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Robôs no campo: Projeto desenvolve instrumento para plantio de mudas

    Robos no campo Projeto desenvolve instrumento para plantio de mudas

    Já utilizados na agricultura de precisão, os robôs devem ganhar novos usos nas atividades rurais – Foto: Flávio Ubiali/Embrapa

    A ABB Robotica, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Bio Plugs estão desenvolvendo uma aplicação robótica inovadora para a agroindústria do país. O projeto consiste na utilização de uma solução com o robô colaborativo GoFa™ da multinacional suíça-sueca, equipado com sistema de visão 3D, para o plantio de mudas de plantas. A inovação pode se refletir no uso da mão de obra nas atividades rurais.

    A expectativa é que o projeto-piloto fique pronto no final de março de 2024. Com base nos resultados, será avaliada a possibilidade de a solução ser aplicada em larga escala, ajudando o setor do agronegócio brasileiro a vencer o desafio de atender à demanda global demanda por produtos com uma força de trabalho cada vez mais escassa.

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    Segundo a Organização das Nações Unidas, atualmente, mais da metade da população mundial já vive em cidades e centros urbanos, e a projeção é que a população urbana continue aumentando para cerca de 68% até 2050.

    “Com isso, a agroindústria tem uma mão de obra cada vez mais reduzida, com uma população cada vez maior saindo do campo para as cidades. Dessa forma, as empresas estão tendo mais dificuldade em encontrar pessoas para trabalhos manuais, e a robótica vem para somar e ajudar na produtividade. Utilizando a robótica colaborativa, a empresa terá o melhor dos dois mundos, onde o robô poderá trabalhar ao lado das pessoas, em colaboração, sem a necessidade de barreiras de proteção”, afirma Nelson Kumagai, gerente de Robótica da área General Industries da ABB na o Brasil.

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    Com o novo investimento em tecnologia, a Bio Plugs, empresa de Atibaia (SP) que produz mudas de flores e plantas ornamentais para todo o Brasil, espera ganhar ainda mais produtividade e escala para acompanhar o crescimento do mercado. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), o setor de flores, incluindo produção, atacado e varejo, cresce ano a ano e faturou R$ 10,9 bilhões em 2021, um aumento de 15% em relação ao ano anterior .

    Soluções para automatizar processos

    “A Bio Plugs e a Unicamp já trabalhavam em parceria no desenvolvimento de soluções para automatizar processos, como o sistema de ventilação das estufas, que hoje são controladas por software desde o enraizamento da muda até o posterior envio ao produtor. Quando o projeto estiver concluído, esperamos que todo o processo seja automatizado. Isso vai permitir que a produção ocorra dia e noite, sem feriados”, acrescenta Olimar Nunes do Amaral, diretor da Bio Plugs.

    Nesse projeto inovador, pioneiro no Brasil, a equipe que trabalha no projeto é formada por professores, pesquisadores e alunos de graduação/pós-graduação do curso de Engenharia Agronômica da Unicamp, sob a orientação de Daniel Albiero, professor de Projetos de Máquinas e Robótica em Agricultura pela Feagri-Unicamp. Segundo o professor, um dos destaques tecnológicos do projeto é o desenvolvimento de um novo sistema de visão 3D com GoFa™, que permitirá ao robô identificar itens que serão manipulados, além de realizar diagnósticos fitotécnicos de forma facilmente programável. “Um dos desafios agora é validar o projeto-piloto o quanto antes”, completa Daniel.

    Projetado para trabalhar direta e continuamente com segurança ao lado das pessoas e sendo muito fácil de instalar e usar, o GoFa™ ajuda as empresas a automatizar processos para auxiliar os trabalhadores que têm tarefas repetitivas e ergonomicamente desafiadoras. O primeiro modelo do GoFa™ foi lançado em fevereiro de 2021, junto com o SWIFTI™. As duas famílias fazem parte da linha de cobots da ABB, inaugurada em 2015 pelo YuMi™, o primeiro robô verdadeiramente colaborativo do mundo.

    Os cobots da ABB são projetados para que os clientes não precisem confiar em seus próprios especialistas em programação. A operação do robô colaborativo pode ser feita em poucos minutos após a instalação, de forma intuitiva, direto da caixa, sem nenhum treinamento especializado. Isso torna a adoção da tecnologia mais atraente, principalmente por indústrias com baixos níveis de automação.

    Pesquisas mostram que o uso de cobots é uma tendência global. Segundo dados da IRF (Federação Internacional de Robótica), em 2021, o número de robôs colaborativos recém-implantados cresceu 50%, para 38.966 unidades. Isso representou 7,5% do total de 517.385 robôs industriais instalados em todo o mundo. Quando as estatísticas de robôs colaborativos IFR começaram em 2017, os robôs colaborativos tinham uma participação de mercado de apenas 2,8%. Desde então, o portfólio de produtos disponíveis no mercado vem se expandindo continuamente, colaborando para o aumento de sua utilização.

    Fonte: Agro