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Produtores e empresas paraenses conhecem o Cupuaçu 5.0

    Produtores e empresas paraenses conhecem o Cupuacu 50

    Foto: Ronaldo Rosa/Embrapa/Divulgação

    Um dia de campo na cidade de Tomé-Açu, no nordeste do Pará, apresentou a produtores, técnicos, gestores públicos, empresas privadas e instituições de ensino e pesquisa o kit clonal Cupuaçu 5.0, com as novas cultivares de cupuaçu desenvolvidas pela Embrapa, para alta produtividade e sanidade, com boa resistência à vassoura de bruxa.

    No ano em que a Embrapa comemora 50 anos de Brasil, o cupuaçu, uma das frutas símbolo da Amazônia, também teve a demonstração dos resultados de décadas de pesquisas para cerca de 300 pessoas, que lotaram o Campo Experimental de Tomé-Açu, no dia 23 de março.

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    O público quis conhecer de perto as novidades do cultivo do cupuaçuzeiro com o uso de BRS Careca, BRS Fartura, BRS Duquesa, BRS Curinga e BRS Golias, que compõem o kit clonal e prometem, além de alta produtividade de frutos, amêndoas e polpa, colheita mais escalonada, facilitando o escoamento da produção, com variedades precoces e tardias.

    Dividido em cinco estações, o evento mostrou aos participantes as principais características e formas de propagação dos cinco clones. O pesquisador de melhoramento, Rafael Moysés Alves, e o coordenador de campo experimental, Edilson Rodrigues, foram os responsáveis ​​pela descrição dos clones. A forma de propagação, com mudas enxertadas e substituição de copas, ficou a cargo do técnico agrícola Adailton Amaral, do Icraf. O pesquisador José Edmar Urano de Carvalho falou sobre boas práticas de cultivo, e os principais problemas fitossanitários, explicados pela pesquisadora Ruth Linda Benchimol. A última estação trouxe aos presentes a experiência dos produtores Michinori Konagano e José Maria Mendes, falando sobre suas experiências com o cultivo da fruta no município.

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    Cupuaçu integra os Sistemas Agroflorestais

    A cidade de Tomé-Açu, que sediou o dia de campo, é referência em Sistemas Agroflorestais (SAFs) e o cupuaçu, ao lado do cacau e do açaí, faz parte das frutíferas mais comuns e importantes na composição desse sistema, conforme explica o secretário Municipal de Agricultura, José Alirio da Costa Tavares. A Prefeitura de Tomé-Açu foi financiadora e uma das principais organizadoras da jornada de campo e há anos apoia o desenvolvimento de cultivares, proporcionando a transferência de tecnologias desenvolvidas pela Embrapa aos produtores da região, em especial, aos agricultores familiares.

    Segundo o secretário, os SAFs são sistemas produtivos que agregam benefícios sociais, econômicos e ambientais não só para os produtores do município, mas para todo o país. “Os SAFs de Tomé-Açu são motivo de orgulho, mas também responsabilidade da secretaria em levar espécies de qualidade e genética superiores aos produtores, por isso a parceria com a Embrapa é tão importante”, enfatizou.

    Os SAFs também estão entre os modelos produtivos mais defendidos para a Amazônia, conforme explicou, na abertura do dia de campo, o chefe-geral da Embrapa Amazônia Oriental, Walkymário Lemos. Para o gestor, além de renda, segurança alimentar e qualidade de vida para os produtores, os SAFs são sinônimo de uma Amazônia produtiva e preservada. “Os SAFs estão cada vez mais se firmando como provedores de serviços ambientais com funções de controle e mitigação na emissão de gases de efeito estufa. É uma tecnologia com a cara da Amazônia, que produz, preserva com renda e qualidade de vida para as populações amazônicas”, defende Lemos.

    Kit clonal traz esperança aos produtores

    Poder ver no campo o desempenho agronômico das novas cultivares de cupuaçu desenvolvidas pela Embrapa trouxe coragem e esperança aos produtores de cupuaçu que têm seus pomares atacados pela principal praga da cultura, a vassoura-de-bruxa. Essa foi a história do agricultor familiar Valdir Nascimento, morador da zona rural de Tomé-açu e produtor em sistemas agroflorestais.

    O produtor comentou que trabalhou toda a vida em áreas de outros produtores e que há alguns anos conseguiu investir em sua própria terra e se preocupava com a baixa produtividade e pragas do cupuaçu, mas quando Ao conhecer as novas cultivares e ouvir de outros produtores, como foi possível recuperar os pomares com a substituição das copas, respirou fundo e tem certeza de que o cupuaçu será um forte aliado na produção e renda da família.

    O relato que o animou partiu de outro agricultor da região, José Maria Amaral, que compartilhou sua experiência como produtor e apaixonado por cupuaçu de uma das estações de dia de campo. Com cerca de cinco mil árvores na propriedade, no SAF, ele disse que com as tecnologias da Embrapa recuperou três mil árvores e alcançou uma produtividade dez vezes maior. “Cupuaçu faz parte da minha vida e é muito importante para minha família e para todo o município”, garante o produtor.

    Parcerias estratégicas garantem o sucesso diário e de campo

    O Dia de Campo foi realizado pela Embrapa Amazônia Oriental, por meio do projeto Bioeconomia e Sociobiodiversidade de cadeias produtivas de importância na agricultura familiar com ênfase nos biomas Cerrado e Amazônia (Ted Bioeconomia), desenvolvido com recursos do programa Bioeconomia Brasil Sociobiodiversidade, por meio de parceria entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Embrapa.

    Rafael Alves, melhorista de cultivares e organizador do evento, comentou que o sucesso do evento, que reuniu mais de 300 pessoas, só foi possível graças à articulação e parceria de diversas instituições, em especial, a Prefeitura de Tomé-Açu, que não mediu esforços para garantir a infraestrutura, bem como os recursos humanos necessários para o porte do evento.

    Também participaram como parceiros a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), Camta, Ceplac, Adepará, Icraf, Sindicato dos Produtores de Tomé-Açu e ACTA.

    Mais informações sobre o kit e como encontrar os materiais:

    Os kits podem ser adquiridos diretamente na Embrapa Amazônia Oriental, no Setor de Implementação e Programação de Transferência de Tecnologia – SIPT, através do e-mail: [email protected] ou através do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) no link: http://www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

    Da Embrapa Amazônia Oriental

    Fonte: Agro