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El Niño e a cigarrinha-do-milho: um alerta preocupante

    El Niño favorece cigarrinha-do-milho, alerta pesquisador

    Sumário

    • Identificação do problema climático na safra 2023-24

    • A cigarrinha-do-milho como vetor de doenças e suas consequências

    • O impacto da cigarrinha-do-milho nas safras anteriores

    • Desafios no controle da cigarrinha-do-milho

    • Estratégias recomendadas para o manejo da cigarrinha-do-milho

    • O ciclo rápido da cigarrinha-do-milho e a importância do tratamento adequado

    • Consequências do ataque da cigarrinha-do-milho e sua relação com a produtividade

    Introdução

    O fator clima apresenta um desafio significativo para os produtores na safra 2023-24, com a prevalência do El Niño e temperaturas elevadas. Nesse contexto, a cigarrinha-do-milho se torna uma praga de alta complexidade, ameaçando as lavouras e ocasionando perdas expressivas. Neste artigo, discutiremos a importância de identificar e controlar a cigarrinha-do-milho, explorando estratégias de manejo adequadas.

    Identificação do problema climático na safra 2023-24

    O pesquisador Germison Tomquelski alerta para os desafios enfrentados pelos produtores devido ao clima na safra 2023-24, com destaque para a prevalência do El Niño e suas consequências para a proliferação da cigarrinha-do-milho.

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    A cigarrinha-do-milho como vetor de doenças e suas consequências

    A cigarrinha-do-milho é um vetor de doenças, incluindo fitoplasma, espiroplasma-molicutes e duas viroses: raiado fino e mosaico estriado. O ataque da cigarrinha pode resultar em perdas consideráveis nas lavouras, estimadas entre 30% e 90%.

    O impacto da cigarrinha-do-milho nas safras anteriores

    Em safras anteriores, produtores enfrentaram perdas significativas devido ao aumento da pressão da cigarrinha-do-milho. As perdas chegaram a 100% em algumas áreas, resultando em quebras significativas na colheita de milho.

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    Desafios no controle da cigarrinha-do-milho

    A chegada de tecnologias como milho RR, Bt e Viptera trouxe melhorias no controle de outras pragas, mas tornou o controle da cigarrinha-do-milho mais desafiador. Além disso, a presença de ‘pontes verdes’ ao longo do ano contribui para a reprodução intensa da praga.

    Estratégias recomendadas para o manejo da cigarrinha-do-milho

    Germison Tomquelski recomenda aos produtores adotar estratégias de manejo que incluam a eliminação de ‘plantas tigueras’ e o monitoramento constante da lavoura. O uso de inseticidas, tratamentos de sementes e manejo biológico são essenciais para o controle eficiente da cigarrinha-do-milho.

    O ciclo rápido da cigarrinha-do-milho e a importância do tratamento adequado

    A cigarrinha-do-milho possui um ciclo de reprodução rápido, exigindo que os produtores adotem medidas de controle desde os estágios iniciais da cultura do milho. O tratamento adequado das ninfas da praga é fundamental para evitar danos significativos nas lavouras.

    Consequências do ataque da cigarrinha-do-milho e sua relação com a produtividade

    O ataque da cigarrinha-do-milho pode levar a uma série de problemas nas plantas, incluindo a interrupção da translocação de seiva, menor desenvolvimento das espigas e redução do tamanho dos grãos. Esses fatores impactam diretamente a produtividade e podem resultar em perdas econômicas significativas para os produtores.

     O fator clima será um dos principais desafios do produtor na safra 2023-24. A prevalência do El Niño, com temperaturas elevadas, favorece a proliferação de pragas de alta complexidade como a cigarrinha-do-milho (Daubulus maidis). O alerta é do pesquisador Germison Tomquelski, da Desafios Agro, de Chapadão do Sul (MS). Estudioso da cigarrinha desde o início da década de 2000, ele relata que a pressão do inseto se apresenta elevada em algumas regiões já neste início de outubro.

    Conforme Tomquelski, “o grande problema” da cigarrinha está relacionado ao efeito de ‘enfezamento-viroses’ na cultura do milho. “Ela é um vetor de doenças: fitoplasma, espiroplasma-molicutes e também de duas viroses, a do raiado fino e a do mosaico estriado”, explica o pesquisador. Não contida, ele acrescenta, a cigarrinha-do-milho leva ao produtor perdas estimadas entre 30% e 90% de uma lavoura.

    “Em áreas de pesquisas, já observamos perdas de 100%”, adianta Tomquelski. Na safrinha 2015 e nos dois anos seguintes, conta ele, quando a cigarrinha voltou com tudo após um tempo ‘esquecida’, os agricultores não estavam preparados para a alta pressão da praga. “Produtor que colhia 120 sacas, uma média boa na época, passou a colher 80, quebra altamente significativa.”

