Publicado em 12/07/2023
Após uma pausa de 20 dias, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura invasões de terras no Brasil retomou seus trabalhos e aprovou, nesta terça-feira (11), pedido para ouvir o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Marco Edson Gonçalves Dias, e convocar o vice-presidente da Suzano Papel e Celulose, Luís Bueno. A presidência da CPI é ocupada pelo vice-tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS).
O deputado Ricardo Salles (PL-SP), autor do requerimento e relator da CPI, afirmou que o objetivo da convocação do ex-ministro é esclarecer a atuação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no monitoramento de invasões de terras ocorridas entre janeiro e março deste ano. Salles destacou a importância da obtenção de informações sobre as atividades de inteligência realizadas pela Abin, incluindo o monitoramento de invasões de terras, a articulação do Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN) e a análise das informações produzidas pelos órgãos de inteligência federais e estaduais.
Outro nome que constava da lista de convocados era o do ministro da Casa Civil, Rui Costa, mas o pedido foi retirado da ordem do dia. Esta é a segunda vez que adversários da CPI agem para evitar a convocação do ministro. No entanto, há previsão de que a candidatura seja votada após o recesso parlamentar, em agosto.
O deputado Lucas Redecker, membro da FPA, destacou a preocupação de alguns integrantes da CPI em relação à convocação do ministro Rui Costa. Segundo ele, isso demonstra que existe algo muito importante ou que causa muito medo na esquerda.
Durante a reunião, também foi aprovada a convocação do vice-presidente da Suzano Papel e Celulose, Luís Bueno. A empresa teve uma de suas propriedades invadida em Aracruz, no Espírito Santo. Segundo Salles, é importante que as vítimas mostrem à CPI os prejuízos causados por essas invasões criminosas.
Até o momento, dos 286 pedidos apresentados nas reuniões da CPI das Invasões de Terra, 207 aguardam análise. Desde o início dos trabalhos, a comissão tem como foco ouvir lideranças do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), ex-integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União). .
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