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Transmissão: confira a cobertura do terceiro dia do evento Summit Agronegócio 2022

    Transmissao confira a cobertura do terceiro dia do evento Summit

    Summit/Fiagril/Belagricola/Chan: Acho muito difícil um boicote ambiental às commodities

    Por Isadora Duarte e Tânia Rabello

    São Paulo, 09 de Novembro de 2022 – A diretora de Investimentos da empresa chinesa Dakang Brasil, Amy Chan, considera “muito difícil” para o governo chinês boicotar commodities no meio ambiente. “Não acho que a China será autossuficiente em soja. “Acho que essa possibilidade (de boicote) tem que ser com os consumidores, tanto os usuários finais quanto as empresas e restaurantes, que são empresas que precisam se responsabilizar por isso com seus consumidores. Acho muito difícil boicotar a soja, por exemplo, passando pelo governo e pela cadeia de valor”, disse Chan durante o Summit Agronegócio Brasil 2022 “Desafios à Frente”, promovido pela Estadão, que teve início na última segunda-feira (7) e segue até hoje. No Brasil, a empresa controla as empresas Fiagril, Belagrícola e Fex Agro. Chan é membro do Conselho da Fiagril, Belagrícola e Fex Agro.

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    Chan não está preocupado com a possibilidade de a China aplicar uma legislação restritiva aos produtos agrícolas brasileiros importados, como a que está sendo discutida pela União Européia. “Até agora vejo a China muito mais reativa no meio ambiente do que proativa no meio ambiente. A China tem um grande problema com a poluição, que precisa enfrentar. Tínhamos escassez de agroquímicos aqui no Brasil por causa do fechamento de plantas industriais lá na China por causa da poluição”, avaliou.

    Também presente no evento, a sócia-diretora da Vallya Agro, Larissa Waccolz, disse ver espaço para o diálogo entre Brasil e China, tanto na colaboração em metodologias de verificação de produtos e agricultura de baixo carbono quanto na realidade ambiental do país. . “Não vejo mais esse espaço com a Europa. Vejo espaço com a China, mas não um diálogo intenso. Não vejo o Brasil aproveitando bem esse espaço. Conversar extensivamente com a China sobre isso deve estar em nosso plano estratégico com eles”, observou ela.

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    Waccholz descartou o risco de os chineses carimbarem os produtos brasileiros como “não compráveis” por problemas ambientais, mas citou outras medidas que poderiam ser adotadas nesse sentido pelo país asiático. “Se não formos proativos, temo que possamos ser surpreendidos por alguma norma chinesa. Não podemos ignorar o fato de que alguma medida pode acontecer, mesmo que a segurança alimentar seja uma prioridade absoluta na China”, acrescentou.

    Segundo o consultor, que foi assessor especial para assuntos relacionados à China no Ministério da Agricultura, a segurança alimentar e a soberania continuarão sendo estratégicas para a China. Mas ela teme poder se juntar à pressão internacional sobre questões ambientais. “A adesão dela (da China) ao debate climático está ligada à segurança alimentar. A China sabe que precisa enfrentar as questões ambientais para fazer isso. Por outro lado, uma reputação internacional positiva também é fundamental para os chineses. Meu medo é que eles se juntem à pressão dos europeus porque olham para a Europa como um exemplo de políticas públicas e regulatórias e porque são cobrados por serem nossos maiores compradores de produtos agrícolas”, disse. Ela chamou a posição da China sobre o meio ambiente de “complexa”.

    Summit/Insper/Jank: A Índia é um grande mercado potencial, mas o país ainda está muito fechado

    Por Tânia Rabello e Isadora Duarte

    São Paulo, 09/11/2022 – Ao defender a ideia de que o agronegócio brasileiro precisa diversificar os mercados, o professor sênior de agronegócio global e coordenador do Insper Agro Global, Marcos Jank, disse anteriormente que dois grandes mercados futuros em potencial estão na Ásia – além para a China -, como o Sudeste Asiático, com Indonésia, Malásia e Vietnã, e Índia. Mas a Índia “ainda está muito fechada” porque a maior parte da população vive em áreas rurais. Para que o país se tornasse um grande consumidor de alimentos brasileiros, seria preciso, como fez a China, deslocar milhões de pessoas para a classe média urbana. “A China deslocou, nos últimos anos, 200 milhões de habitantes para a classe média urbana”, apontou. “Mas a Índia não pode fazer esse movimento.”

    Jank participou, nesta manhã, de painel no Summit Agro 2022, promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo🇧🇷 Ele mencionou que a Ásia, junto com a China, já absorve 67% das exportações do agronegócio brasileiro. “A Índia representa menos de 2%.” Mesmo assim, o professor defendeu que o Brasil busca países populosos para suas exportações. “Mas ainda não chegamos lá, além da China.”

    Ainda sobre a Índia, Jank lembrou que, embora o país consuma pouca proteína animal – que é um dos pontos fortes do agronegócio brasileiro -, “consome proteína vegetal, como leguminosas (lentilha e grão-de-bico, por exemplo) e laticínios” . “Vale a pena trabalhar nesses nichos em cada um desses mercados.”

    Jank destacou, porém, que embora o governo brasileiro “esteja nesses lugares”, com 28 adidos agrícolas em vários países. “Quem não está presente é o setor privado e tem que estar”, alertou. “Não adianta só ir para Brasília.”

    Ainda sobre os potenciais mercados externos, Jank avaliou que se hoje o foco é a China, daqui a 20 anos será o Sudeste Asiático e, em 40 anos, a África – que, aliás, também deve se tornar um grande produtor de alimentos a partir da transformação de savanas em áreas agrícolas, a partir do que aconteceu no Cerrado brasileiro, que tem solo e clima semelhantes.

    Summit/Insper/Jank: via inaugurada trecho da ferrovia no Mato Grosso que vai favorecer o milho

    Por Tânia Rabello, Isadora Duarte

    São Paulo, 09/11/2022 – O trecho de 680 quilômetros da ferrovia de Rumo de Rondonópolis a Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, vai beneficiar o milho, segundo o professor sênior de agronegócio mundial e coordenador do Insper Agro Global, Marcos Jank, que participa, nesta manhã, de painel no Summit Agro 2022, promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo🇧🇷

    Segundo Jank, entre os anos 1990 e 2010, o Brasil era basicamente autossuficiente em milho e exportava muito pouco. “Hoje já saem entre 30 milhões e 40 milhões de toneladas de milho por ano”, disse.

    Na avaliação do professor, o milho vale menos que a soja, mas o crescimento das exportações deve integrar uma estratégia de diversificação de produtos e abertura de novos mercados. “Abrimos as portas do mercado chinês para o farelo de soja, mas é complicado. Precisamos diversificar os produtos e direcioná-los para outros mercados, principalmente na Ásia. Temos muito potencial no Sudeste Asiático e em outros lugares”, disse ele.

    O professor lembrou ainda que, nessa estratégia, o Brasil deve intensificar os embarques de carne para a China devido ao valor agregado do produto.

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    Fonte: Agro