    De lá para cá, avalia Tomquelski, a situação piorou. “Vimos produtores que alcançavam 150 sacas, 160 sacas cuja colheita caiu para médias entre vinte sacas e trinta sacas”. Calcula-se, portanto, com base no preço do milho hoje (R$ 40 a saca), que a repetição desse cenário traria um prejuízo de aproximadamente R$ 4.800 por hectare.

    Pontes verdes, adultos e ninfas

    Conforme o pesquisador, o controle da cigarrinha-do-milho tornou-se mais desafiador após a chegada de tecnologias como milho RR, Bt e Viptera, que contribuíram na melhora do controle da Spodoptera, “por muito tempo a ‘lagarta-praga número 1’ da cultura do milho”, destaca Tomquelski. Outro fator que hoje potencializa a pressão robusta da cigarrinha no país, observa ele, consiste na manutenção de ‘pontes verdes’ o ano inteiro. “Em muitas regiões, a cultura permanece nos campos, seja cultivada ou na forma de plantas ‘tigueras’ (restos de culturas). Essa condição abre caminho para a praga se reproduzir com força e transmitir doenças rapidamente a todo o sistema.”

    Para Germison Tomquelski, a genética brasileira priorizou ao longo dos últimos anos o “fator produtividade”. Materiais rústicos, mais tolerantes a doenças, explica ele, foram perdendo espaço. “A vulnerabilidade da lavoura se agravou ainda pelo aumento da quantidade de pivôs, pela produção de milho-semente e das chamadas ‘novas janelas’. O produtor acaba plantando em uma época que não era para ter milho em sua área”, reforça.

    Na safra em andamento, frente a previsões de vários especialistas quanto ao provável recrudescimento da pressão da cigarrinha-do-milho, Tomquelski recomenda ao produtor adotar estratégias de manejo ancoradas na eliminação de ‘plantas tigueras’ e no monitoramento da lavoura.  “A quantidade de ovos postos pela cigarrinha é enorme, duzentos, em média. Tal capacidade pode gerar até um milhão de cigarrinhas nas próximas gerações”, ele alerta.

    O pesquisador defende que nas primeiras aplicações de inseticidas o produtor de milho utilize produtos ‘adulticidas’ de maior eficiência, focando, portanto, inicialmente, na forma adulta da cigarrinha. “Somado a um bom tratamento de sementes, consegue-se um controle da ordem de 70%. O manejo biológico também deve chegar junto com o químico inicialmente. E não se pode perder de vista, nos dias de hoje, o controle bem feito das ninfas da praga, que até há pouco tempo não eram alvos prioritários dos tratamentos”, resume Tomquelski.

    Segundo ele, a cigarrinha-do-milho tem ciclo “muito rápido”, na casa de vinte e poucos dias. “Aprendemos nas últimas duas safras que o produtor precisa aplicar os produtos com ação também nas ninfas, já nos estágios iniciais da cultura do milho (V3, V4, V5). O biológico é igualmente necessário nesta fase inicial. Preconizamos que nas áreas críticas sejam observados intervalos curtos, de três a cinco dias entre uma aplicação e outra”, orienta Tomquelski.

    “Trata-se de uma praga com alto poder destrutivo, todo o investimento do produtor pode ir para o chão. Os molicutes-vírus impedem a translocação de seiva, afetam o desenvolvimento da espiga, o enchimento e o tamanho dos grãos. Causam menor desenvolvimento das plantas e o ‘quebramento’ das mesmas. A redução da produtividade se dá por conta de todos esses fatores”, finaliza Germison Tomquelski.

    (Com Assessoria)

    (Fernanda Toigo/Sou Agro)

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    O fator clima na safra 2023-24 e o desafio do produtor

    A proliferação da cigarrinha-do-milho em decorrência do El Niño

    Nas próximas safras, o fator clima será um dos principais desafios enfrentados pelos produtores. Com a prevalência do El Niño e as temperaturas elevadas, a proliferação da cigarrinha-do-milho (Daubulus maidis) se torna ainda mais favorável. O pesquisador Germison Tomquelski, da Desafios Agro, de Chapadão do Sul (MS), alerta para a alta pressão da praga, que se apresenta elevada em algumas regiões já no início de outubro.

    O impacto da cigarrinha-do-milho nas lavouras

    A cigarrinha-do-milho é vetor de diversas doenças que afetam a cultura do milho, como fitoplasma, espiroplasma-molicutes, raiado fino e mosaico estriado. Sua presença descontrolada pode causar perdas estimadas entre 30% e 90% em uma lavoura, chegando até a perdas totais em algumas áreas de pesquisa. Nas últimas safras, produtores relataram quedas significativas na produtividade, passando de colher 120 sacas para apenas 80 sacas, por exemplo.

