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Preço do leite ao produtor cai mais 5% em outubro

Preço do leite ao produtor cai mais 5% em outubro
Preço do leite ao produtor cai mais 5% em outubro

O Cepea/Esalq/USP estima queda de mais de 5% no valor pago pela indústria aos produtores de leite.

As informações constam da edição de outubro do Boletim do Leite do Cepea, divulgado nesta terça-feira (18).

Ao mesmo tempo, as importações de lácteos estão crescendo.

Em setembro, as compras de lácteos somaram 203,5 milhões de litros em leite equivalente, 14,9% superior ao volume comprado em agosto/22 e mais que o dobro do registrado no mesmo período de 2021, informa o Cepea.

Leia, abaixo, a análise de Natália Grigol e Beatriz Pina, da Equipe Leite do Cepea, sobre o cenário do mercado leiteiro brasileiro:

Com maior captação e demanda enfraquecida, o preço do leite ao produtor cai

Por Natália Grigol/Da equipe Leite do Cepea

“O preço do leite coletado em agosto e pago aos produtores em setembro registrou queda de 14,4% (ou 51 centavos de dólar por litro) em relação ao mês anterior, chegando a R$ 3,0476/litro no Cepea líquido “Brasil Médio”.

Em relação à média de setembro do ano passado, porém, há um aumento de 19,4%, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro/22).

Essa diferença anual pode diminuir até o final do ano, já que o movimento de queda deve se intensificar em outubro – pesquisa do Cepea em andamento indica possível queda acima de 5% no “Brasil Médio”.

A reversão do movimento de alta, que durou de fevereiro a agosto, esteve atrelada ao enfraquecimento da demanda por lácteos – que vem pressionando os preços ao longo de toda a cadeia – e ao aumento da oferta – ambos por produção e o aumento dos preços.

Esse contexto deve sustentar a tendência de queda dos preços ao produtor nos próximos meses.

O levantamento do Cepea mostra que, ao longo de setembro, os lácteos tiveram dificuldades em negociar derivativos com os canais de distribuição, já que o consumo continuou enfraquecido.

A retração da demanda, por sua vez, é justificada pelo menor poder aquisitivo da população, aliado ao fato de os preços dos lácteos terem atingido patamares elevados nos últimos meses.

Com isso, os preços dos derivativos recebidos pelas indústrias nas negociações no atacado caíram entre 12% e 15% de agosto a setembro (ver seção Derivativos, página 4).

Com maiores volumes de estoques de derivativos, as negociações de leite à vista também perderam força – o valor médio de Minas Gerais caiu 20,3% de agosto a setembro, atingindo R$ 2,50/litro, o menor desde fevereiro.

Ao mesmo tempo, é fato que a oferta de leite e derivados cresceu nesse período.

Por um lado, houve aumento das importações, o que contribuiu para aumentar a disponibilidade de lácteos no mercado interno.

Segundo dados da Secex, em setembro, o volume importado de lácteos avançou 14,9% em relação a agosto, de modo que o déficit da balança comercial se aproximou de 195,4 milhões de litros em leite equivalente.

Além disso, a produção de leite se recuperou nos últimos meses.

O Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L) aumentou 4,8% de julho a agosto, quarto aumento mensal consecutivo. Desde janeiro, o ICAP-L acumula alta de 6,3% e, desde agosto de 2021, de 9,5%.

O crescimento da produção de leite deve-se aos maiores investimentos na atividade – que, por sua vez, foram viabilizados pelo aumento significativo dos preços ao produtor (especialmente entre junho e agosto) e pela queda nos custos de produção.”

Exportação cresce, mas déficit comercial é recorde

Por Beatriz Pina e Natália Grigol/ Da equipe Leite do Cepea

“As exportações e importações de lácteos aumentaram em setembro, segundo dados da Secex.

No entanto, a balança comercial registrou seu maior déficit desde janeiro de 2000, quando o Cepea passou a monitorar o mercado internacional de lácteos.

Em termos de receita, o saldo foi negativo, em US$ 99,6 milhões, aumento de 7,2% em relação ao déficit de agosto e mais que o triplo do registrado em setembro de 2021.

Em volume, o déficit chegou a 195,4 milhões de litros em leite equivalente, 15% superior a agosto/22 e mais que o dobro do mesmo período do ano passado.

Com aumento de 12,7% entre agosto e setembro, as exportações de lácteos somaram 8,1 milhões de litros em leite equivalente no último mês, volume 4,5% superior ao registrado no mesmo período do ano passado.

Os queijos foram o grupo mais vendido no Brasil em setembro, representando 44% do total, com 2,3 milhões de litros de leite equivalente embarcados, alta de 40,6% em relação a agosto e 13,2% em relação a setembro/21.

Os principais países compradores de queijos brasileiros foram Cuba ( 31,3%), Chile (20,5%) e Estados Unidos (20,5%).

Os preços dos derivativos subiram 0,8%, em relação ao mês anterior, para US$ 11,88/kg em setembro.

Em seguida, destacaram-se as exportações de leite condensado, com participação de 28,9% no total em setembro, totalizando 2,3 milhões de litros em leite equivalente, mais que o dobro do valor registrado em agosto e 20,1% acima do vendido em setembro/21.

O valor médio do leite condensado exportado foi de US$ 3,71/kg, um aumento de 21,6% em relação ao mês anterior.

Os principais países compradores deste derivado foram Trinidad e Tobago (38,1%), Paraguai (16,2%) e Venezuela (8,9%). importações

As compras de lácteos somaram 203,5 milhões de litros em leite equivalente, 14,9% superior ao volume adquirido em agosto/22 e mais que o dobro do registrado no mesmo período de 2021.

A categoria leite em pó representou 78,5% do total, totalizando 159,9 milhões litros em equivalente de leite.

Do total, 96,4% foram adquiridos da Argentina e Uruguai e o restante do Paraguai.

Na média, o preço do leite em pó importado ficou em US$ 4,20/kg, queda de 1% em relação a agosto/22.

As aquisições internacionais de queijos representaram 20,7% das importações de lácteos e foram realizadas a uma média de US$ 7,71/kg, 0,6% superior ao mês anterior.

Do total comprado em setembro, 84,2% vieram da Argentina e 12% do Uruguai.”

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