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Milho volta a cair no Brasil

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Tendo como pano de fundo a crise financeira mundial, novamente, o mercado externo do milho também sofreram os impactos dessa nova realidade. O alqueire do cereal, em Chicago, para o primeiro mês cotado, apresentou leve melhora em relação à semana anterior, porém, os sinais ainda são preocupantes neste mercado.

O fechamento em Chicago, no dia 16/03, levou o alqueire do milho a US$ 6,32, no primeiro mês cotado, contra US$ 6,18 na semana anterior.

Assim, as vendas externas de milho norte-americano, na semana encerrada em 03/09, atingiram 1,33 milhão de toneladas, perfazendo um total, no atual ano comercial, de 31,9 milhões de toneladas. Isso significa 38,6% a menos do que foi exportado no mesmo período do ano anterior.

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No Brasil, as cotações voltaram a recuar, pressionadas pela comercialização da safra de verão e pelo plantio recorde na entressafra, mesmo diante do crescimento das exportações, auxiliadas pela forte queda da produção na Argentina.

Assim, a média do Rio Grande do Sul fechou a semana em R$ 79,00/saca (um ano antes essa média era de R$ 93,82/saca), algo que não se via há muito tempo, enquanto em outros mercados nacionais o preço do cereal estava entre R$ 65,00 e R$ 83,00/saca (há um ano esses mercados negociavam milho entre R$ 79,00 e R$ 101,00/saca).

Por sua vez, o fechamento do pregão desta quarta-feira (15), na B3, confirmou a queda das cotações nacionais do cereal, registrando, para março, valor de R$ 85,55, para maio R$ 87,24 (R$ 97,70 um ano antes ), para julho R$ 87,10 (R$ 95,77 em julho/22), e para setembro R$ 85,85/saca (R$ 95,04 um ano antes) .

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O plantio da segunda safra, nesta semana no Centro-Sul do Brasil, atingiu 82% da área prevista (contra uma média histórica de 84%), ficando atrasado. Já os maiores atrasos estão no Paraná e Mato Grosso do Sul, segundo e terceiro maiores produtores nacionais do milho safrinha. A situação só piora porque o Mato Grosso, maior produtor, praticamente terminou a semeadura. Lembrando que a janela ideal de plantio no Mato Grosso do Sul encerrou em 15/03, enquanto até 09/03 aquele Estado havia plantado apenas 42,3% de sua segunda safra, contra 72,6% na média histórica e 93% no mesmo período do ano passado . No Paraná, o quadro é melhor, com o plantio chegando a 71,8% na mesma data, contra a média de 72,5%, e em algumas regiões daquele estado, no caso do oeste, a janela ideal fechou em 28/02.

Ainda no Paraná, o Deral apresentou um estudo que analisa a relação de preços entre o milho safrinha e o trigo, que disputam a mesma área naquele estado. O estudo considera a necessidade de uma diferença de 70% a favor do trigo para que ele se torne mais vantajoso, em condições normais. Já em fevereiro, o preço médio do trigo foi de R$ 88,62/saca, enquanto o milho foi cotado a R$ 75,26, uma diferença de 18%. Assim, não surpreende que o trigo venha perdendo espaço no Norte, Noroeste e Oeste do Paraná. Já para os produtores do Sul e Sudoeste daquele Estado, a variável mais determinante é o clima. O frio mais intenso impede o cultivo maciço da segunda safra de milho, permitindo que o plantio de trigo ganhe área.

Ainda de acordo com o Deral, no Paraná o plantio da safrinha chegou a 61% no final da semana anterior, e 99% das lavouras estão em boas condições. A expectativa é que o Estado semeie 2,64 milhões de hectares, com produção final de 15,4 milhões de toneladas.

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No Mato Grosso, a safra de milho 2022/23, cujo plantio chega ao fim, seria vendida a 30% do volume esperado, contra 48,5% há um ano e 50,6% na média histórica. Cerca de 80% das lavouras de milho safrinha foram semeadas dentro da janela climática ideal naquele estado. Por outro lado, o preço negociado agora é 3,1% menor que o de janeiro, de R$ 59,02/saca. Já na safra 2023/24, apenas 1,78% foi vendido antecipadamente. (cf. Imea)

E no Mato Grosso do Sul, o plantio do milho 2ª safra atingiria 46% da área prevista até o início desta semana. Esse plantio está bastante atrasado (31,3 pontos percentuais em relação à média histórica), embora ainda se espere uma área superior a 5,4% em relação ao ano anterior. A produção final está projetada em 11,2 milhões de toneladas, ou seja, 12,3% a menos que a colhida no ano anterior. A expectativa é de que 72,2% da área seja semeada entre 17/02 e 24/03, período ideal para isso naquele Estado. (cf. Famasul)

No Rio Grande do Sul, segundo a Emater local, a safra de milho atingiu 61% da área, contra 54% da média histórica até 03/09.

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De qualquer forma, segundo a Secex, nos oito primeiros dias úteis de março, as exportações nacionais de milho superaram o volume registrado em todo o mesmo mês do ano passado. O volume exportado, neste período, chegou a 731.770 toneladas, contra apenas 14.279 toneladas em todo o mês de março de 2022. A tendência, neste ritmo, é que as exportações de março ultrapassem largamente um milhão de toneladas, contra expectativas iniciais, da Anec, de 803.200 toneladas.

A análise é do Centro Internacional de Análise Econômica e Estudos de Mercados Agrícolas – CEEMA



Fonte: Agro

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