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Mato Grosso, carro-chefe da carne brasileira em números • Portal DBO

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Apesar de estar exposto aos mesmos entraves econômicos, políticos e institucionais da agricultura brasileira, sem falar no câmbio e no contexto internacional adverso, Mato Grosso, hoje livre da febre aftosa sem vacinação, consolida-se ano após ano na vanguarda da produção de carne bovina.

O primeiro lugar no país é dele. Sua produção é a maior, com 982,7 milhões de quilos, à frente de São Paulo, com 725,9 milhões, e Mato Grosso do Sul, com 634,6 milhões de quilos.

No período, o Brasil como um todo produziu 5,9 bilhões de quilos de carne bovina. Assim, o MT responde sozinho por 17% da produção nacional.

MT possui 33,5 milhões de cabeças, cerca de 15% do rebanho nacional (Indea, 2022). O gado está presente em todos os municípios – 144 ao todo.

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As maiores concentrações estão nas terras limítrofes do estado, sendo o centro mais agrícola. A produção pecuária em MT ocupa apenas 21 milhões/ha (IMEA/INDEA, 2021).

Produto padrão internacional – Os números foram apresentados no “Prosa de Pecuária” do dia 17 de janeiro. viver é uma iniciativa do Instituto Desenvolve Pecuária. A entidade trouxe Nilton Cecílio da Mesquita Júnior. É veterinário formado pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e gerente de Relações Institucionais da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat).

Apoiado em órgãos respeitáveis, trouxe à tona a explicação de que a arroba do boi gordo produzida nos estados é uma das mais valorizadas do Brasil e só perde para os preços de São Paulo, sempre à frente, devido ao forte mercado consumidor que possui.

Foto: arquivo pessoal

“Muitos questionam, poucos entendem. Em 1993, mas MT tinha um rebanho bovino de apenas 9,2 milhões de cabeças. Em três décadas, mais do que triplicou. Esse redimensionamento só foi possível graças a um movimento massivo de aquisição de tecnologia e aprimoramento da gestão”diz o gerente.

Atualmente, o volume de animais abatidos com mais de 36 meses representa apenas 25% do total. Os outros 75% estão abaixo dessa idade, com média próxima aos 30 meses, ou seja, o padrão “Boi China”, o mais bem pago do mercado nacional.

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O animal abatido em MT é o mais pesado do Brasil. Em 2021, o gado pesou em média 18,87 arrobas, contra 17,7 da média nacional. Mundialmente é o 3º mais pesado. Em resumo, MT produz mais, em menos espaço e em menor tempo. Todos são dados de pesquisa (IBGE, setembro de 2022).

Mas o MT já abateu mais de 6 milhões de cabeças. Nos últimos anos oscila entre 4,5 e 5 milhões, mantendo o potencial de expansão.

Ocorre que o estado vende muitos bezerros e bois magros para serem trabalhados em outros estados da federação. Também realiza expressivas exportações de animais vivos.

Cartão de visita na preservação do meio ambiente – O Brasil tem 63,4% de seu território preservado, segundo dados do Banco Mundial de 2014. Isso torna o país a maior potência agroambiental do mundo.

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Ninguém tem esse patrimônio, esse nível de preservação do meio ambiente. MT tem números compatíveis e sustentabilidade é requisito para o futuro.

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No estado, 25,5% do território é ocupado por pastagens, 11,9% pela agricultura e 0,6% por outras atividades. Por outro lado, 15,4% são áreas indígenas, 5,5% unidades de conservação e 41,2% áreas preservadas por produtores rurais. Somando tudo isso, 62,1% das terras estão intactas (Monitoramento IMEA/Embrapa).

Com números como esses, a tecnificação está estampada, incluindo a forte recuperação de pastagens degradadas e a adoção da pecuária integrada com ou sem floresta (ILP e ILPF). Mas também demonstram algo exemplar, quando se trata do Brasil, que são suas relações institucionais.

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São muitos, cada um com sua função, liderados pela Federação da Agricultura do Mato Grosso (Famato). “Cada um sabe o seu papel, buscando unir interesses, apesar das diferentes cadeias produtivas. Há uma grande vontade de entender e aceitar as interdependências”, explica Mesquita.

Ao contrário do “saber fazer” – Cerca de 28% das propriedades em MT (114 mil no total) utilizam o regime de semiconfinamento, devido à disponibilidade de boas pastagens. A estratégia se mostra imponente diante da prática do confinamento, que seguiu a tendência do restante do país e caiu, em 2022, mesmo com tantos subprodutos da forte agricultura do estado.

Quanto aos custos de produção, o IMEA calculou para o 3º trimestre de 2022, R$ 409,68 por arroba na atividade de cria; R$ 336,63 na recria e engorda; e R$ 330,17 para o ciclo completo. Esses preços médios incluem a região do Pantanal, onde o Instituto aponta que a arroba produzida é até 25% mais cara.

O abastecimento de subprodutos para o gado e até a comercialização sofrem muito com a infraestrutura. A distância e uma malha viária aquém do necessário, mesmo em termos de pavimentação, impactam diretamente nos custos de produção. MT tem 32 plantas frigoríficas em operação, das gigantes JBS, Marfrig e Minerva.

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Outro problema são os crimes de abigeato. Embora não existam pesquisas, elas são numerosas, apesar dos esforços das forças de segurança e das comunidades envolvidas. Pequenos produtores vitimados podem até ir à falência em muitos casos.

Confira a programação na íntegra, que, além de Nilton Cecilio de Mesquita Júnior, contou com a participação de Paulo Costa Ebbesen, vice-presidente do Instituto Desenvolvimento Pecuária, e apresentação de Nestor Tipa Júnior; Clique aqui.

Fonte: Portal DBO

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