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Onda de calor na China continua punindo extensas áreas de arroz e milho,…

    Onda de calor na China continua punindo extensas areas de

    Lama rachada em Poyang, o maior lago de água doce da China, que encolheu para uma fração de seu tamanho.

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    O cenário climático atual continua em destaque e tem sido um dos principais vetores de influência nos mercados de grãos no momento, com problemas e perdas sendo registrados em diversos pontos determinantes para a oferta e consumo global. Uma forte onda de calor continua a castigar a China, tirando importantes volumes de suas safras de grãos, principalmente milho no momento, no sudoeste do país.

    Os principais e maiores rios e lagos da China estão secando ou registrando seus níveis mais baixos de todos os tempos, inclusive comprometendo volumes de água, inclusive para irrigação de áreas-chave de produção agrícola, além de comprometer toda a cadeia logística.

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    Segundo a cientista do clima Jennifer Francis, do Woodwell Climate Research Center, nos EUA, as fortes ondas de calor não só na China, mas também na Europa, são reflexo de uma área alongada de alta pressão atmosférica que permanece estacionária sobre a Rússia , o que impede que massas de ar frio cheguem à nação asiática trazendo algum alívio aos chineses.

    “Quando as condições quentes e secas ficam presas, o solo seca e aquece mais facilmente, fortalecendo ainda mais a cúpula de calor”, explica Jennifer em entrevista à agência internacional de notícias Bloomberg. A situação é tão grave que a população local tem buscado algum alívio do ‘calor’ em abrigos antiaéreos que remontam à Segunda Guerra Mundial.

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    A região do Lago Poyang, na província central de Jiangxi, é uma das principais áreas produtoras de arroz da China e já está sentindo, de acordo com um artigo do South China Morning Post, os efeitos da falta de irrigação. As temperaturas ultrapassaram os 40ºC nos últimos dias.

    Em publicações mais internacionais, as notícias concentram informações sobre as adversidades climáticas que se registram agora e o efeito dominó que elas têm no mercado de commodities. Como explica o meteorologista John Baranick, por exemplo, “o foco para uma commodity como o milho pode estar nos EUA, Ucrânia, Rússia e China de março a outubro, e no Brasil e Argentina de setembro a junho. mercado geral, enviando sinais mistos”.

    E foi isso que aconteceu agora. Além das fortes altas que os futuros de milho registraram na Bolsa de Chicago nesta terça-feira (23), encerrando o dia com ganhos em torno de 4%, as cotações subiram mais de 1% no mercado futuro brasileiro e fecharam o dia em campo positivo também na Bolsa de Valores de Dalian, na China. Trigo e arroz também parecem fortes.

    As seis áreas mais afetadas pela seca – Sichuan, Chongqing, Hubei, Henan, Jiangxi e Anhui – responderam por quase metade da produção de arroz da China em 2021, segundo nota do banco internacional Goldman Sachs nesta semana. E assim, o Ministério da Agricultura da China disse no fim de semana que a atual estrutura climática está representando um “sério desafio” à queda na produção de grãos e novamente pediu às autoridades locais que fortaleçam o investimento de capital. e recursos para combater a seca. Na província de Henan, mais de 1 milhão de hectares foram afetados, segundo uma reportagem da CCTV, ainda segundo a Bloomberg.

    “Os chineses já colheram a pior safra de trigo da história e agora, nesta região do Rio Amarelo – 6,3 km de extensão, a maior da Ásia e a terceira maior do mundo – o pior problema é o arroz. água para irrigar o arroz. O Rio Amarelo tem trechos completamente sem água”, explica o diretor da SIMConsult, Liones Severo.

    Rio Amarelo - China
    Imagem: SIMConsulte

    E ainda há muitas outras culturas que dependem desse rio, inclusive boa parte da produção de milho. “A China alertou para a seca e altas temperaturas que chegam a 40 graus centígrados. Grandes cidades como Chingqing, Whuham e Suzhow se abastecem desse rio”, acrescenta Severo. Mais do que isso, ele lembra ainda que há falta de água para as pastagens e o gado também sofre de forma agressiva.

    “A China tem o segundo maior rebanho bovino comercial, atrás apenas do Brasil e há falta de água para o gado”, afirma o consultor de mercado e diretor da SIMConsult.

    Fotos: Reuters Internacional

    Complementando a análise, Eduardo Vanin destaca os milharais que pendem sobre o vale central da China, sentindo plenamente os efeitos da onda de calor. “Existem muitas lavouras de milho na China, atrelando e enchendo grãos nessa região. Imagino que o estrago possa ser ainda maior. covid zero. Esse milho certamente está menos preparado para as temperaturas de 45 ºC que os chineses estão relatando. Nas províncias de Liaoning, Jiling e Heilongjiang, no MT da China, as condições são boas”, detalha o analista de mercado da Agrinvest Commodities. .

    Assim, Vanin alerta para a possibilidade de um mercado mais volátil e intenso para os preços do milho assim que essas perdas forem percebidas e absorvidas pelo mercado. “Os preços do milho na China estão bem comportados, mas isso pode mudar logo após a colheita. Os produtores podem optar por segurar, até porque os chineses têm cada vez menos alternativas de investimento”, diz.

    Com informações da Reuters International, Forbes, South China Morning Post e Bloomberg



    Fonte: Noticias Agricolas