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Testes de gravata borboleta movimentam público em Araçatuba (SP)

Quando se trata de provas de Lasso de Bezerro, a discussão é longa e válida. Muitos defendem o esporte pela importância da ação no cotidiano do trabalho nas fazendas, enquanto outros pedem o fim da atividade porque supostamente prejudica o bezerro. O que muita gente não sabe é que existem regras muito rígidas em relação ao bem-estar dos bezerros que participam das provas.

A Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM) e a Associação Nacional de Gravata Individual (ANLI), possuem regras rígidas e supervisão nos testes aprovados pelas entidades. Regras ABQM As regras ABQM para a modalidade são:

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1 – Os animais devem ser submetidos a uma avaliação do escore de condição corporal (ECC), bem como a uma inspeção, realizada por médico veterinário, para assegurar que estão física e clinicamente aptos a participar;

2 – Podem participar bovinos jovens com peso mínimo de 800 kg;

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3 – Deve ser fornecida suplementação específica para a categoria de animais participantes desta modalidade, a fim de mantê-los nutridos de acordo com suas necessidades;

4 – O gado deve ser alimentado no local de prova antes do início da actividade desportiva, através da sua condução para reconhecimento de todos os ambientes;

5 – Deve-se atentar para o número de vezes que o bovino participa da prova, para que não seja alto e excessivo, evitando desgastes físicos desnecessários ao animal, sendo oferecido o devido descanso;

6 – Deve ser conduzido um animal de cada vez no tronco coletivo que antecede a rampa de saída, diminuindo assim o risco de acidentes e de que dois ou mais animais entrem ao mesmo tempo;

7- A retirada do laço e trela que envolvem, respectivamente, o pescoço e os membros do bovino, deve ser realizada imediatamente após sua participação, com o animal ainda na pista e de forma adequada, delicada e precisa, evitando agitação e estresse.

Papel dos Juízes garantindo o bem-estar dos bezerros

Segundo o juiz de provas e veterinário da ABQM Thiago Nitta, os juízes são muito rigorosos quanto à manutenção do bem-estar do bezerro. “Somos muito rigorosos e atentamos a várias regras que garantem o tratamento adequado do gado”, enfatiza.

Entre as regras exigidas, Nitta destaca a importância das condições dos animais. “Os bezerros precisam estar ingerindo alimentos sólidos sozinhos, ser desmamados para poder participar, por exemplo”.

Ele destaca ainda que nas provas oficiais das federações esse item é obrigatório. O vice-presidente da ANLI e membro da área de bem-estar animal da ABQM Francisco Feitosa, ressalta que as Associações possuem regras para a organização de eventos voltados à proteção dos animais, como água potável disponível, alimentação, espaço com tamanho adequado , solo seco, sombra, número adequado de bezerros, além do porte do animal.

“São regras rígidas para garantir o bem-estar dos bezerros, como o uso de equipamentos adequados e tipóias homologadas, apropriadas para a prática”, enfatiza Feitosa.

trauma

Segundo Thiago Nitta, já foram realizados alguns estudos sobre traumas em animais que participam dos testes de laço. “Já se sabe que se o teste for feito corretamente, o trauma é mínimo, tanto que hoje em dia, o trauma cervical, que seria o trauma no pescoço da panturrilha causado pelo impacto da coluna cervical no chão, o conhecido Jerky Down, é desclassificado. Nos preocupamos muito com o bem-estar desses animais, justamente porque esse teste deve ser estimulado, pois é o mais funcional que existe”, explica o especialista.

importância cultural

Quem já trabalhou no dia a dia das fazendas sabe que várias atividades diárias que precisam ser realizadas nos animais precisam da armadilha para serem viabilizadas. “Temos fazendas enormes, distantes do pasto até o centro de manejo, por exemplo, e para realizar as atividades diárias os vaqueiros precisam amarrar os animais. Isso não é só no Brasil, mas no mundo todo”, explica Francisco Feitosa.

Os bezerros, por exemplo, precisam passar pela “cura do umbigo” durante os primeiros quatro dias de vida e, para isso, precisam ser laçados. “Ou mesmo para tratar uma lesão, o vaqueiro usa a técnica do laço para realizar seu trabalho diário”, exemplifica.

Com o tempo, as pessoas começaram a se desafiar para ver quem conseguia curar o umbigo mais rápido, dando origem aos testes de vínculo. “A atividade tem um papel muito importante dentro do cenário agrícola no Brasil, pois é um dos testes mais funcionais que existe. A prática que é feita nos testes é exatamente a mesma do manejo realizado diariamente nas fazendas em rotina de campo. É um teste extremamente funcional”, conclui Nitta.

Por Camila Pedroso. Escrita de Cavalus

Fotos: arquivo

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Fonte: Agro

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