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Trigo: Mercado no BR tem semana de preços e negócios inalterados, mesmo com…

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A semana foi intensa e bastante volátil para os mercados de trigo ao redor do mundo. Somente na Bolsa de Chicago, os futuros de cereais acumularam ganhos de mais de 10% de segunda (17) para esta sexta (21). O contrato passou de US$ 6,53 para fechar a semana cotado a US$ 7,27 por bushel, com alta expressiva de 11,33%. março/24 avançou 10,30%, passando de US$ 6,89 para US$ 7,60. No mesmo período, o dólar registrou queda de pouco mais de 1%, caminhando para fechar negócios – também bastante voláteis nos últimos dias – abaixo de R$ 4,80.

O mercado do trigo respondeu à rápida e severa escalada do conflito no Leste Europeu, depois que a Rússia saiu do acordo que garantia o corredor de exportação de produtos agrícolas da Ucrânia pelos portos do Mar Negro e, posteriormente, promoveu quatro dias consecutivos de ataques a portos e infraestruturas ucranianos, inviabilizando-os mesmo que o acordo fosse retomado.

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Durante a semana, as cotações chegaram a atingir limites elevados nas bolsas internacionais, testando patamares bastante atrativos, porém ainda distantes dos recordes testados no período em que foi deflagrada a ofensiva russa, em fevereiro do ano passado. Afinal, nesta sexta-feira, as cotações lucraram e fecharam o dia perdendo mais de 3% em Chicago.

Apesar de todo esse cenário, para o Brasil, o impacto da semana foi bastante limitado. Nem os preços registraram oscilações muito fortes, nem os negócios somaram volumes expressivos, conforme explica o analista da Safras & Mercado, Élcio Bento. “Em termos de preços, o mercado (brasileiro) ficou imune ao cenário internacional e, basicamente, porque estamos descolados do mercado internacional. O trigo que hoje poderíamos exportar do Rio Grande do Sul é caro no mercado internacional, comparado, principalmente, com o trigo soft da Rússia e dos Estados Unidos”.

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Bento também afirma que, por outro lado, as opções de compra necessárias para o Brasil – que são o trigo duro dos Estados Unidos e o trigo argentino – são caras. “Ou seja, estamos no meio, numa zona morta entre a paridade de exportação e importação. E o mercado não mexe muito porque as usinas estão abastecidas, olham a safra que vem e ficam na defensiva.

Como exemplo, o analista relatou casos em que uma tonelada no Rio Grande do Sul que estava sendo ofertada a R$ 1.300,00 passou a R$ 1.350,00, pelo produtor, mas não houve demanda por esse grão. Assim, a lateralidade continuou no mercado brasileiro de trigo nesta semana caótica para o mercado internacional.

“Mas ainda não podemos dizer que estamos imunes a esta situação, que é uma situação de incerteza externa. No Brasil, porém, estamos nos aproximando de uma safra de uma safra e até agora, os primeiros lotes que temos notícias que ficarão prontos no Paraná, principalmente em agosto são trigo de excelente qualidade. detalha o analista do Safras.

Levantamento da consultoria mostra que, na média do Rio Grande do Sul, a tonelada foi negociada a R$ 1.310 no FOB interior, sem variações na semana. Na comparação com igual período do mês anterior, acumula alta de 2,7% e, em relação ao ano passado, a queda acumulada é de 34,5%. No mercado paranaense, os preços indicados caíram 1,4% em relação à semana passada, fechando na média de R$ 1.430/t. Na comparação com igual período do mês e ano passado, as quedas são de 2,1% e 31,6%, respectivamente.

Portanto, para que se registrasse uma variação mais expressiva entre os preços no mercado brasileiro, “seria necessária uma visão mais clara de que os preços internacionais entrariam em nova tendência de alta, sem clareza de qual seria a linha de resistência a ser alcançada.

No link abaixo, confira a última entrevista do especialista ao Agricultural News:

+ Agravamento da guerra entre Rússia e Ucrânia deixa o trigo brasileiro ainda mais em evidência na vitrine do mercado internacional


**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo**

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