População urbana pode ajudar no controle de doenças em plantas e animais

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Algumas doenças animais são de notificação obrigatória por qualquer cidadão

Em junho de 2021, um morador de Cruzeiro do Sul (AC) suspeitou que um grão de cacau poderia estar infectado com monilíase do cacau. Ele tomou a iniciativa de comunicar os órgãos responsáveis, que investigaram o caso e confirmaram a presença da peste. Todo um esquema de controle sanitário foi implantado para evitar que a doença se espalhasse e comprometesse a produção. Esse tipo de comportamento não é tão comum no Brasil, principalmente entre a população urbana, que por vezes desconhece a obrigatoriedade de notificação de algumas doenças.

De acordo com as normas do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), doenças em plantas não são de notificação obrigatória, mas algumas patologias animais sim. É o caso da febre aftosa, gripe aviária, peste suína africana, entre outras. Essas três doenças são consideradas ausentes no país, por isso o monitoramento constante é importante para prevenir sua introdução.

Mariana Teixeira Filipputti, auditora fiscal agropecuária do Serviço de Inspeção de Insumos e Fitossanidade (Sisv) da Superintendência Federal de Agricultura do Estado de São Paulo (SFA-SP), disse que é mais comum as notificações partirem de pesquisadores ou mesmo produtores rurais. procurando agrônomos para avaliar possíveis danos às plantas.

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O Ministério definiu por portaria as regras de notificação da ocorrência de pragas exóticas no país (IN 2/2002) e atualizou a lista de doenças sujeitas à aplicação de medidas de defesa da saúde animal (IN 50/2013), que devem ser obrigatoriamente notificado. A conscientização dos moradores é uma importante estratégia que pode ajudar a evitar grandes perdas envolvendo a produção agrícola do país.

Para isso, é comum que o Mapa promova campanhas de orientação sempre que uma ameaça se aproxima. No ano passado, houve um grande esforço para explicar aos brasileiros os riscos da peste suína africana (PSA), doença que ainda não chegou ao Brasil, mas já foi diagnosticada na República Dominicana e no Haiti. Neste início de ano, a maior preocupação é com a gripe aviária, também conhecida como gripe aviária, já diagnosticada em países vizinhos.

Procedimento

Sempre que um cidadão suspeitar de alguma praga ou doença em plantas ou animais de produção, o protocolo é procurar os serviços agrícolas oficiais mais próximos. Pode ser uma Casa da Agricultura ou uma representação da defesa agropecuária estadual. O contato pode ser presencial, por telefone ou online.

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No caso de doenças envolvendo animais, o Mapa lançou em 2020 o e-Sisbravet, sistema que permite ao serviço oficial acompanhar todo o processo – desde a notificação até a confirmação ou não da doença. Para o cidadão, a vantagem é que é mais um canal de notificação, de fácil acesso e por meio de formulário padronizado.

Daniele Cavalcante, auditora fiscal do Serviço de Inspeção de Insumos e Sanidade Animal (Sisa) de São Paulo, explica que esse sistema concentra autuações de todo o Brasil. “Sempre que uma notificação é registrada, há uma comunicação automática para os escritórios de defesa agropecuária locais”, disse ela. Se a suspeita for justificada, um profissional do serviço público, que se deslocará ao local para verificação, coletará a amostra e a encaminhará ao laboratório oficial do MAPA.

O sistema facilitou o controle sanitário, mas ainda precisa ser melhor conhecido e utilizado. No Estado de São Paulo, foram registradas 15 notificações de suspeita de febre aftosa em 2022. “É importante que as pessoas sejam sensibilizadas para notificar e que os serviços veterinários oficiais funcionem”, explicou Daniele.

gripe aviária

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Relatos de suspeita de gripe aviária são mais comuns. Qualquer situação como as descritas abaixo deve ser comunicada ao serviço oficial:

– Alta mortalidade em um bando de aves (maior ou igual a 10% em 72 horas);

– Mortalidade excepcional (súbita e alta) em aves de subsistência, exposição, ornamentais, de companhia ou silvestres;

– Sinais clínicos como andar cambaleante; torcicolo; dificuldade respiratória; diarréia;

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– Queda súbita igual ou superior a 10% na produção de ovos e aumento de ovos malformados; e

– Redução drástica dos índices zootécnicos.

Caso haja identificação dos indícios citados ou alta mortalidade de aves, o cidadão deve notificar imediatamente a Unidade Veterinária Local do Serviço Veterinário Oficial mais próxima ou comunicar via e-Sisbravet.

As perdas de produção geralmente ocorrem por falhas no manejo e variações de temperatura, mas após a notificação, os órgãos responsáveis ​​são obrigados a investigar. Até o momento, nenhuma suspeita de gripe aviária foi confirmada no Brasil.

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A participação do cidadão no processo de denúncia é muito importante. A entrada e propagação de doenças como a febre aftosa, a peste suína africana e a gripe aviária acarretariam prejuízos financeiros muito elevados, com custos para os produtores e para o país, afetando toda uma cadeia produtiva, além de custos sociais relevantes, devido à perda de renda de inúmeros produtores, cuja atividade pecuária pode ser o único sustento de sua família.

doenças de plantas

No caso das plantas, segundo Mariana, os moradores de áreas urbanas costumam eliminar plantas “que não dão certo”, imaginando que houve alguma falha no cuidado, como falta ou excesso de água. Em novembro de 2022, a SFA-SP investigou uma suspeita de Sinoxylon anale, besouro que vive em restos de plantas, na região de Piracicaba. A notificação foi feita por um pesquisador da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), amostras foram coletadas e o relatório ainda não foi finalizado.

Este ano, em 9 de janeiro, outro pedido de investigação chegou ao escritório do Mapa em São Paulo: o Instituto Biológico notificou sobre outro besouro, desta vez localizado em Porto Feliz. Mariana disse que a coleta oficial da amostra acontecerá nos próximos dias.

Na área vegetal, as pragas que mais preocupam a Defesa em São Paulo são a traça da uva (Lobésia botrana), a mosca da carambola e a fusariose da bananeira, todas ainda ausentes. “A expansão recente da bananeira ornamental é preocupante porque a transmissão da fusariose se dá pelo solo”, explica Carolina de Araújo Reis, chefe do Sisv-SP.



Fonte: Noticias Agricolas

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