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Goiás: Projetos que tratam do Fundeinfra devem ser votados nesta quarta

    Goias Projetos que tratam do Fundeinfra devem ser votados nesta

    Em meio a mais uma tarde de acaloradas discussões, o Parlamento de Goiás voltaria a colocar em apreciação, desta vez, para validação definitiva, os projetos do Governo que convergem para a criação do Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra). Mas as deliberações, que abririam os trabalhos do plenário da semana, foram prejudicadas, depois que manifestantes contrários às propostas invadiram o plenário da Casa, deixando um rastro de vidro quebrado. Com o acirramento dos ânimos, que começou com empurrões e colocou em risco a integridade física de servidores públicos e terminou com depredação de patrimônio público, o presidente Lissauer Vieira (PSD) teve que encerrar o plenário, transferindo a pauta de votação para a sessão desta quarta-feira, sexta-feira, 23.

    No final da tarde, parlamentares da bancada da oposição voltaram ao plenário com o objetivo de retomar os trabalhos, o que não foi possível porque a sessão ordinária já havia terminado. Em nota dirigida à imprensa, servidores e público presente nas galerias, o presidente Lissauer Vieira anunciou, após reunião com parlamentares de base e oposição, a realização de sessão ordinária híbrida para amanhã, às 15h, sem a presença de público nas galerias. A medida, segundo Lissauer, é para garantir a continuidade da votação dos projetos e a segurança dos deputados e funcionários da Alego.

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    “Fechei a sessão na hora da invasão do plenário, atitude que todos nós, deputados e servidores da Casa, repudiamos totalmente. O que aconteceu foi um ato de vandalismo inesperado. Não esperávamos que isso pudesse acontecer. Todo um aparato de segurança, naquele momento, a sessão teve que ser encerrada. Alego não compartilha desse tipo de atitude. Agora, precisamos garantir a integridade física de nossos servidores, dos parlamentares e até de vocês da imprensa “O mundo tem o direito de se manifestar, desde que de forma ordeira e pacífica. O que não aceitamos é esse tipo de atitude”, disse o presidente.

    Em outro trecho da entrevista, Lissauer falou sobre como funciona o trabalho do Plenário. “O Estatuto Social da Alego é muito claro: ‘Diz que, encerrada a sessão, ela só pode ser convocada, extraordinariamente, antes das 17h, e já passou dessa hora’”, disse. E continuou: “Outro ponto é que precisamos continuar o trabalho legislativo. Não temos condições de ficar parados com agenda bloqueada e não prosseguir com as votações das matérias. Temos que encontrar um entendimento, um ponto de equilíbrio”.

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    Segundo o presidente, mais uma vez, o Regimento Interno da Casa é bem claro: “Vence a maioria. Se a maioria vencer e as histórias forem aprovadas, o que não quero neste caso, ou se a maioria derrotar, tudo bem. O que não podemos é sair desse clima hostil. Não podemos ser regidos por uma situação constrangedora e tensa. É uma situação extremamente complicada. Entendemos que todos estão sofrendo com esse processo. Eu também”, concluiu Lissauer Vieira.

    Para que as matérias em questão possam seguir para a sanção do governador Ronaldo Caiado (UB), elas precisam receber o aval do Plenário, em outra votação. O Projeto de Lei nº 10.803/22 visa criar o Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra) na Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra). O Projeto de Lei nº 10.804/22 visa alterar a Lei nº 11.651, de 26 de dezembro de 1991, que institui o Código Tributário do Estado de Goiás (CTE), a Lei nº 13.194, de 26 de dezembro de 1997, e a Lei nº 13.453 , de 16 de abril de 1999, que tratam de matéria tributária. De acordo com a proposta, o objetivo é estabelecer uma contribuição facultativa para um fundo destinado a investimentos em infraestrutura.

    discussões da tribuna

    Assim como nas últimas sessões ordinárias, o encontro presencial desta terça-feira, 22, também foi aquecido por intensas discussões parlamentares, que reuniram manifestações favoráveis ​​e contrárias às matérias. A votação foi novamente acompanhada por diversos representantes do agronegócio, segmento ao qual se dirigem as propostas do Governo. Das tribunas do Plenário Iris Rezende, eles reforçaram sua oposição à aprovação das proposições.

    Contrariando as proposições, o deputado deputado Eduardo Prado (PL) apresentou pedido pedindo a retirada dos projetos da pauta e solicitou que o pedido seja apreciado em caráter urgente e preferencial. Colocada em deliberação, a manifestação, arquivada sob o nº 30, foi derrubada pelo Plenário, tendo reunido 22 votos, de um total de 36 deputados presentes.

    Para justificar o pedido, que é assinado por vários deputados, o parlamentar se baseou no art. 16, alínea “p”, do Regimento Interno da Alego. “O projeto não apresentou nenhum número e isso é muito prejudicial ao agronegócio. Além disso, há vícios formais e materiais”, defendeu Prado.

