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Os 10 piores erros na nutrição de bovinos de corte

    Os 10 piores erros na nutricao de bovinos de corte

    Você acredita que está fazendo tudo certo, mas na hora da pesagem o peso do gado não corresponde às expectativas. Vários sentimentos aparecem nessa hora: frustração, desânimo, vontade de deixar o gado. Se o rebanho não funcionar conforme o esperado, falhas estão acontecendo. E muitas delas acontecem em um tema que pode parecer básico para muitos e muito complexo para outros: a nutrição animal. Para você parar de perder tempo e dinheiro, listamos os 10 piores erros na nutrição de bovinos de corte que atrapalham o andamento da sua propriedade!

    Os 10 piores erros na nutrição de bovinos de corte

    1 – Não ofereça nenhuma nutrição animal

    Esse é o principal erro de um produtor rural que cria gado. Não oferecer nutrição significa não ter bons resultados para engorda. É impossível alimentar o animal só com pasto, a ponto de ele ganhar arrobas suficientes para o abate. E não importa o sistema, pastagem ou confinamento, a nutrição precisa estar 100% presente na rotina de manejo. Ou seja, sem suplementos seu imóvel não terá sucesso e o lucro realmente não aparecerá.

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    2 – Oferecer sal branco comum

    Por mais que esteja um passo à frente de quem não oferece nada, o sal branco comum não fornece os nutrientes que o gado precisa. Se você acredita que o sal branco é um aliado do seu gado, chegou a hora de mudar esse conceito. O ideal é substituí-lo por sal mineral na água e sal proteico na estação seca. Essa troca não vai te dar muito trabalho.

    Os sais minerais e proteicos são enriquecidos com tudo que o gado precisa e não encontra no pasto. Os principais nutrientes como cálcio, fósforo, zinco e vitaminas muitas vezes não estão disponíveis em quantidade suficiente na pastagem, mesmo que sua pastagem seja considerada abundante. Todos esses elementos auxiliam não só no ganho de peso, mas também na manutenção da saúde do gado, fortalecendo o organismo, prevenindo doenças que impactam a saúde e o bem-estar financeiro dos animais, causando dor e sofrimento.

    O melhor é que você mesmo pode preparar esse sal na sua propriedade. Aprenda como fazer clicando abaixo.

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    3 – Evitar uréia pelo risco de intoxicação

    Considerada um dos melhores suplementos, a ureia é uma fonte barata de nitrogênio que ajuda o gado a ganhar peso durante a seca. Os benefícios de seu uso são comprovados cientificamente e a Embrapa recomenda seu uso com sal proteico por ser muito potente.

    Um dos principais motivos para não oferecer ureia aos bovinos é o risco de intoxicação. É muito comum encontrar depoimentos de amigos produtores que perderam animais devido ao consumo de ureia com excesso de água no cocho ou dosagens acima da recomendada. E para não passar por esse prejuízo, acabam não utilizando essa nutrição, que é fundamental na seca.

    Se você passa por essa situação, saiba o que fazer: Tratamento da intoxicação por ureia em bovinos.

    Como usar a ureia com segurança para o gado

    • Use sempre a dosagem recomendada – 49 gramas para cada 100 quilos de peso vivo do animal;
    • Oferecer ureia somente em cochos cobertos. No fundo, faça pequenos furos para que a água não se acumule. Para não perder a ureia, coloque uma rede fina para segurar o suplemento. Assim, não se formará aquela sopa que se forma no cocho quando chover. Geralmente, a intoxicação bovina ocorre quando os animais consomem essa água com uréia acumulada no cocho;
    • Animais famintos não devem consumir ureia. Após as atividades de manejo, coloque-os no pasto e não diretamente no cocho de uréia;
    • Adaptar a dosagem conforme indicado. Não forneça o valor imediatamente. É preciso acostumar o organismo do gado a se adaptar. Para isso, sirva doses menores nos primeiros dias, até que se estabeleça o hábito de consumo. Em seguida, siga com 49 gramas para cada 100 quilos de peso vivo por animal.

    Se você não tem tempo para cumprir todas essas orientações ou realmente não quer correr o risco de intoxicação, o recomendado é usar o Prêmio Total de Ureia. Este produto é a única ureia do mercado que pode ser consumida mesmo úmida, sem causar transtornos aos animais.

    4 – Ter cochos de tamanho e altura errados

    O cocho é o prato do boi. Quando instalado em locais de difícil acesso ou fora do caminho comum dos animais, o que é oferecido deixa de ser consumido. E nesse caso, temos dois tipos de perdas: o gado não consome o que é necessário para a engorda e o não consumo de algo que teve investimento financeiro envolvido.

