Durante a 28ª Agrishow — Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação, a Agência Paulista de Tecnologia do Agronegócio (APTA) vem liderando eventos que buscam aproximar a pesquisa da disponibilidade de soluções inovadoras para a agricultura. No primeiro dia da feira, o evento “Passado, Presente e Futuro: os caminhos da APTA na agroinovação” se propôs a contar a trajetória da Agência, que coordena as atividades de pesquisa da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP, e como a inovação sempre esteve no centro de suas ações.
Começando pela história da criação de seus Institutos, alguns deles centenários, o coordenador da APTA, Carlos Nabil Ghobril, contou à plateia como o foco sempre foi resolver os problemas da agricultura por meio de processos e tecnologias inovadoras. Em seguida, foram discutidos alguns cases de sucesso dos Institutos APTA, que conseguiram, por meio de parcerias com a iniciativa privada, trazer soluções que impulsionaram novos negócios para o agro.
A diretora do Instituto Biológico (IB-APTA), Ana Eugênia de Carvalho Campos, tomou a palavra para falar sobre como a APTA tem se preparado para o futuro da inovação na agricultura. Ana Eugênia mostrou ao público algumas ações que já começaram ou estão sendo implementadas e que focam em processos inovadores, como o Centro de Ciência para o Desenvolvimento (CCDs), por exemplo, fruto de parcerias com empresas e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de SP (Fapesp).
Segundo ele, a APTA se prepara para lançar ainda este ano o APTA Hub, que contará com seis Ambientes promotores de inovação sediados em seus Institutos em quatro cidades paulistas — Santos, São Paulo, Campinas e Ribeirão Preto -, além de para um Escritório Comercial em Campinas.
As sedes serão espaços preparados para fomentar a interação entre pesquisadores da APTA, investidores e agroempresas de todos os portes, com o objetivo de gerar, impulsionar e acelerar novos negócios e produtos para atender às demandas das mais diversas cadeias produtivas. O evento contou com a presença de diretores de institutos de pesquisa, pesquisadores e representantes de empresas e startups.
Corredor Agro: impulsionando tecnologias inovadoras no agro paulista
Dando continuidade às ações voltadas à inovação na Agrishow, a APTA, em parceria com o Sebrae e a Embrapa, organizou o workshop Corredor Agro. O evento, que aconteceu no espaço Gourmet da Secretaria de Agricultura da Feira, foi uma oportunidade de conectar diferentes agentes envolvidos com a inovação voltada para o setor agropecuário e apresentar com mais profundidade o Corredor de Inovação Agropecuária de SP e sua atuação como uma rede de conexão entre Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs), AgTechs e empresas de diversos portes.
Considerado uma grande rede de redes, o Corredor é baseado no conceito internacional da geografia da inovação, centrado em cinco cidades-âncora (Ribeirão Preto, São Carlos, Piracicaba, Campinas e São José dos Campos) que concentram entidades de grande capital intelectual e potencial tecnológico. A APTA e suas instituições de pesquisa participam ativamente da iniciativa, trazendo todo o seu background em CT&I nas mais diversas cadeias do Agro. Também fazem parte do Corredor, Embrapa, Universidades Públicas de SP, outros institutos de pesquisa e iniciativa privada.
No workshop, cada uma das cidades-âncora teve oportunidade de mostrar ao público uma abrangência dos aportes tecnológicos que desenvolve na sua área de atuação. Representando o ecossistema de inovação de Campinas, a pesquisadora do Instituto Agronômico (IAC) Lilian Anefalos abordou o tema Negócios em Frutas, Hortaliças e Hortaliças (FLV) – Acesso ao mercado e rastreabilidade. Ela comentou como o ecossistema de inovação de Campinas cresceu rapidamente nos últimos anos, com intensa promoção da área tecnológica, sendo reconhecida como epicentro de tecnologia e inovação no Brasil e foco de startups — a cidade ficou entre as três finalistas do Prêmio Nacional de Inovação.
Lilian focou sua palestra na rastreabilidade agrícola e mencionou iniciativas voltadas para o desenvolvimento sustentável de base tecnológica. Como iniciativas da APTA, a pesquisadora citou o Tropical Food Innovation Lab, sediado no Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), e o [email protected] lab: Produção Agrícola Sustentável frente às Mudanças Climáticas, do IAC, como exemplos de iniciativas promissoras na promoção de novos negócios inovadores.
Já nas outras quatro cidades-âncora, a USP de Ribeirão Preto representou a cidade trazendo oportunidades de negócios em Biotecnologia. São Carlos, com foco em Negócios em Nanotecnologia, Fotônica e Tecnologia Quântica, contou com a apresentação da Embrapa Instrumentação. Piracicaba e seus Negócios em Bioenergia e Turismo Rural e Tecnológico foram representados pelo Sebrae, e São José dos Campos trouxe a empresa Climatempo, da Agropolo Vale, falando sobre Negócios em Clima.
Segundo as organizações associadas, o Corredor Agro paulista tem potencial para ser a maior rede do gênero dedicada à agricultura tropical do mundo e estar entre as cinco maiores do agro em nível global. O mapeamento inicial indicava a integração de pelo menos 30 ICTs diretamente ligadas à agricultura ao projeto, além de mais de 300 AgTechs.
