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Brasil exporta 2,5 milhões de sacas de café

    Brasil exporta 25 milhoes de sacas de cafe

    As exportações brasileiras de café somaram 2,476 milhões de sacas de 60 kg em julho, primeiro mês da safra 2022/23, volume que implica queda de 14,9% em relação às 2,909 milhões registradas no mesmo mês de 2021. Em termos de receita , as remessas renderam US$ 583,7 milhões, com aumento de 40,3% na mesma comparação. Os dados fazem parte do relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

    O presidente da entidade, Günter Häusler, avalia que o desempenho de julho reflete a continuidade dos gargalos logísticos e a demanda aquecida da indústria nacional por robustas e conilons.

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    “Os fabricantes brasileiros de café torrado, moído e solúvel têm mantido forte demanda por canephora em seus blends, e não podemos esquecer que, apesar de uma ligeira melhora, ainda persistem obstáculos ao comércio marítimo mundial”, comenta.

    Lembrando que a entrada de novas safras ocorre, com maior peso, a partir dos meses de agosto, ele acredita que um pequeno atraso no trabalho de colheita, registrado no início da safra do ciclo atual, e a comercialização um pouco mais lenta também podem impactar desempenho em julho.

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    “A colheita hoje está em ritmo normal, mas o atraso nos meses anteriores teve um leve impacto nas exportações. Além disso, as fortes e recentes oscilações de preços, aliadas à continuidade da guerra e às incertezas relacionadas à macroeconomia global, reduziram a dinâmica da comercialização, fazendo com que os produtores analisem os melhores cenários para realizar as vendas”, completa Häusler.

    Em relação à receita, o presidente do Cecafé explica que ela decorre dos altos níveis de preços internos e externos do produto, além do câmbio favorável. “Destacamos também a competência dos profissionais de logística dos exportadores brasileiros, que, diante dos altos custos de frete e menor disponibilidade de contêineres e espaço nos navios, encontram caminhos para o Brasil continuar honrando seus compromissos internacionais. No mês passado, por exemplo, houve mais uma exportação via break bulk”, conclui.

    ANO CIVIL
    Com câmbio e preços favoráveis, a receita cambial dos embarques realizados entre janeiro e julho de 2022 atingiu o recorde histórico de US$ 5,231 bilhões, o que equivale a um crescimento de 62,4% em relação ao valor registrado no mesmo período em o último ano.

    Em volume, as exportações de café do Brasil, nos primeiros sete meses deste ano, somam 22,444 milhões de sacas, apresentando queda de 5,9% em relação a 2021.

    PRINCIPAIS DESTINOS
    De janeiro ao final de julho deste ano, os Estados Unidos lideraram o ranking das exportações nacionais de café. Os norte-americanos importaram 4,659 milhões de sacas, volume 2,9% superior aos 4,526 milhões adquiridos no mesmo período de 2021 e que correspondeu a 20,8% do total embarcado do Brasil em 2022.

    A Alemanha, representando 17,9%, importou 4,015 milhões de sacas (-4,1%) e ocupou o segundo lugar na tabela. Em seguida, veio a Bélgica, com a compra de 1,993 milhão de sacas (+17,5%); Itália, com 1,817 milhões (+8,0%); e Japão, com a aquisição de 991.898 sacas (-26,8%).

    Entre os 10 principais destinos de café do Brasil nos sete meses deste ano, apenas alemães e japoneses reduziram o volume comprado em relação a 2021. A Colômbia, sexta no ranking, aumentou as importações em 14,2%, seguida pela Espanha (7ª), com aumento de 26,0%; Reino Unido (8º), com crescimento de 7,9%; Coreia do Sul (9º), com aumento de 27,0%; e Holanda (10º), com crescimento de 61,9%.

    TIPOS DE CAFÉ
    O café arábica foi o mais exportado em 2022, com embarque de 19,299 milhões de sacas ao exterior, o que correspondeu a 86,0% do total. O café solúvel registrou embarques equivalentes a 2,181 milhões de sacas, representando 9,7%. Em seguida, veio a variedade canéfora (robusta + conilon), com exportações de 939.334 sacas (4,2%), e o produto torrado e torrado e moído, com 24.395 sacas (0,1%).

    CAFÉ DIFERENCIADO
    Os cafés diferenciados, que possuem qualidade superior ou algum tipo de certificado de práticas sustentáveis, responderam por 17,4% do total das exportações brasileiras do produto de janeiro a julho de 2022, com o embarque de 3,915 milhões de sacas ao exterior. Esse volume representa um aumento de 1,2% na comparação com as 3,868 milhões de sacas embarcadas pelo país no mesmo período do ano anterior.

    O preço médio desse produto foi de US$ 288,65 por saca, proporcionando receita de US$ 1,130 bilhão nos sete meses, o que corresponde a 21,6% do obtido com os embarques totais. Na comparação anual, o valor é 67,1% superior ao apurado no mesmo intervalo anterior.

    No ranking dos principais destinos dos cafés diferenciados entre janeiro e julho, os Estados Unidos lideram, com importações de 961.072 sacas, o equivalente a 24,5% do total exportado desse tipo de produto. Em seguida vem a Alemanha, com 690.454 sacas e uma representação de 17,6%; Bélgica, com 522.913 sacas (13,4%); Itália, com 262.218 sacas (6,7%); e Japão, com 166.073 sacas (4,2%).

    PORTOS
    O complexo marítimo de Santos (SP) continua como o principal exportador de café do Brasil no ano-calendário, com o embarque de 18,538 milhões de sacas, o que equivale a 82,6% do total. A fechar a lista dos três primeiros estão os portos do Rio de Janeiro, que respondem por 12,8% dos embarques com embarque de 2,871 milhões de sacas nos sete meses de 2022, e Paranaguá (PR), com a exportação de 217.234 sacas (1,0 %).

    Os dados são do Cecafé.



    Fonte: Agro