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Pesquisa brasileira gera primeiros vinhos para o mercado

    pairing red wine and food
    Pesquisa brasileira gera primeiros vinhos para o mercado
    Pesquisa brasileira gera primeiros vinhos para o mercado

    As bebidas estão sendo vendidas por três vinícolas familiares da Serra Gaúcha: Casa Zottis, Vinícola Cainelli e Vinícola Buffon.

    Desenvolvido pelo programa de melhoramento genético “Uvas do Brasil” da Embrapa, o BRS Bibiana tem alta produtividade e requer menos tratamentos fitossanitários, gerando mais sustentabilidade ambiental e economia para o produtor.

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    A uva ainda possui excelente potencial enológico e está adaptada ao clima subtropical úmido da Serra Gaúcha.

    Segundo informações divulgadas pela Embrapa, a BRS Bibiana é uma uva branca, resistente à podridão dos cachos, principalmente pelo fato dos cachos serem soltos e não compactos.

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    O vinho produzido apresenta um perfil sensorial semelhante ao das uvas europeias com teor de açúcar, na maturação, em torno de 21 graus Brix e acidez variando de 100 a 120 miliequivalentes (mEq) por litro.

    “Na degustação do vinho feito com BRS Bibiana, o perfil sensorial remete sutilmente ao Sauvignon Blanc, uva muito utilizada em vários países do mundo, mas pouco adaptada à Serra Gaúcha, devido às condições climáticas”, explica o pesquisador Mauro Zanus , da Embrapa Uva e Vinho.

    A Zanus acredita que esta cultivar – por sua alta produtividade, adaptação e facilidade de manejo – é uma excelente oportunidade de inovação para as vinícolas.

    O vinho tem características sensoriais únicas, é refrescante e possui aromas varietais marcantes.

    A cultivar pode ser utilizada tanto para vinhos brancos como para espumantes, além de ser uma opção para loteamento com outras variedades.

    Relata que, em 2011, ganharam vários prémios e, desde então, têm vindo a trabalhar cada vez mais para trazer inovação ao setor vitivinícola.

    “A melhor forma de contar a nossa história é através dos nossos vinhos.

    E encontramos nas variedades da Embrapa uma alternativa para valorizar o produto nacional e oferecer um produto diferenciado ao nosso cliente”, reforça.

    Além do lançamento da BRS Bibiana, o enólogo conta que a BRS Lorena, outra cultivar da Embrapa, faz sucesso na vinícola desde seu lançamento.

    Na última safra, inovou e fez o vinho BRS Lorena passar por barricas de carvalho, o que agrega maior complexidade e novos aromas e sabores.

    Ele conta que o resultado foi um sucesso, com a produção totalmente vendida e com um segundo lote já cumprindo a lista de pedidos.

    O espumante BRS Bibiana, elaborado pelo enólogo Anderson Buffon, nasceu também da busca por novos produtos para os clientes.

    Ele comenta que conheceu a uva durante uma degustação, promovida pela Embrapa durante a Fenavinho, em junho deste ano.

    Buffon espera que as 400 garrafas fabricadas na vinícola familiar, localizada no bairro Faria Lemos, em Bento Gonçalves, sejam vendidas em breve, abrindo novas oportunidades de mercado para seu cultivo.

    Ele também tem em seu portfólio produtos feitos com BRS Lorena.

    O casal Juliano e Daniela Zottis, donos da Casa Zottis, que fica no coração do Vale dos Vinhedos, também lançará o vinho tranquilo BRS Bibiana, como parte da linha Cantare, uma homenagem ao “nono” Danilo.

    Eles foram parceiros da Embrapa desde o processo de validação da cultivar BRS Bibiana e agora também apostam em ser um dos primeiros a lançar o vinho da variedade.

    “Podemos colher as uvas com muita saúde e isso se reflete no copo, com aromas finos e muita frescura”, comenta Daniela, que também é enóloga da cantina.

    Ela acredita que o vinho BRS Bibiana seguirá o mesmo sucesso do vinho BRS Lorena, que considera ideal para consumidores interessados ​​em passar do suave ao seco.

    “As cultivares BRS nos diferenciam de outros produtores, não só pela produção de vinho, mas pelas uvas sem caroço que vendemos in natura, como BRS Vitória, BRS Clara e BRS Isis, que fazem sucesso entre os turistas”, destaca.

    Juliano Zottis, responsável pela produção das uvas, reforça que as cultivares desenvolvidas pela Embrapa são excelentes para o viticultor pela qualidade e quantidade.

    Ele destaca que a sustentabilidade que essas cultivares possibilitam, com a redução da aplicação de agroquímicos, é um grande diferencial.

