As plantas daninhas estão entre as principais preocupações dos produtores rurais dos mais diversos segmentos. No Brasil, um em especial, o capim amargo, atinge todo o território, inclusive lavouras de algumas das principais culturas do país.
Grama amarga, cujo nome científico é Digitaria insularis, é uma planta nativa das regiões tropicais e subtropicais da América. Também é conhecido popularmente como capim-flecha, capim-açu, capim-pororó e milheto. A planta tem um ciclo perene e pode viver por mais de dois anos. Confira mais sobre essa erva daninha e como evitá-la.
Características e infestações de grama amarga
Uma das características mais preocupantes é que o capim amargo produz estruturas de reserva, chamadas rizomas, que ficam no subsolo e garantem à planta grande capacidade de crescimento, reprodução e recuperação em caso de corte mecânico e ação de herbicidas. As estruturas de reserva são formadas 45 dias após a emergência da planta, por isso é necessário combatê-la o mais rápido possível.
Apresenta rápida germinação, com crescimento e floração acelerados, rápida disseminação e grande facilidade de propagação, com adaptação a diferentes solos e climas. Tem grande capacidade de absorver nutrientes e água do solo, portanto compete com a cultura de lavouras; Além disso, pode liberar toxinas que prejudicam o desenvolvimento de outras plantas e reduzem a qualidade dos grãos.
Além dos prejuízos causados ao andamento das lavouras, o capim amargo atrapalha a colheita. Quando se desenvolve, a planta se mistura com a cultura principal e dificulta a separação, podendo causar maturação desigual da produção afetada.
O capim amargo produz cerca de 100.000 sementes por inflorescência, que são espalhadas pelo vento ao longo do ano; assim, estima-se que a maconha ocupe 8,2 milhões de hectares no Brasil. Está muito presente nas lavouras de café, milho e soja e é resistente ao glifosato, principal pesticida utilizado no cultivo da soja.
Dois fatores contribuíram para o aumento da infestação de capim-amarga no Brasil. A primeira foi a expansão do plantio direto a partir da década de 1990. Essa técnica aboliu o revolvimento do solo, que destruiu as estruturas de reserva da planta e impediu seu rebote. A segunda foi o amplo uso de herbicidas, que fez com que diferentes populações se adaptassem e apresentassem resistência ao glifosato e até mesmo aos graminicidas. Existe o risco de surgirem unidades com múltiplas forças nos próximos anos.
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Lutando contra a grama amarga
A principal forma de combater o capim amargo é com a aplicação de herbicidas. O momento ideal para fazer isso é no período de entressafra, quando as opções de ação aumentam. Os produtos devem ser utilizados em estágios iniciais de desenvolvimento, sendo separados para casos de pré e pós-emergência.
Em pré-emergência, os herbicidas são aplicados após a semeadura e antes do afloramento de capim-amarga. Essa técnica é indicada para áreas com grandes infestações e é econômica para o produtor, pois reduz a necessidade de aplicação em pós-emergência e evita o surgimento de plantas resistentes.
A pós-emergência é quando a aplicação de herbicidas ocorre após o afloramento do capim amargo. Normalmente, ocorre quando a planta possui até três perfilhos, o que ocorre por volta do 35º dia de desenvolvimento. Nesses casos, a necessidade de novas aplicações é maior devido às estruturas de reserva da planta, que também podem necessitar de herbicidas de contato.
Outras práticas de manejo de bittergrass
Outras práticas podem ajudar a prevenir o surgimento e desenvolvimento de bittergrass. Rotação de culturas e rotação de agrotóxicos são algumas das soluções, assim como o uso de sementes sem ervas daninhas. Além disso, é importante limpar o maquinário agrícola para evitar possíveis contaminações e impedir a reprodução inicial de ervas daninhas.
Em plantações de café e outras culturas com grandes fileiras, é importante cobrir o solo com vegetação. Quando o terreno está coberto por alguma vegetação, como capim-braquiária, pode haver benefícios como compactar o terreno e evitar a erosão, além de ajudar a prevenir o aparecimento de ervas daninhas.
Fonte: Embrapa, Agropos, Aegro, Mais Soja
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2311800verificação de cookiesO que é o bittergrass e como evitá-lo nas plantações?