    E mais do que localização, o tamanho certo é fundamental para um consumo adequado de nutrição. Um exercício que vamos propor a você agora é: todos os seus animais conseguem se alimentar no cocho ao mesmo tempo? E mais do que isso, atingem confortavelmente a nutrição ali oferecida? Se você não tem essas respostas na ponta da língua, um dos erros que não faz seu gado avançar pode estar aqui.

    Mas fique tranquilo que agora mesmo você poderá fazer esse ajuste. Confira as medidas ideais:

    • A altura ideal dos cochos é de 40 centímetros para bezerros e 70 centímetros para animais adultos;
    • Em relação à largura ideal para cochos bovinos, a medida é de 7 centímetros por cabeça. Para um rebanho de 100 vacas, por exemplo, o cocho deve ter 2,5 metros de comprimento, com acesso pelos dois lados, conforme recomendação da Embrapa.

    5 – Não calcule a dosagem indicada

    Você não pode simplesmente colocar o sal no cocho, a partir do momento em que recebe do fornecedor ou finaliza a produção na propriedade. Não há mágica depois de encher o cocho. É preciso calcular a dosagem certa de cada suplemento oferecido, de acordo com o número de cabeças. Assim, o efeito esperado realmente aparecerá.

    Para cada item, calcule a seguinte dosagem:

    • Sal mineral: para bezerros, consumo de até 80 gramas por dia e para cada bovino adulto deve consumir até 120 gramas de sal mineral por dia;
    • sal de proteína: para bezerros e bovinos adultos a dosagem de sal proteico é a mesma1g para cada quilo de peso vivo do animal;
    • Uréia: 49 gramas para cada 100 quilos de peso vivo do animal;
    • Virginiamicina: adicionar 0,5 kg do produto em 25 kg de sal mineral.

    6 – Armazenamento incorreto

    A qualidade da sua nutrição depende muito de como você a armazena. Ração e silagem também merecem esse cuidado. Preste atenção ao ambiente onde as sacolas são armazenadas. O local de armazenamento desses itens não pode ser nenhum espaço vazio em sua propriedade.

    Estar atento à presença de roedores e outras espécies que podem contaminar os produtos ali armazenados é fundamental para manter a saúde animal do seu rebanho. Nem precisamos comentar sobre a rotina de higiene e limpeza, que são obrigatórias.

    Além disso, nunca coloque produtos e sacolas diretamente no chão. Use estacas de madeira para evitar o contato direto com a umidade.

    7 – Pare de usar virginiamicina

    Os produtores que ainda não adotaram a virginiamicina não têm ideia do que estão perdendo. Por outro lado, quem começa a usá-lo rotineiramente insere esse aditivo para melhorar o desempenho na propriedade. Para se ter uma ideia do potencial dessa nutrição animal voltada para bovinos de corte, os pecuaristas que trabalham com o Boi 777 e com sistema de confinamento.

    O poder da virginiamicina é muito grande. Melhora a digestão e previne doenças consideráveis ​​no ganho de peso como acidose e timpanismo. Promove engorda com manejo direto no cocho, sem grande demanda de trabalho.

    Se você precisa melhorar o desempenho do seu gado, experimente usá-lo e veja os resultados em um curto período de tempo.

    8 – Falta de monitoramento do consumo

    Se você seguir todas as orientações descritas acima e mesmo assim não tiver retorno, talvez tenhamos chegado a um dos piores erros na nutrição de bovinos de corte que você pode estar cometendo. Afinal, não basta apenas abastecer o cocho, é preciso monitorar o que é oferecido.

    Esse acompanhamento não precisa ser feito ao longo do dia, mas ir ao cocho de vez em quando e verificar se o nível está mais baixo é interessante para saber a aceitação do gado.

    Caso seja detectado que os animais não estão consumindo a nutrição ali oferecida, existem algumas técnicas para melhorar a aceitação. Uma delas é a mistura com fubá ou melaço. Entenda: Mistura de fubá com sal mineral para bovinos.

    9 – Abastecer o cocho em horários inadequados

    A rejeição do cocho também pode acontecer não apenas devido à palatabilidade, mas também ao calor ou frio extremo.

    Basta encher o comedouro exclusivamente para esta nutrição nos horários mais frescos do dia, até as 10h ou após as 16h, quando a temperatura é mais baixa e o consumo é maior. Esses horários são mais agradáveis ​​e confortáveis ​​para o gado.

    10 – Planejamento ruim ou inexistente

    Se você não tem um planejamento ou mesmo consistência na alimentação, independente de qual seja, fica muito difícil sentir os resultados na balança.

    Portanto, planejar as compras ou produção própria em quantidade suficiente faz parte do processo de criação de gado com o lucro esperado. Esse planejamento pode ser feito em diversos formatos: mensal, trimestral e até anual. Não existe a melhor forma, mas sim aquela que melhor se encaixa na sua rotina e dentro da estrutura atual do seu imóvel.

    Foto da capa: Campo Fácil

    Fonte: Agro