    O aumento da pressão da cigarrinha-do-milho e os prejuízos financeiros

    A situação tem piorado nos últimos anos, com produtores que alcançavam altas produtividades de 150 a 160 sacas por hectare passando a colher apenas entre vinte e trinta sacas. Levando em consideração o preço atual do milho, isso poderia representar um prejuízo de aproximadamente R$ 4.800 por hectare.

    Fatores que potencializam a pressão da cigarrinha-do-milho

    A chegada de tecnologias como milho RR, Bt e Viptera melhorou o controle da Spodoptera, mas também tornou o controle da cigarrinha mais desafiador. Além disso, a manutenção de “pontes verdes” durante todo o ano em diversas regiões aumenta a reprodução e disseminação da praga.

    A priorização da produtividade e o aumento da vulnerabilidade

    A genética brasileira priorizou a produtividade nos últimos anos, reduzindo o espaço para materiais mais rústicos e tolerantes a doenças. O aumento da quantidade de pivôs, a produção de milho-semente fora de época e a prática das “novas janelas” de plantio também contribuem para a vulnerabilidade da lavoura.

    Estratégias de manejo para controlar a cigarrinha-do-milho

    Diante das previsões de aumento na pressão da cigarrinha, o pesquisador recomenda a adoção de estratégias de manejo que envolvem a eliminação de plantas tigueras e o monitoramento constante da lavoura. As aplicações de inseticidas devem focar inicialmente na cigarrinha adulta e nas ninfas, com intervalos curtos entre as aplicações.

    O impacto das doenças transmitidas pela cigarrinha-do-milho

    As doenças transmitidas pela cigarrinha, como os molicutes-vírus, têm um alto poder destrutivo nas plantas de milho. Elas afetam o desenvolvimento da espiga, o enchimento e o tamanho dos grãos, resultando em menor produtividade. É necessário combater a cigarrinha para evitar esses danos.

    Em resumo, a cigarrinha-do-milho é uma praga de alta complexidade que representa um grande desafio para os produtores de milho. Sua presença descontrolada pode causar grandes prejuízos financeiros devido às perdas na produtividade das lavouras. Estratégias de manejo, como a eliminação de plantas tigueras e o monitoramento constante da lavoura, são essenciais para controlar a proliferação da praga. Além disso, a aplicação de inseticidas e o manejo biológico são importantes para combater a cigarrinha em diferentes estágios de desenvolvimento. O controle eficiente da cigarrinha-do-milho é fundamental para garantir uma agricultura sustentável e produtiva.
    Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

    Conclusão

    O aumento da prevalência do El Niño e das temperaturas elevadas favorece a proliferação da cigarrinha-do-milho na safra 2023-24. Essa praga é um vetor de doenças que podem causar perdas significativas na produção de milho. O controle dessa praga tem se tornado mais desafiador devido à utilização de tecnologias que melhoraram o controle de outras pragas no milho, além da manutenção de “pontes verdes” o ano inteiro. É necessário que os produtores adotem estratégias de manejo eficientes para combater a cigarrinha e minimizar os prejuízos na lavoura.

    Perguntas e Respostas

    1. Por que a cigarrinha-do-milho é uma praga de alta complexidade?

    A cigarrinha-do-milho é uma praga de alta complexidade porque é um vetor de doenças que causam prejuízos significativos na cultura do milho.

    2. Qual é o impacto da cigarrinha-do-milho na produtividade da lavoura?

    A cigarrinha-do-milho pode causar perdas estimadas entre 30% e 90% da produção de milho. Em alguns casos, as perdas podem chegar a 100%.

    3. Quais são as principais estratégias de manejo recomendadas para o controle da cigarrinha-do-milho?

    As principais estratégias de manejo recomendadas para o controle da cigarrinha-do-milho envolvem a eliminação de “plantas tigueras” e o monitoramento da lavoura. Além disso, é importante utilizar inseticidas eficientes e realizar um controle adequado das ninfas da praga.

    4. Por que o controle da cigarrinha-do-milho se tornou mais desafiador nos últimos anos?

    O controle da cigarrinha-do-milho se tornou mais desafiador nos últimos anos devido à utilização de tecnologias que melhoraram o controle de outras pragas no milho, além da manutenção de “pontes verdes” o ano inteiro, que proporcionam condições favoráveis para a reprodução da praga.

    5. Por que é importante realizar aplicações de inseticidas também nas ninfas da cigarrinha-do-milho?

    É importante realizar aplicações de inseticidas também nas ninfas da cigarrinha-do-milho porque elas possuem um ciclo muito rápido e podem causar danos significativos à cultura do milho. Além disso, o controle biológico também é necessário no estágio inicial da cultura.

    (Com Assessoria)

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