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Exportações do agronegócio atingiram valores máximos

    Balanca comercial registra superavit de US 667 bilhoes em novembro

    A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgou dados das exportações do agronegócio em dezembro e, após mais um mês de vendas recordes, as vendas ao mercado externo em 2022 corresponderam ao maior valor nominal registrado historicamente, da ordem de US$ 159,1 bilhões, um aumento de 32,0% em relação a 2021. O bom desempenho foi resultado não apenas do aumento dos preços médios em dólares dos principais produtos do agronegócio, em relação às médias registradas em 2021, mas também do aumento (13,1%) do volume total de mercadorias embarcadas no último ano em relação a 2021. Ainda em relação aos preços médios, apenas a carne suína in natura apresentou queda no valor registrado em 2022 em relação ao ano anterior.

    Em termos de quantidade embarcada, ainda que a quantidade de todas as principais commodities exportadas seja maior, o comportamento individual de cada produto apresentou diferenças ao final do ano. Receita das exportações do complexo Soja somaram US$ 61,0 bilhões Em 2022, o volume exportado de grãos atingiu 78,9 milhões de toneladas, uma queda de 8,3% em relação ao total embarcado em 2021. Por outro lado, as exportações de óleo de soja atingiram seu pico
    de 2,6 milhões de toneladas, quantidade 58,1% maior em relação a 2021. Quanto ao farelo, as exportações também foram 18,7% maiores em 2022. Maiores embarques de derivados de oleaginosas são resultado da maior demanda mundial por esses produtos, o que pode ter contribuído para a queda nas vendas externas de soja.

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    Em relação aos preços em dólares, as cotações médias anuais dos três principais produtos do complexo foram maiores em 2022 versus 2021, 31,8% para os grãos, 23,8% para o óleo e 18,6% para o farelo. O grande aumento nas vendas externas de óleo de soja deveu-se principalmente aos navios com destino à Índia, que somaram 1,6 milhão de toneladas em 2022. As vendas externas de carne bovina se recuperaram e foram as maiores
    da série histórica do produto Os embarques de carne bovina in natura foram 27,6% maiores em volume no ano passado em relação a 2021.

    O bom desempenho do produto brasileiro no mercado internacional foi impulsionado pelas vendas para a China, já que o país asiático importou 1,2 milhão
    toneladas, que representaram 62% do total exportado pelo Brasil em 2022. Quanto à carne in natura de frango, o crescimento no total embarcado no último ano foi de 4% em relação ao ano de 2021. Já no setor bovino, as 4,5 milhões de toneladas exportadas do produto in natura em 2022 representam mais um recorde na série histórica. A boa posição do Brasil no mercado internacional desse produto, dados os problemas do setor relacionados a questões sanitárias na avicultura mundial e também os problemas de aumento dos custos de produção na União Européia, contribuíram para esse recorde, já que o Brasil nunca registrou casos de Influenza Aviária e é um importante fornecedor de carne de frango para o mercado internacional.

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    Quanto à carne suína, a recuperação dos volumes embarcados no segundo semestre de 2022 ajudou a consolidar o bom volume exportado do produto in natura no ano passado, que foi de 1 milhão de toneladas, valor muito próximo ao recorde histórico de exportação deste produto em 2021. Ainda que a China tenha reduzido sua participação como principal destino do produto brasileiro, já que o país asiático importou 437 mil toneladas do produto in natura do Brasil em 2022 (510 mil em 2021), o setor continuou com o bom ritmo dos embarques, principalmente devido ao aumento da demanda de outros países, como, por exemplo, das Filipinas, país que enfrentou problemas relacionados à Peste Suína Africana (PSA) e que estabeleceu reduções nas tarifas de importação do país.

    Ainda para as proteínas animais, os preços médios das carnes in natura de frango e bovina foram maiores em 2022 em relação ao ano anterior, 22,2% e 16,1%, respectivamente. Já a carne suína, também in natura, registrou queda na tonelada cotada, 2,6% menor na mesma comparação. No complexo sucroenergético, não houve grandes alterações nos vasos.

    Já para etanol e açúcar bruto, o total exportado em 2022 foi superior em volume em relação ao ano anterior. As exportações de biocombustíveis foram 26,3% maiores e, para o adoçante, o crescimento foi baixo, apenas 0,7%. Enquanto isso, para o açúcar refinado, a quantidade exportada no ano passado foi 4,1% menor em relação ao ano de 2021. Em relação aos preços médios do ano, os valores foram maiores para os três principais produtos do setor. As cotações médias foram 31,2% maiores para o etanol, 25,1% e 18,9% para o açúcar bruto e refinado, respectivamente.

    Exportação de milho foi destaque em 2022 O total exportado do produto no último ano foi de 43,2 milhões de toneladas, mais que o dobro da quantidade embarcada em 2021 (20,4 milhões de toneladas). Assim, o milho foi o produto que apresentou maior crescimento nas exportações entre os principais produtos do agronegócio, sendo que, em 2022, o total embarcado representou o maior valor da série histórica brasileira. Quanto ao preço médio do ano, o valor também aumentou 39,5% em relação ao registrado em 2021. Assim, a receita com as vendas externas de milho foi de US$ 12,1 bilhões. O bom desempenho do produto brasileiro no mercado internacional foi resultado do aumento da demanda externa devido aos conflitos no Leste Europeu e também da abertura chinesa ao produto brasileiro. Além disso, o bom nível de produção da última safra brasileira de milho contribuiu para o abastecimento dos mercados interno e externo. As perspectivas apontam para a manutenção de bons níveis de embarques em 2023, o que pode fazer com que os preços do milho no Brasil permaneçam próximos às paridades de exportação.

    Em relação ao algodão, os embarques do setor foram menores em 2022. As exportações foram de 1,9 milhão de toneladas, uma queda de 11,0% em relação a 2021. No entanto, como o preço médio do ano para o produto foi 21,9% maior em relação a 2021, as vendas externas do setor foram de US$ 4 bilhões no ano passado, o maior valor nominal já registrado historicamente

    O relatório é da consultoria Agro do Itaú BBA



    Fonte: Agro