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Retomada das exportações para a China implica aumento de boi gordo e carne bovina no Brasil, vê Rabobank – Money Times

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Indicador do boi gordo do Cepea avança 6,03% de quarta para quinta com fim do embargo; demanda já está se recuperando (Imagem: Reprodução/Embrapa)

Em conversa com Tempos AgroWagner Yanaguizawa, analista econômico de proteína animal da Rabobank falou sobre o fim do embargo às exportações de carne bovina para a China, que terminou ontem (23), quando completou 1 mês.

Segundo o analista, nesta quinta-feira já se vislumbrava um cenário de alta de preços, devido ao aumento das negociações e ao maior ânimo do mercado. Por conta desses fatores, o preço do boi gordo Cepea/Esalq, que estava cotado a R$ 276,25 na quarta-feira (22), subiu para R$ 292,90 ontem (23), um avanço de 6,03%próximo aos patamares de R$ 295 – R$ 299 no período pré-suspensão.

“Esse cenário de recuperação de preços já era esperado pelo mercado, pois, do lado da oferta, temos um acúmulo de animais prontos para serem vendidos para a China, aguardando essa recuperação. A indústria esteve fora do mercado, para evitar acúmulo de estoques, como aconteceu em algumas regiões em 2021. Essa recuperação de valores está em linha, basicamente, porque as negociações ganharam mais força e o Ox-China é o mais caro do mercado hojeo que explica essa recuperação um pouco mais forte”, explica.

Para Yanaguizawa, o momento de retomada permite que os exportadores entendam o cenário dos estoques chineses, bem como o apetite desses importadores. Em sua opinião, devemos ter uma salto nas exportações para a China.

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Deve haver um efeito compensatório desse período de embargomuito porque os estoques da China estavam atrelados aos preços do final do ano passado, quando os níveis eram mais altos, com isso, existe essa demanda dos importadores de comprar carne mais barata hoje e diluir esses preços de estoque para não impactar muito as margens, o que explica essa recuperação dos preços do boi gordo”, comenta.

mercado doméstico

Tradicionalmente, o primeiro trimestre do ano costuma ser o pior em termos de demanda, tanto no mercado interno quanto para as exportações. Isso porque a China costuma deixar o mercado a partir de meados de dezembro, quando fazem suas compras para o feriado do Ano Novo Chinês.

No Brasil, as compras caem no período devido ao pós-festas de fim de ano e início das férias escolares. A partir do pós-carnaval, tanto para o cenário interno quanto para as exportações, ocorre esse movimento de recuperação de preços.

Para o analista, descartar as fêmeas é um ponto de atenção em termos de oferta, já que estamos em um momento de transição da estação chuvosa para a seca.

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“Nesse período, os criadores costumam aumentar a disposição de fêmeas menos produtivas, pois o preço do bezerro continua assumindo uma tendência de queda, e tem espaço para cair ainda mais. Essa é a estratégia deles para reduzir os custos de produção e não impactar muito nas margens do bezerro, um aumento fundamental da oferta que pressiona negativamente os preços, então é um ponto de atenção no mercado interno”.

No acumulado de 2023, de todo o volume de carne bovina brasileira exportada, 52% teve como destino a China, mesmo com um embargo de 1 mês. No ano passado, esse número situou-se em 55%.

Na avaliação de Yanaguizawa, o mercado interno terá uma recuperação de preços, já que o aumento do boi gordo terá impacto no consumidor final.

“Sabemos que as transferências acontecem mais rapidamente do que as quedas, pois os varejistas fazem o possível para explorar o poder de compra do consumidor para maximizar as margens, portanto devemos ver um cenário de maior limitação em termos de preços em queda devido à recuperação do gado gordo, que deve impactar o consumidor final”, analisa.

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Vale lembrar que o mercado interno responde por 70% da demanda brasileira por carne bovinamesmo sendo o Brasil o maior exportador da proteína do mundo.

Novas fábricas de refrigeradores

Além do fim do embargo, a China anunciou o comissionamento de 4 novas plantas brasileiras. Na visão do analista, a aprovação acompanha o cenário de consumo doméstico elevado na China, e serve como estratégia comercial para o país asiático em busca de melhores preços de importação, algo que precisa ser observado com atenção pelo Brasil no médio longo prazo. Segundo ele, há novos planos aguardando aprovação

“Com a entrada de novas fábricas, a competitividade no mercado interno cresce, sendo a China o cliente preferido dos exportadores, pois é o mercado que melhor paga o Brasil hoje. A abertura de novas áreas de rebanho na China é muito limitada, mas a demanda no país continua crescendo, então não resta outra alternativa senão buscar o mercado externo. Com isso, o Brasil, que já é o maior exportador, deve continuar se consolidando no curto-médio prazo, o que significa mais oportunidades de demanda”, avalia.

Fonte: Noticias Agricolas

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