    Em alguns casos, em uvas de mesa, a produção orgânica é possível.

    Segundo avaliação do extensionista Thompson Didoné, um dos responsáveis ​​pela legalização das pequenas vinícolas familiares no Rio Grande do Sul, as variedades de uvas desenvolvidas pela Embrapa são uma grande oportunidade de agregar valor para os pequenos produtores.

    O programa de melhoramento genético da videira “Uvas do Brasil” da Embrapa contribui, há mais de 45 anos, para uma viticultura mais sustentável, baseada na oferta de novas cultivares.

    O processo de melhoramento busca cultivares, sobretudo, tolerantes às principais doenças.

    Com isso, há a possibilidade de um uso mais racional de insumos que resultem em uvas que recebam menos aplicações de fungicidas e cujos custos de produção sejam relativamente menores.

    Segundo a pesquisadora da área de melhoramento da Embrapa, Patrícia Ritschel, desde 1977, o programa já lançou 21 cultivares; destes, três são considerados tolerantes: BRS Lorena, BRS Margot e BRS Bibiana, no segmento de vinhos, que se referem a produtos elaborados com uvas europeias.

    A pesquisadora explica que o foco é desenvolver cultivares que sejam competitivas no mercado e agreguem valor aos produtos e renda para os produtores.

    Ritschel destaca que os cruzamentos, que envolvem várias espécies do gênero Vitis, originam cultivares híbridas, cujos vinhos ainda são prejudicados, mas observa-se uma mudança de cenário devido à busca pela sustentabilidade vitícola e pela adaptação da cultura às mudanças climáticas.

    Um exemplo prático dessa nova orientação é que países produtores de vinho tradicionais, como os da Comunidade Européia, estão aceitando variedades híbridas para vinificação quando a maioria dos genes vem de variedades de vinho.

    Os técnicos entendem que o Brasil pode ocupar um espaço de vanguarda na busca da sustentabilidade na viticultura, pois já possui cultivares tolerantes à disposição do setor produtivo.

    O que é preciso é que o consumidor conheça mais sobre os produtos feitos com essas cultivares e que o setor produtivo se aproprie dessa genética desenvolvida especialmente para as condições brasileiras.

    Os pesquisadores acreditam que as uvas BRS da Embrapa ajudam a criar uma identidade única para o vinho brasileiro, com características diferenciadas e sustentáveis ​​do campo à taça.

    Ressaltam que essa conquista ocorre em conjunto com o setor produtivo, principalmente as pequenas vinícolas, que estão se apropriando de tecnologias e agregando valor ao produto final, uma conquista importante para um mercado considerado muito exigente.

    A Embrapa Uva e Vinho espera que o BRS Bibiana siga a trajetória de sucesso do BRS Lorena, lançado em 2001 e amplamente utilizado pelos produtores; está inclusive nos portfólios dos viticultores que estão lançando os primeiros vinhos BRS Bibiana.

    A BRS Lorena é conhecida por ter seus vinhos selecionados em provas cegas, com outros moscatéis, nas quais se destaca pela tipicidade, intensidade, qualidade de aromas e sabor.

    “Temos visto cada vez mais consumidores buscando produtos feitos com BRS Lorena.

    Por outro lado, vários viticultores apostam no cultivo, desenvolvendo produtos de qualidade, com excelente apresentação, seja no modelo de garrafa, em rótulos diferenciados ou em tipos de embalagem, o que agrega valor ao produto”, comenta Marcos Botton, head da Transfer . de Tecnologia da Embrapa Uva e Vinho.

    Um dos exemplos citados por ele é o da Vinícola Goés, em São Roque (SP), que comercializa o vinho “Tempos de Goes”, produzido com BRS Lorena, que ainda tem a versão enlatada.

    A adega também apostou na cultivar para criar um Vinho Licor – Edição Especial Gumercindo de Góes 2011, premiado internacionalmente.

    Botton destaca que, na Serra Gaúcha e em outras regiões produtoras, diversas vinícolas estão incluindo produtos feitos com BRS Lorena em seus portfólios ou mesmo valorizando outras cultivares desenvolvidas pela Embrapa, como é o caso da Adega Chesini, pequena empresa de Farroupilha.

    A Adega Chesini, liderada por Ricardo Chesini, foi além e desenvolveu a coleção Le Ragazze – As Garotas de Identidade Brasileira, na qual, além da tradicional cultivar Isabel, desenvolveu produtos especiais com BRS Lorena, BRS Cora, BRS Rúbea e BRS Carmem, todos do programa de melhoramento genético “Uvas do Brasil” da Embrapa.

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