O Pacto Verde Europeu e a Pecuária Brasileira: desafios e oportunidades
O impacto do Green Deal na produção de carne e couro do Brasil
Por Francisco Beduschi Neto, engenheiro agrônomo e líder regional da NWF no Brasil
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Sumário
1. O que é o Green Deal
2. Impactos na Produção de Carne e Couro
2.1. Tecnologias Sustentáveis
2.2. Rastreabilidade dos Animais
2.3. Colaboração e Regulamentação
3. Benefícios para o Mercado Brasileiro
3.1. Mercado Interno
3.2. Incentivo à Inovação
4. Outros Mercados
4.1. Exemplos de Desenvolvimento e Inovação
4.2. Expansão das Demandas para Outros Mercados
5. Oportunidade e Desafio para a Pecuária Brasileira
O Green Deal ou Pacto Verde Europeu, também conhecido como European Deforestation Regulation – EUDR, é uma legislação ambiciosa da União Europeia – UE para tornar a economia do bloco mais sustentável e combater as mudanças climáticas. No contexto da pecuária brasileira, é crucial entender os aspectos essenciais do Green Deal, seus impactos na produção de carne e couro no Brasil, e as oportunidades e desafios que surgem.
O Green Deal ressalta a importância da sustentabilidade na produção de alimentos, tanto daqueles produzidos dentro da União Europeia como os importados, incluindo a carne e o couro bovino. Aspectos como redução das emissões de gases de efeito estufa, proteção da biodiversidade, uso eficiente dos recursos naturais e bem-estar animal são enfatizados, mas a legislação foca principalmente no combate ao desmatamento de florestas.
É crucial para a pecuária brasileira compreender essas demandas e buscar ações que garantam a conformidade com os requisitos ambientais e sociais para seguir vendendo para o bloco.
O Green Deal trará impactos significativos na produção da carne do Brasil. O pacto incentiva a adoção de novos processos de produção e a implementação de tecnologias mais sustentáveis. Isso pode implicar em mudanças na forma como a pecuária é conduzida, exigindo práticas de manejo mais eficientes, uso responsável da água e mitigação das emissões de gases do efeito estufa.
Acima de tudo, o pacto demanda por carne e couro livres de qualquer desmatamento após 31 de dezembro de 2020, e deverá começar a cobrar por isso a partir de 2025. Em outras palavras, os animais que vão produzir a carne e o couro que será vendido para a UE sob essas regras já nasceram. Sendo assim, as empresas e produtores que se adaptarem mais rapidamente a essas mudanças terão uma vantagem competitiva no mercado internacional.
A pecuária brasileira precisará investir em tecnologias como a rastreabilidade individual dos animais, pois será necessário atestar que do nascimento ao abate estes não passaram por fazendas que não estão de acordos com as normas.
Além disso, a transparência e a segurança da informação ao longo da cadeia de produção serão fundamentais para atender às demandas dos consumidores europeus e garantir a conformidade. Se o Brasil não se adaptar, algum concorrente suprirá a demanda que deixarmos de atender. Precisamos nos adequar para atender aos requisitos desse mercado tão importante para a pecuária brasileira.
O Acordo reconhece as diferenças nas práticas de produção de carne entre o Brasil e a Europa, mas isso não significa que as exigências sejam flexibilizadas para os países fora do bloco europeu. As empresas brasileiras que vendem carne e couro para a UE deverão atestar que o sistema de produção é compatível com os princípios do Green Deal e garantir o cumprimento dos padrões exigidos.
Isso envolverá a implementação de políticas e regulamentações adequadas, bem como a colaboração entre todos os envolvidos – produtores, frigoríficos, curtumes, Governos Federal e Estaduais, e outros atores da cadeia de valor.
Por outro lado, é um mercado que oferece compensações significativas, e a que mais chama a atenção de todos é que este trata-se de consumidores que pagam mais por produtos sustentáveis, incluindo a carne.
Além disso, a conformidade com os requisitos do Green Deal fortalece a imagem e a reputação da pecuária brasileira. Ao demonstrar o compromisso com a sustentabilidade, a preservação ambiental, o bem-estar animal e a responsabilidade social, o setor pecuário irá construir uma imagem positiva perante consumidores e investidores e gerar maior confiança nos produtos brasileiros.
