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Mercado Suíno Cresce Apesar da Crise

    Mercado Suíno Cresce Apesar de Tudo
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    Mercado Suíno Cresce Apesar de Tudo

     

    Mercado Suíno Cresce Apesar de Tudo

    Veja o panorama completo do mercado interno e externo de suínos durante o mês de julho

    No último boletim de mercado da ABCS, publicado em meados de junho, informamos sobre as cotações da Bolsa de Suínos de Belo Horizonte (BSEMG):

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    “Em 26 de maio foi retomada a trajetória de alta, chegando a R$ 7,30 em 9 de junho, valor acordado até o dia 23 (…) /06) isso pode finalmente ser o sinal de uma efetiva reviravolta no mercado, com o ajuste da oferta à demanda interna de carne suína.”

    De fato, as cotações do BSEMG entre 23/06 e 14/07 tiveram média acima de R$ 7,30, porém, em 21/07 houve uma queda para R$ 6,80, valor próximo ao início de junho, quando se iniciou o viés altista.

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    É possível dizer que houve mudança de preços, não só em Minas Gerais, mas também em outras regiões produtoras do Brasil (gráfico 1), tendência de alta, com períodos de pequena queda e estabilidade que devem se confirmar ao longo do curso do segundo semestre, quando tradicionalmente a demanda por carne suína aumenta.

     

    Gráfico 1. Indicador de suínos vivos (R$/kg) em MG, SP e nos três estados do Sul do Brasil entre fevereiro e julho de 2022. Média de julho a 20/07. fonte CEPEA

    Os dados oficiais de abate do segundo trimestre ainda não foram divulgados pelo IBGE, porém, extraoficialmente, dados divulgados pelo MBAgro indicam que em abril e maio e junho/22 houve crescimento de 6,3%; 13,6% e 11%, respectivamente, no número de chefias em relação ao mesmo período do ano passado (dados divulgados pela MBAgro).

    Cruzando esta informação de produção com as exportações para o mesmo período, a disponibilidade interna é estimada em cerca de 327 mil toneladas em abril, 380 mil toneladas em maio e 368 mil toneladas em junho (Tabela 1).

    Cerca de 315.000 toneladas de disponibilidade doméstica é considerada o ponto de equilíbrio entre oferta e demanda, abaixo do qual o preço deve ser atrativo para produtores independentes. Ou seja, exceto pelas variações sazonais da demanda

    A disponibilidade doméstica acima de 315 mil toneladas tende a baixar os preços para patamares que determinam margens negativas para os suinocultores, principalmente em momentos em que os custos de produção ainda estão relativamente altos como agora.

    Por exemplo, para se ter uma ideia melhor do que representam as 380 mil toneladas despejadas no mercado interno em maio, se extrapolarmos esse volume para o ano, seria equivalente a um consumo per capita de 21,2 kg/habitante/ano , com o último ano fechou com uma média de pouco mais de 18 kg por habitante.

    Todos estes números indicam que a tão esperada redução da oferta nacional de carne de suíno ainda não se concretizou, pelo contrário, no resultado acumulado do primeiro semestre de 2022 estima-se que tenham sido disponibilizadas mais 214,6 mil toneladas (+11,34% ) em relação ao mesmo período do ano passado.

    Mesmo assim, o preço pago ao produtor mostra uma reação e, como veremos mais adiante, os custos devem cair diante de uma supercolheita de milho na fase de colheita.

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    Tabela 1. Disponibilidade interna de carne suína em toneladas de carcaças (produção menos exportação de carne in natura), mês a mês no primeiro semestre de 2022 em relação ao mesmo período de 2021.
    Fonte: dados de 2021 e janeiro a março/22 do IBGE e Secex; dados de abril a junho/22 da MBAgro e Secex.

    As exportações de carne suína brasileira in natura (Tabela 2) encerraram o primeiro semestre de 2022 totalizando 458,1 mil toneladas (-8,44% em relação ao mesmo período do ano passado).

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    Tabela 2. Volumes totais exportados de carne suína brasileira in natura para a China no primeiro semestre de 2020, 2021 e 2022 (em toneladas) e comparação da diferença percentual entre 2022 e 2021.
    Elaborado por Iuri P. Machado com dados da Secex

    A China reduziu as compras do Brasil em 40%, representando quase um terço de nossas exportações, e no ano passado ultrapassou a metade de nossos embarques; Hong Kong, o segundo maior destino, reduziu suas compras em quase 24%. Parte dessas perdas do primeiro semestre foi compensada pelo aumento substancial dos embarques para as Filipinas, Cingapura, Argentina e Rússia (Tabela 3).

