O episódio final da March Animal Health Series, em associação com a MSD Animal Health Ireland, foi transmitido no agrolândia ontem à noite (terça-feira, 29 de março).
A transmissão encerrou a série altamente informativa, que está no ar há duas semanas.
O episódio mostrou Eleanor Kirwan, gerente veterinária de ruminantes da MSD Animal Health Ireland, conversando com Dennis Howard, gerente técnico da Munster Bovine, e o fazendeiro John Bourke, na fazenda Tipperary que John administra em parceria com seu irmão Jimmy.
A discussão abordou algumas das principais coisas que os agricultores devem observar quando se trata de fertilidade.
O sêmen sexado ocupou grande parte da conversa, com Dennis destacando que é um produto diferente do sêmen convencional.
Ele explicou que existem cerca de 4 milhões de espermatozóides em um canudo de inseminação artificial (IA) sexuado, em comparação com 15 milhões em um canudo convencional.
Dennis também destacou que o processo de sexagem pode ser estressante para essas células, o que pode reduzir sua viabilidade.
Por isso, se o produtor deseja obter bons resultados com o sêmen sexado, existem algumas regras e procedimentos que devem ser seguidos em relação à seleção da vaca, momento da IA e manejo do sêmen.
O fazendeiro John Bourke concordou, dizendo que há muitos protocolos de manuseio e tempo a serem observados.
Em termos de seleção de vacas, Dennis aconselhou a seleção de vacas que não tiveram problemas durante ou desde o parto, estão em boas condições corporais, têm 50 ou mais dias de parto e estão ciclando regularmente.
Ele disse que os agricultores e veterinários precisam ser mais precisos com o momento da IA. As vacas devem ser inseminadas 10 a 20 horas após o início do cio.
E quanto ao manuseio do sêmen, é preciso cuidado ao descongelar as palhetas.
Além dessas três considerações principais, Dennis também aconselhou a seleção de vacas suficientes para que os agricultores pudessem se dar um “tampão”, especialmente para IA uma vez ao dia.
“Portanto, se você tem 50 canudos sexados para usar, talvez não se prenda a 50 vacas. Talvez selecione 70 a 80. Dê a si mesmo um pouco de margem de manobra em relação ao tempo ”, explicou ele.
O gerente técnico da Munster Bovine observou o benefício de soluções tecnológicas, incluindo sistemas de detecção de calor e portões de estiragem.
“O grande benefício é a economia de trabalho. Uma pessoa muito boa pode fazer um trabalho muito bom de detecção de calor, mas se você combinar isso com desenho, ele continua funcionando independentemente do dia da semana”, comentou.
A discussão sobre o sêmen sexado abordou brevemente os bezerros para o setor de corte, com John destacando: “No setor de laticínios temos que produzir um bom bezerro de corte”.
Sobre esse assunto, Dennis comentou: “A grande vantagem da IA com esses touros de corte é que você pode ter facilidade de parto, pode ter seu comprimento de parto, mas também pode ter um bezerro muito bom com alto subíndice de carne e um bom valor da carcaça”.
Quer usando sêmen sexado ou não, a nutrição das vacas foi destacada como um componente chave da fertilidade.
Dennis disse: “Você quer que as vacas cheguem à estação de reprodução em boas condições corporais, mas também quer mantê-las alimentadas durante a estação de reprodução e evitar que entrem em qualquer balanço energético negativo, especialmente quando o clima muda.
“A grama vai ficar molhada, a matéria seca vai cair, a ingestão provavelmente vai cair, a utilização vai cair.”
Um bom indicador do estado nutricional do rebanho é simplesmente o volume de leite no tanque a granel, bem como a porcentagem de proteína no tanque. Se qualquer uma dessas métricas começar a cair, então “você está começando a se preocupar”, disse Dennis.
Ele acrescentou: “Tente saber que grama está entrando para eles, se você está medindo grama – quantos quilos por dia eles estão recebendo e quanto deveriam receber, e você está tentando compensar a diferença com concentrados”.
John, por sua vez, disse que ele e seu irmão Jimmy tentam “colocar o máximo de grama possível nas vacas” e que fazem um orçamento de grama uma vez por semana.
Em termos de saber se as coisas estão indo bem para a fertilidade, Dennis destacou que as taxas de submissão são um indicador chave, para “ter certeza de que você está realmente criando as vacas”.
“Uma coisa é finalizá-los, mas você quer ter certeza de finalizá-los quando estão no cio, então a precisão da detecção do cio é importante”, disse Dennis.
Ele acrescentou: “Se você tem 100 vacas em parto compacto, deve ter cinco vacas nascendo por dia. Se não estiverem, há duas possibilidades.
“Ou eles não estão entrando no cio por qualquer motivo – talvez seja nutrição – ou talvez você esteja sentindo falta deles, você não os está pegando. Talvez seus auxiliares de detecção de calor não estejam funcionando ou você não os esteja observando com frequência suficiente.
“Então o grande negócio é investigar nessa fase, se você não está batendo na meta de taxa de finalização. Então é a sua detecção de calor ou é outra coisa ”, disse Dennis.
Ele explicou que, nessa fase, seria hora de chamar o veterinário para ver o que está acontecendo.
“Vacas que você não pegou depois de uma semana ou certamente depois das três primeiras semanas, escaneie-as e veja se há uma razão por trás disso”, disse ele.
Dennis acrescentou: “Se não, acho que mesmo nesse estágio há mérito em tratar essas vacas, talvez colocá-las em um programa de IA de tempo fixo e garantir que elas sejam reproduzidas em 10 dias depois”.