    O parlamentar, que integra a bancada de oposição ao Governo na Câmara, também culpou o governador Ronaldo Caiado pelos tumultos presenciados no final da sessão. “A falta de tratamento, de cumprir os compromissos com tudo o que foi acordado, foi o que gerou essa revolta gigantesca aqui na Assembleia Legislativa”, disse.

    Representante da base governista e do segmento atingido, o deputado Amauri Ribeiro (UB) também se manifestou desfavoravelmente ao assunto. Num tom mais conciliador, disse que, embora contrário às propostas, compreende a situação do Governo.

    O parlamentar afirmou que houve, inicialmente, uma tentativa de diálogo com o setor, por meio de entidades que o representam, como a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg). “Infelizmente é um projeto de tributação e o produtor não aceita mais cobranças. Mesmo votando contra para defender o segmento que represento, entendo a posição do governador. Sei que ele não está fazendo isso com prazer. O estado perdeu mais de R$ 5 bilhões em arrecadação de ICMS sobre combustível”, ponderou.

    Opositor ferrenho da matéria, Paulo Trabalho (PL) chamou a atenção para supostas inconstitucionalidades presentes em um dos projetos e informou, por outro lado, que o problema começou justamente pela falta de diálogo com os representantes do agronegócio. “Fomos apenas informados. Não houve discussão sobre alíquotas e não há previsão da base de cálculo, nem aplicação de diferencial sobre as regiões que produzem mais e as que produzem menos. Como esse princípio não está sendo observado, há pessoas que serão mais sacrificados no interior do estado”, comentou o parlamentar, que disse apoiar as manifestações desta tarde.

    Paulo Trabalho também informou ter impetrado mandado de segurança contra um dos projetos. Ele manifestou confiança quanto à existência de vícios legais que, se bem interpretados pelo Judiciário estadual, podem anular a votação deste ano, obrigando o governo a corrigir a proposta e devolvê-la à Assembleia no ano que vem. “Muitos produtos estão em aberto. O agro não quer dar cheque em branco ao governo. É um projeto que comete uma grande injustiça tanto com o agro quanto com a sociedade goiana que vai sofrer, no final da história, com o aumento dos preços dos alimentos”, concluiu.

    Na semana passada, parlamentares também foram diversas vezes à tribuna para manifestar suas perspectivas favoráveis ​​ou contrárias às proposições que convergem para a criação do Fundeinfra.

    Do lado da defesa da iniciativa, o líder do Governo no Parlamento de Goiás, deputado Bruno Peixoto (UB), defendeu que o Fundeinfra trará melhorias para o estado. “O projeto entregue pela Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja) e Fundo de Desenvolvimento da Agricultura (Fundepec) ao Governo de Goiás mostra, com muita clareza, os recursos que nosso estado necessita para a recuperação de estradas pavimentadas e não pavimentadas. pavimentadas, pontes a serem recuperadas e construídas, porque sabemos que para suportar máquinas agrícolas e caminhões, elas precisam ser reforçadas, e assim nosso governo vai agir”, ponderou Bruno Peixoto.

    Na ocasião, o líder do governo também reforçou a seriedade do Executivo Estadual, que visa, na visão do parlamentar, beneficiar a população goiana. “Essas ações, a princípio, parecem difíceis, mas não tenha dúvidas de que daqui a quatro anos os que vão nos vaiar estarão nos aplaudindo, pois vamos recuperar toda a malha viária do estado de Goiás, assim como fizemos em outras áreas”.

    Em outra ocasião, também no pódio, Bruno Peixoto destacou as ações do Governo em benefício da população. “Nosso governador cortou aluguéis, mais de 3.000 cargos em comissão, reduziu 60% dos imóveis locados, saudou o projeto da Guia de Tráfico Animal (GTA) que hoje está zerado, graças ao deputado Amauri Ribeiro (UB) que não descansou até retirar as multas. As previsões de redução de combustíveis, telecomunicações e energia para a LDO de 2023 foram antecipadas”, defendeu.

    Concluindo, Peixoto disse: “Houve redução de todas as secretarias e não havia condições de termos os investimentos necessários. Se não recuperarmos os GOs e as pontes em todo o estado para escoar a produção, o custo será superior à taxa de 1,65%. A cada dia de atraso na estrada ou caminhão quebrado o prejuízo seria maior”, completou.

    Talles Barreto (UB) também defendeu a aprovação das propostas e defendeu que o fundo terá a responsabilidade exclusiva de promover a manutenção e construção de rodovias, bueiros e pontes. “Não há nenhum tipo de vínculo com o erário do Estado. Haverá também um conselho formado pelo agronegócio, pela Assembleia e por outros que vivem da pecuária ou da agricultura”, argumentou. E continuou: “Esse projeto também deixa claro que leite, feijão, arroz, algodão, carne de porco, peixe e gado não vão contribuir. Todos os produtos da cesta básica não vão contribuir”.



    Fonte: Noticias Agricolas