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quais os impactos do embargo do Japão para Santa Catarina

O Japão suspendeu temporariamente as importações de carne de frango produzido por Santa Catarina após registro de gripe aviária na avicultura do estado, confirmada no último sábado (15). O país asiático é o principal importador da proteína produzida no estado.

De acordo com informações do Observatório Fiesc, da Federação das Indústrias de Santa CatarinaO Japão importou US$ 310,8 milhões em frango, ovos e derivados no ano passado, representando 14,75% da receita total.

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Com base em dados do Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA)em 2022, Santa Catarina foi responsável por 21,85% das exportações nacionais de carne de frango.

O estado ocupa a segunda posição no ranking das exportações de carne de frango do Brasil, atrás apenas do Paraná e à frente do Rio Grande do Sul.

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Reação

A ABPA, Associação Catarinense de Avicultura e Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado de Santa Catarina lamentou a decisão, que contraria a recomendação do Organização Mundial de Saúde Animalvisto que o surto de gripe aviária em aves domésticas não altera o estado de saúde livre da doença.

A incidência em aves de subsistência foi registrada por Companhia Estadual de Desenvolvimento Agropecuário (Cidasc)na cidade de Maracajá, litoral sul de Santa Catarina, onde foram sacrificadas 177 aves.

O Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávarolidera uma delegação oficial que se reunirá com autoridades japonesas em Tóquio nos próximos dias.

O objetivo é dialogar com as autoridades do Ministério da Agricultura, Florestas e Pescas do Japão para que ajustem as exigências para importação de aves e seus produtos às diretrizes da Organização Mundial de Saúde Animal.

Nas redes sociais, Fávaro elogiou a relação comercial do Brasil com o mundo e reforçou a eficiência do sistema de defesa brasileiro.

O Governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL)marcou uma reunião com o embaixador do Japão nesta quarta-feira (19) para discutir a situação.

solução temporária

Por enquanto, o setor deve articular ações para que parte do impacto da suspensão imposta seja absorvida por outros frigoríficos, também habilitados a exportar, localizados em outros estados, reduzindo assim os efeitos negativos nas exportações brasileiras e nos consumidores japoneses.

“Santa Catarina está inserida em todo o contexto das exportações brasileiras. As empresas que têm fábricas lá e em outros estados vão fazer esse gerenciamento da produção, para evitar o menor prejuízo possível, inclusive para que o estado não tenha queda na arrecadação”, afirma. Ricardo Santin, presidente da ABPA.

Segundo Santin, a receita com as exportações para o Japão é importante não só para Santa Catarina, mas para o Brasil.

“Vamos tentar reduzir isso [o impacto do embargo]. Na próxima semana, uma missão vai ao Japão para discutir tecnicamente alternativas para manter o fluxo comercial. Não só em Santa Catarina, mas em todo o Brasil”, diz Santin.

Além de redistribuir a produção para outros estados brasileiros, o produto destinado ao Japão também pode ser enviado temporariamente para outros países.

“Esperamos que o Japão em breve reverta a decisão, reconhecendo uma regionalização. Inclusive, na nossa posição, inverter essa posição de entender que as aves de quintal podem fechar o mercado. Isso vai contra as regras utilizadas mundialmente e esperamos que o ministro, em sua reunião lá, possa evoluir”, finaliza.

Gripe aviária e outros mercados

Para o diretor de mercados da ABPA, Luis Ruanão há indícios de que outros países também possam estabelecer sanções aos embarques, nem de que o Brasil possa sofrer mudanças na classificação sanitária em decorrência da decisão japonesa.

“O Japão tem um entendimento um pouco mais restrito dessa situação, mas no geral, todos os países, o Brasil tem passado as informações de forma muito transparente”, diz.

Segundo Rua, o governo brasileiro tem apresentado a situação ‘de forma muito transparente’.

“É uma doença que vem acontecendo em várias partes do mundo, e o Brasil talvez tenha sido o último grande produtor exportador a ter a gripe aviária em seu território. Nunca tivemos um caso em uma fazenda comercial, o que significa que o Brasil mantém seu status junto à Organização Mundial de Saúde Animal”, explica.

O Ministério da Agricultura declarou que mantém a velocidade de exportação de produtos de frango para o Japão e que continua livre da gripe aviária, segundo a Organização Mundial de Saúde Animal.

A pasta diz que encaminhou os esclarecimentos solicitados às autoridades japonesas e que continua trabalhando para que os impactos das restrições sejam os menores possíveis para os exportadores brasileiros.

Em nota, o Mapa reforçou que segue as medidas de transparência quanto à ocorrência de casos no país e que se mantém em estado de alerta, com ações intensificadas de vigilância e educação, bem como comunicações e notificações de risco, desde o primeiro foco de a doença foi registrada no país.

Este é o segundo caso de gripe aviária registrado em Santa Catarina, já que em junho a doença foi identificada em uma ave silvestre.

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**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo**

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