Essa mudança também agrada o mercado interno, já que os consumidores brasileiros também têm dado preferencia a produtos de origem sustentável.
O novo cenário estimula o desenvolvimento e a adoção de tecnologias e práticas inovadoras na produção de carne e de couro. Isso impulsiona a pesquisa e o desenvolvimento de soluções mais eficientes, como sistemas de produção de baixo carbono, manejo sustentável de recursos naturais, rastreabilidade e monitoramento socioambiental.
Essas inovações podem aumentar a produtividade, reduzir custos e melhorar a eficiência da pecuária brasileira. Adicionalmente, ao adotar práticas como o manejo adequado das pastagens, a recuperação de áreas degradadas e a redução do desmatamento, a pecuária contribui para que o Brasil cumpra com suas metas para mitigação das mudanças climáticas e deve ser reconhecida por isso.
Outros mercados
É fundamental ressaltar que o Brasil já tem bons exemplos em todas essas frentes de desenvolvimento e inovação para atender às demandas da UE. Um bom exemplo disso é o trabalho que a National Wildlife Federation desenvolve há mais de dez anos em parceria com diversos atores da cadeia de produção.
O foco deste trabalho está em melhorar os sistemas de rastreabilidade e monitoramento socioambiental, mas envolve também um esforço de engajamento e difusão de informação junto à produtores. O objetivo final é unir forças com todos os interessados em endereçar os problemas encontrados na produção e reafirmar a vocação do Brasil para uma produção “agrosustentável”.
Por último, é preciso lembrar que esse tipo de demanda não vem apenas da EU, mas Reino Unido e Estados Unidos, que hoje é segundo maior comprador da carne brasileira, já discutem legislações semelhantes. Até mesmo a China, maior comprador da carne brasileira ficando com 2/3 de tudo o que o país exporta e tida como avessa a qualquer discussão neste sentido, começa a debater o tema.
Portanto, o cenário de novas demandas está posto e oferece à pecuária brasileira a oportunidade de se posicionar como produtora de carne sustentável, responsável e inovadora. Ao se adaptar aos requisitos do Green Deal, a pecuária brasileira pode colher os benefícios econômicos, ambientais e sociais, fortalecendo sua competitividade no mercado global e contribuindo para um futuro mais sustentável. Temos que agir com eficiência e agora, pois o tempo corre e o prazo é exíguo.
* Francisco Beduschi Neto é engenheiro agrônomo e líder da NWF no Brasil
Obs: As ideias e opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade exclusiva de seu autor e não representam, necessariamente, o posicionamento editorial da revista Globo Rural
**O Pacto Verde Europeu e o Impacto na Produção de Carne no Brasil**
Introdução
O Pacto Verde Europeu, também conhecido como European Deforestation Regulation – EUDR, é uma iniciativa ambiciosa da União Europeia para tornar a economia do bloco mais sustentável e combater as mudanças climáticas. Este artigo aborda os aspectos essenciais do Green Deal, seus impactos na produção de carne e couro no Brasil, e as oportunidades e desafios que surgem.
Aspectos Essenciais do Green Deal
O Green Deal enfatiza a importância da sustentabilidade na produção de alimentos, incluindo a carne e o couro bovino. A legislação concentra-se na redução das emissões de gases de efeito estufa, proteção da biodiversidade, uso eficiente dos recursos naturais e bem-estar animal. No entanto, o principal foco está no combate ao desmatamento de florestas.
Impacto na Produção de Carne no Brasil
O Green Deal trará impactos significativos na produção de carne do Brasil. O pacto incentiva a adoção de novos processos de produção e a implementação de tecnologias mais sustentáveis. Isso pode implicar em mudanças na forma como a pecuária é conduzida, exigindo práticas de manejo mais eficientes, uso responsável da água e mitigação das emissões de gases do efeito estufa.
Desafios e Oportunidades
A pecuária brasileira precisará investir em tecnologias como a rastreabilidade individual dos animais para garantir a conformidade com os requisitos ambientais e sociais. Além disso, a transparência e a segurança da informação ao longo da cadeia de produção serão fundamentais para atender às demandas dos consumidores europeus e garantir a conformidade.
**Outros Mercados**
É fundamental ressaltar que o Brasil já tem bons exemplos em todas essas frentes de desenvolvimento e inovação para atender às demandas da UE. Um bom exemplo disso é o trabalho que a National Wildlife Federation desenvolve há mais de dez anos em parceria com diversos atores da cadeia de produção.
