltarão a subir. Atualmente, o preço do boi ao produtor está em torno de R$ 190 a R$ 200 por arroba, o que já é considerado uma boa notícia para os produtores. Enquanto isso, os consumidores têm a opção de escolher outras fontes de proteína, como o frango, que também teve uma queda nos preços nos últimos meses. No entanto, é importante ressaltar que, apesar da redução nos preços, tanto a carne bovina quanto a de frango não estão consideradas baratas nos supermercados.

    Em suma, o aumento no preço da carne bovina em Rondônia é resultado de diversos fatores, como a queda no preço do boi no campo, a oferta maior de carne devido ao aumento do abate de fêmeas, o clima favorável que tem melhorado a qualidade do pasto e a queda nos preços dos grãos utilizados na alimentação do gado. No entanto, essas reduções nos preços não têm sido tão significativas para os consumidores devido aos custos adicionais nas etapas de produção e distribuição da carne. A demanda internacional pela carne brasileira também tem influenciado os preços, levando à desvalorização do produto.
    Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

    Em conclusão, o preço da carne bovina tem apresentado uma queda significativa no campo, com redução de 30% desde janeiro. Porém, essa queda não é tão expressiva para o consumidor final, devido a outros custos na cadeia que impedem a redução dos preços. Além disso, a grande oferta de boi no pasto, devido ao aumento do abate de fêmeas, e o clima favorável têm contribuído para a queda nos preços no campo. No entanto, a queda da demanda da carne, a importação pagando menos pela carne e a estabilização do preço do boi ao produtor indicam que o fundo do poço está sendo alcançado.

    Perguntas e Respostas:

    Por que a queda para o consumidor é menor?

    A queda para o consumidor é menor devido a outros custos na cadeia, como a escala de abate, o custo de logística e a margem alta de lucro das redes varejistas.

    Por que há mais boi no pasto?

    Há mais boi no pasto devido ao aumento do abate de fêmeas, que faz parte do ciclo pecuário, e ao clima favorável que tem melhorado a qualidade do pasto.

    Por que o preço da carne ainda não está barato nos supermercados?

    O preço da carne nos supermercados ainda não está barato devido aos custos de outros pontos da cadeia, como logística, energia e demanda no mercado internacional.

    Por que a carne está desvalorizada no mercado internacional?

    A carne está desvalorizada no mercado internacional devido à queda da demanda da China, que está pagando menos pela carne brasileira devido à desvalorização da moeda chinesa.

    Quando o preço do boi deve voltar a subir?

    Não há expectativas de quando o preço do boi deve voltar a subir, porém espera-se que ele se estabilize após a queda recente.

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