A semana foi marcada pela declaração do estado de emergência zoossanitária e pela criação de um Centro de Operações voltado para o combate à doença
Desde 15 de maio, quando o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) comunicou a detecção dos três primeiros casos de gripe aviária de alta patogenicidade no Espírito Santo, o número aumentou e hoje são sete ocorrências no estado do Espírito Santo e dois no Rio de Janeiro, totalizando 9 casos.
A mais recente foi anunciada na noite desta quinta-feira (25), quando um grupo de garajaus foi flagrado na Praia dos Tamoios, em Cabo Frio, na região dos Lagos. Segundo dados divulgados pelo governo do Rio de Janeiro, não houve exposição de pessoas ao animal e não há registro de transmissão para humanos no estado.
É importante ressaltar que todos os casos registrados até o momento ocorreram em aves silvestres e, segundo o MAPA, “não há alteração do status brasileiro de livre de IAAP perante a Organização Mundial de Saúde Animal, pois não há registro em produção comercial”. Autoridades do Governo Federal, Estados, Municípios, associações do setor avícola e outras lideranças reforçam o pedido de reforço das medidas de biossegurança para que a doença não atinja lotes comerciais de frangos de corte ou aves poedeiras.
Com a intensificação das notificações suspeitas e o aumento dos casos, o MAPA declarou nesta segunda-feira (22) estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional. Segundo informações do Ministério, “a Lei tem validade de 180 dias e é mais uma medida do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para evitar que a doença atinja a produção avícola de subsistência e comercial, bem como preservar a fauna e saúde humana”.
Outra medida do Ministério da Agricultura foi a instalação do Centro de Operações de Emergência Agropecuária (COE-Mapa Influenza Aviária). O objetivo do Centro é atuar como mecanismo de articulação institucional em resposta ao estado de emergência zoossanitária em vigor no país desde 22 de maio.
“O COE-Mapa Gripe Aviária será responsável por uma série de ações de combate à Gripe Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), registrada pela primeira vez no Brasil em aves silvestres em maio deste ano. Entre as atribuições do centro de operações estão a divulgação de informações à população, a identificação e adoção de mecanismos de apoio aos órgãos do Mapa para combater o avanço dos casos de IAAP”, informou o ministério.
CASOS SUSPEITOS EM HUMANOS
Logo após a detecção dos primeiros casos no Espírito Santo, surgiu a suspeita de contaminação em um capixaba de 61 anos, funcionário de um parque municipal de Vitória onde foi encontrada uma das aves doentes. Após monitoramento, o homem já foi liberado do isolamento.
Segundo informações do Ministério da Saúde, até o dia 23 de maio, “ao todo, 42 pessoas que tiveram contato com aves doentes no Espírito Santo e no Rio de Janeiro foram monitoradas e tiveram coletas coletivas realizadas pelas equipes de saúde locais e pelo Ministério da Saúde. Desse total, 38 já tiveram resultado negativo confirmado para H5N1 e outras quatro amostras estão em análise”.
“No Espírito Santo, os resultados negativos incluem 33 amostras de funcionários do Parque Fazendinha, onde foi encontrada uma das aves, e outra de um funcionário do Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (IPRAM). Outros quatro exames de moradores da zona norte do Rio de Janeiro deram negativo”, informou o Ministério da Saúde, em nota.
CRONOGRAMA DE DETECÇÃO DE CASO
15 de maio: o MAPA divulgou os três primeiros casos da doença no Espírito Santo, duas aves marinhas da espécie Thalasseus acuflavidus (nome popular Trinta-réis-de-bando), uma localizada no município de Marataízes e outra no bairro Jardim Camburi , em Vitória, ambas no litoral do Espírito Santo. A detecção da doença também foi confirmada em uma terceira ave migratória da espécie Sula leucogaster (pardo atobá) que já estava no Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos de Cariacica (Ipram), em Cariacica.
20 de maio: O Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo (LFDA-SP), unidade de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), confirmou mais dois casos de gripe aviária de alta patogenicidade. Um caso foi confirmado em uma ave silvestre, agora da espécie Thalasseus Maximus (nome popular da garajau-real), na zona rural do município de Nova Venécia. O outro caso, também em ave silvestre, foi detectado no estado do Rio de Janeiro, em São João da Barra, no litoral. É uma ave da espécie Thalasseus acuflavidus (nome popular Trinta-réis-de-bando).
22 de maio: LFDA-SP) confirmou três novos casos positivos para influenza aviária (H5N1) no estado do Espírito Santo, que estavam sob investigação desde a semana passada. Aves silvestres da espécie Thalasseus acuflavidus (nome popular Trinta-réis-de-bando) foram encontradas nos municípios de Linhares, Itapemirim e Vitória.
25 de maio: O Estado do Rio de Janeiro registrou o segundo caso de ave silvestre infectada com Influenza Aviária. A ave migratória, um terrier de rebanho, foi coletada na praia dos Tamoios, em Cabo Frio, na região dos Lagos.