Por último, é preciso lembrar que esse tipo de demanda não vem apenas da EU, mas Reino Unido e Estados Unidos, que hoje é segundo maior comprador da carne brasileira, já discutem legislações semelhantes.
**Conclusão**
Portanto, o cenário de novas demandas está posto e oferece à pecuária brasileira a oportunidade de se posicionar como produtora de carne sustentável, responsável e inovadora. Ao se adaptar aos requisitos do Green Deal, a pecuária brasileira pode colher os benefícios econômicos, ambientais e sociais, fortalecendo sua competitividade no mercado global e contribuindo para um futuro mais sustentável. Temos que agir com eficiência e agora, pois o tempo corre e o prazo é exíguo.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
A conclusão é que o Green Deal da União Europeia terá um impacto significativo na produção de carne e couro no Brasil, exigindo que os produtores se adaptem a novas práticas sustentáveis e atendam aos requisitos ambientais e sociais. A conformidade com o Green Deal representa uma oportunidade para a pecuária brasileira se posicionar como produtora de carne sustentável e inovadora, fortalecendo sua competitividade no mercado global. No entanto, isso exigirá investimentos em tecnologias, práticas inovadoras e mudanças na cadeia de produção.
**Perguntas e respostas:**
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Qual é a importância do Green Deal para a pecuária brasileira?
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O Green Deal da UE é importante para a pecuária brasileira, pois exige práticas mais sustentáveis, como redução das emissões de gases de efeito estufa, proteção da biodiversidade e bem-estar animal, impactando diretamente na produção de carne e couro.
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Quais são os principais impactos do Green Deal na produção de carne do Brasil?
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O Green Deal incentivará a adoção de novos processos de produção e tecnologias mais sustentáveis, exigindo práticas de manejo mais eficientes, uso responsável da água e mitigação das emissões de gases de efeito estufa na pecuária brasileira.
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Quais serão os benefícios econômicos, ambientais e sociais para a pecuária brasileira ao se adaptar ao Green Deal?
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A conformidade com o Green Deal trará benefícios econômicos, fortalecerá a imagem e a reputação do setor perante consumidores e investidores e contribuirá para um futuro mais sustentável. Além disso, a pecuária brasileira poderá se posicionar como produtora de carne sustentável e responsável.
A legislação ambiciosa do Green Deal da União Europeia para tornar a economia do bloco mais sustentável e combater as mudanças climáticas é um chamado para a pecuária brasileira se adaptar a práticas mais sustentáveis. O tempo para agir é agora, e a conformidade com esses requisitos representa uma oportunidade para fortalecer a imagem e a competitividade da pecuária brasileira no mercado global. Se o Brasil não se adaptar, outros países poderão suprir a demanda que deixarmos de atender. A pecuária brasileira deve investir em tecnologias, práticas inovadoras e mudanças na cadeia de produção para atender aos requisitos do Green Deal, fortalecendo sua posição como produtora de carne sustentável e responsável.
O Green Deal ou Pacto Verde Europeu, também conhecido como European Deforestation Regulation – EUDR, é uma legislação ambiciosa da União Europeia – UE para tornar a economia do bloco mais sustentável e combater as mudanças climáticas. No contexto da pecuária brasileira, é crucial entender os aspectos essenciais do Green Deal, seus impactos na produção de carne e couro no Brasil, e as oportunidades e desafios que surgem.
[…] Essa mudança também agrada o mercado interno, já que os consumidores brasileiros também têm dado preferencia a produtos de origem sustentável.
O novo cenário estimula o desenvolvimento e a adoção de tecnologias e práticas inovadoras na produção de carne e de couro. Isso impulsiona a pesquisa e o desenvolvimento de soluções mais eficientes, como sistemas de produção de baixo carbono, manejo sustentável de recursos naturais, rastreabilidade e monitoramento socioambiental.
Outros mercados
É fundamental ressaltar que o Brasil já tem bons exemplos em todas essas frentes de desenvolvimento e inovação para atender às demandas da UE.
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* Francisco Beduschi Neto é engenheiro agrônomo e líder da NWF no Brasil
Obs: As ideias e opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade exclusiva de seu autor e não representam, necessariamente, o posicionamento editorial da revista Globo Rural