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    Tabela 3. Principais destinos das exportações de carne suína in natura de janeiro a junho de 2022 x 2021 (em toneladas) e diferença entre os dois períodos. Elaborado por Iuri P. Machado com dados da Secex

    O valor do quilo de carne exportado caiu 10,4% em dólares, com a receita total do período caindo 18% (-227,4 milhões de dólares). Enquanto o preço unitário em dólar das exportações de carne suína atingiu o valor máximo de US$ 2.612 em junho de 2021 (Tabela 4), teve seu menor valor em março de 2022 (US$ 2.144).

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    Tabela 4. Preço em dólares da carne suína brasileira in natura exportada x mercado interno de carcaça especial em SP, de jan/2021 a jun/2022. Elaborado por Iuri P. Machado com dados da Secex

    A diferença (spread) da carne suína exportada em relação ao preço da carcaça suína em São Paulo em junho de 2022 superou 30%, indicando maior atratividade para o mercado externo.

    Dados da Secex indicam, no acumulado de julho/22, com 11 dias úteis de embarques (até 15/07/22), 51,6 mil toneladas de carne suína in natura embarcada a um preço médio de US$ 2.400.

    A média diária dos embarques de julho/22, por enquanto, supera em 11% os volumes exportados em julho de 2021, indicando uma tendência de aumento das exportações. O preço da carne suína na China também mostrou uma recuperação significativa (gráfico 2), indicando que o gigante asiático pode retomar maiores compras externas no curto prazo.

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    Gráfico 2. Preço da carne suína nos EUA, Brasil e China (US$/kg). Elaborado pela MBAgro, com dados do IEA, USDA e MARA.

    Mesmo com queda do preço do milho, suinocultor ainda sofre prejuízo

    O último levantamento de safra da CONAB, publicado em 07/07, manteve a previsão de safra recorde de milho na segunda safra, com estimativa de mais de 88 milhões de toneladas, o que somado à safra de verão e à terceira safra, resultaria em um volume total da safra 2021/22 de quase 116 milhões de toneladas (Tabela 5).

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    Tabela 5. Balanço da oferta e demanda de MILHO no Brasil. Dados da safra 2021/22 atualizados em 07/07/22, com estoque final previsto para 31/01. Fonte: Conab

    Segundo a MBAgro, a segunda safra de milho no Centro-Sul atingiu 41% das áreas até 15 de julho. Mato Grosso está 52% concluído, Goiás com 39%, Mato Grosso do Sul com 40%, Paraná com 25% e Minas Gerais, 21%. A safra a todo vapor levou a uma queda nos preços do milho, que já se aproximam de 80 reais a saca em Campinas/SP (gráfico 3).

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    Gráfico 3. Indicador de milho ESALQ/BM&FBOVESPA (R$/sc 60kg) em Campinas (SP) nos últimos 60 dias (até 21/07/22).
    Fonte: CEPEA

    Mesmo com a reação dos preços da carne suína e a queda gradual do milho, a relação de troca ainda não permite margens financeiras positivas para os suinocultores. O farelo de soja voltou a subir nas últimas semanas e com o real desvalorizado, outros insumos também aumentaram. Pode-se dizer que no balanço recente da atividade, as perdas permanecem, mas agora menores do que no passado recente (Tabela 6).

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    Tabela 6. Custos totais (ciclo completo), preço de venda e lucro/prejuízo estimado nos três estados do Sul (R$/kg de suíno vivo vendido), em 2021 e em 2022 até junho.
    Elaborado por Iuri P. Machado com dados: Embrapa (custos) e Cepea (preço).

    Para o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, “Apesar da recuperação dos preços da carne suína e da queda nos custos de produção, a crise ainda não acabou. No entanto, para o segundo semestre do ano, há grande expectativa quanto ao crescimento das exportações e ao aquecimento da demanda doméstica, impulsionados não apenas pela sazonalidade, mas também pela entrada de maiores recursos de ajudas governamentais com início previsto para agosto. Do lado dos custos, o milho deve continuar caindo de preço à medida que a safra recorde avança”, conclui.

    Mercado Suíno Cresce Apesar de Tudo
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    Fonte: Noticias Agricolas

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