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Diferentes sentimentos na supersafra de milho • Portal DBO

    Diferentes sentimentos na supersafra de milho • Portal DBO

    O Rali da Pecuária 2022/2023, levantamento feito pela Agroconsult em todas as regiões produtoras do país, aponta uma safra de 107,2 milhões de toneladas de grãos, volume 16,1% maior que a safra passada.

    E a comemoração pode ser estendida para quem já está planejando e comprando para 2024. Operações como confinamento e semiconfinamento terão grãos mais baratos, já que também sobra soja e farelo de soja, além de subprodutos do algodão. Festa de um lado, preocupação do outro.

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    Os agricultores contemplam quedas acentuadas nos preços, em contraponto ao aumento da produtividade do milho, em torno de 105,5 sacas por hectare – 14,8% sobre a safra passada. Hoje, a saca de 60 kg está cotada a R$ 55,04, segundo o Cepea, contra até R$ 101,40 no mesmo mês de 2021. Assim, lamenta-se muito por não terem fechado uma venda antecipada.

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    “Os quatro principais fatores dessa supersafra são a melhor distribuição das chuvas, maior número de plantas, espigas e grãos por hectare, boa sanidade e o excelente desempenho das lavouras tardias”diz o coordenador do Rally, André Debastiani.

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    A pesquisa em detalhes – A atual temporada começou com todas as atenções voltadas para o ritmo mais lento do plantio, devido ao alongamento do ciclo da soja e às constantes chuvas durante a safra.

    Esse cenário aumentou o risco climático da segunda safra de milho, devido à possibilidade de interrupção precoce das chuvas e ocorrência de geadas no mês de junho, principalmente nos estados de Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo e Minas Gerais.

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    O agrônomo André Debastiani (Foto: Divulgação)

    “Com o avanço da segunda safra, as equipes encontraram condições favoráveis ​​e os riscos se dissiparam. Apesar de a vindima se estender até setembro, as possíveis perdas devido ao mau tempo a partir de agora serão mais reduzidas, o que confirma uma colheita muito boa”avalia Debastiani.

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    Mato Grosso é o principal destaque da segunda safra do milho, com produtividade recorde de 120,1 sacas por hectare – quatro sacas a mais que a projeção no início da fase do milho e 15% superior à safra anterior. O resultado se deve, principalmente, à melhor distribuição das chuvas que permitiu um bom desempenho das safras precoces, médias e, principalmente, tardias.

    A área plantada no estado foi revisada para 7,43 milhões de hectares – 8,9% a mais que na safra passada – e a produção deve ficar acima de 53,5 milhões de toneladas.

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    Goiás também registra produtividade recorde: 116,9 sacas por hectare, contra projeção inicial de 114 sacas por hectare. O resultado é 44% superior ao da safra passada (81,3 sacas por hectare).

    Desafios adiante – Entre os desafios de uma safra de 107,2 milhões de toneladas estão a colheita e o armazenamento dessa produção. Segundo estimativas da Agroconsult, organizadora do Rally, os meses de agosto e setembro vão concentrar 38% da safra nos estados de Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná, contra 25% na safra anterior, o que representa um volume adicional de 15,8 milhões de toneladas colhidas neste período.

    No Mato Grosso, por exemplo, o ritmo da colheita é lento, pois não há espaço suficiente nos armazéns e muitas empresas têm recorrido a silos, o que atrasa a operação. O terceiro desafio é administrar todo esse volume. Apesar do bom desempenho do mercado interno, que deve responder por 81,3 milhões de toneladas, ainda haverá milho suficiente para exportar mais 54,1 milhões de toneladas.

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    Atualmente, o milho brasileiro é o mais competitivo do mundo, com a China demandando o cereal. “A questão é se vamos conseguir superar as dificuldades de entrega”, aponta Debastiani. Outro desafio está na cabeça dos agricultores, que hoje estão muito preocupados com a remuneração da safra ao final da safra e com o planejamento da próxima safra.

    Rali do Safra – O levantamento tem mais de um milhão de quilômetros percorridos e 32 mil lavouras avaliadas nas 19 edições anteriores. Seis equipes técnicas do Rally avaliaram as safras de milho segunda safra de 21 de maio a 1º de julho.

    Outras 17 equipes fizeram um levantamento das condições das lavouras de soja desde janeiro, com mais de 80 mil quilômetros percorridos. Quatro equipes realizaram visitas técnicas aos produtores entre abril e maio.

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    O trabalho de campo do Rally ocorre durante a fase de desenvolvimento da lavoura e colheita e os técnicos percorrem polos produtores em 12 estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Maranhão, Piauí e Tocantins, que respondem por 95% da área de produção de soja e 72% da área de milho.

    Fonte: Portal DBO