Em setembro, os preços mundiais do arroz estiveram sob pressão, subindo em média 5%, após o anúncio de restrições às exportações da Índia.
Os incrementos variaram de acordo com as origens.
Os preços indianos e paquistaneses subiram significativamente, de 8 para 9%, enquanto os preços tailandeses e vietnamitas subiram apenas 3%. Neste contexto de tensão de preços e oferta de exportação, o comércio mundial foi revisto para 53 Mt em 2023, já 2 Mt abaixo da previsão anterior, contra 53,7 Mt esperados em 2022.
Esta diminuição tem em conta a previsão de redução da produção indiana e paquistanesa, bem como uma provável contração do consumo de arroz na China, o maior produtor, consumidor e importador do mundo.
No final de setembro, os preços mundiais estavam começando a se estabilizar, até mesmo a cair. As autoridades indianas estão sob pressão do setor de exportação para relaxar as restrições de exportação.
Por sua vez, Tailândia e Vietnã, embora vejam novas oportunidades na política indiana, preferem limitar os aumentos de preços, beneficiando-se em grande parte da valorização do dólar, para não desencorajar os compradores e conseguir rapidamente capturar mercados temporariamente não abastecidos.
Pela Índia enquanto as restrições à exportação permanecem em vigor. Portanto, o rumo dos preços mundiais nos próximos meses dependerá da evolução da política comercial da Índia.
Enquanto isso, os preços mundiais devem permanecer firmes, apesar da chegada gradual das principais safras asiáticas. Em setembro, o índice OSIRIZ/InfoRice (IPO) subiu 9 pontos, para 198,4 pontos (base 100=janeiro de 2000), contra 189,4 pontos em agosto.
Em meados de outubro, o índice IPO tendia a se estabilizar em torno de 200 pontos, mas era o nível mais alto desde junho de 2021.
Produção mundial
De acordo com as últimas estimativas da FAO, a produção mundial de arroz em 2021 aumentou 1,4% para 791 Mt (525,2 Mt base moída) contra 780,3 Mt em 2020. Na Ásia, a produção melhorou 1,7% graças ao aumento de 4% na Índia, onde foi alcançado um volume recorde de 192 Mt (127,4 Mt base processada).
Na China, a produção também aumentou, mas apenas 0,4%. Na Tailândia, as colheitas aumentaram significativamente em 10%. Nos Estados Unidos, a produção caiu 14% em 2022 devido a uma nova redução nas áreas de arroz.
No Mercosul, estima-se que a produção tenha caído 8% em 2022, voltando ao patamar de 2020. Na África Subsaariana, a produção de arroz foi interrompida pela falta de insumos e inundações em certas regiões, particularmente na África Ocidental.
Em 2022, as previsões de produção mundial foram reduzidas devido às más condições climáticas no sul da Ásia, especialmente na Índia, Paquistão e Bangladesh. A produção de arroz pode diminuir em 2,4% para 772,3 Mt (512,8 Mt base moída).
Comércio mundial e ações
Em 2021, o comércio mundial de arroz aumentou significativamente em 13% para 51,6 Mt contra 45,7 Mt em 2020. Este é o maior aumento desde 2017.
As necessidades de importação aumentaram 10% no sul da Ásia, principalmente com o retorno de Bangladesh ao mercado de importação. Na China, as compras externas aumentaram 42%.
A África Subsaariana também viu uma forte recuperação nas importações, especialmente na Nigéria com a reabertura de suas fronteiras terrestres no final de 2020. Em 2021, a Índia bateu todos os recordes de exportação com 21,4 Mt, já 48% acima do recorde anterior em 2020 e respondendo por 42% do comércio mundial.
A Tailândia, apesar de um aumento significativo nas vendas externas durante o segundo semestre de 2021, ficou novamente em terceiro lugar, atrás do Vietnã. Em 2022, as previsões indicam um aumento adicional no comércio mundial de 4,2% para 53,7 Mt. No entanto, esse aumento seria menor do que o esperado devido às restrições de exportação da Índia anunciadas no início de setembro.
No entanto, a Índia manterá sua liderança mundial com uma previsão de 20 Mt em 2022, enquanto a Tailândia poderá recuperar o segundo lugar no mundo com 7,6 Mt contra 6,9 Mt no Vietnã. Os estoques mundiais de arroz no final de 2021 aumentaram 3,4% para 193,4 Mt de 187,1 Mt em 2020.
Isso representa 37% das necessidades mundiais e está acima da média dos últimos cinco anos. Este aumento deve-se principalmente ao aumento dos stocks indianos graças às boas colheitas em 2021.
Por outro lado, os estoques chineses marcaram queda de 0,5%, podendo cair novamente em 2022. No entanto, continuam abundantes, equivalentes a 70% do consumo anual e 50% dos estoques mundiais. Nos principais países exportadores, os estoques aumentaram 5% em 2020/21 para 55 Mt, equivalente a 30% dos estoques mundiais.
Em 2022, os estoques mundiais devem aumentar em 1,7% para 196,6 Mt. Em contraste, eles podem cair 2% em 2023 devido ao declínio previsto na produção mundial em 2022/2023
agricultura agro agrolink agronegocio agropecuaria artigos técnicos boi brasil canal rural cavalo citações Classificado colunistas como Comprar DBO defensiva destaque eventos G1 gado gordo leite mais MERCADO milho noticias notícia notícias agrícolas oferta para pecuaria Pesticidas por Portal Portal DBO previsão do tempo preço preços preços agrícolas produção rural SOJA trigo turismo
