Sumário
Identifique as seções principais:
- Cadeia alimentar
- Atitudes
- Boletim Alimentação e Sustentabilidade
Introdução
Neste post, Ana Navarrete fala sobre as consequências do uso de antibióticos na produção animal para a sociedade. Com uma introdução cativante, exploramos a importância do tema e estabelecemos o tom do conteúdo.
Cadeia alimentar
Ana Navarrete explica como os antimicrobianos utilizados na produção animal afetam as bactérias presentes no organismo dos animais, permitindo que as resistentes se multipliquem. Essas bactérias, presentes nos dejetos dos animais, podem se espalhar no solo, água e plantas, afetando não apenas quem consome a carne contaminada, mas também aqueles que consomem água ou vegetais contaminados.
Atitudes
Autoridades estão adotando o Plano de Ação Nacional de Prevenção e Controle da Resistência aos Antimicrobianos no âmbito da Saúde Única, com o objetivo de garantir o uso responsável e acessível de medicamentos eficazes para tratar e prevenir doenças infecciosas. A especialista destaca a importância de harmonizar políticas públicas nacionais com as recomendações internacionais e promover o fortalecimento das relações institucionais, considerando o conceito de Saúde Única.
Boletim Alimentação e Sustentabilidade
O Boletim Alimentação e Sustentabilidade é uma parceria entre a Cátedra Josué de Castro de Sistemas Alimentares Saudáveis e Sustentáveis, Rádio USP e Jornal da USP. O programa aborda temas relacionados à produção de alimentos e sua sustentabilidade, trazendo informações relevantes e insights para lidar com os desafios do setor.
Fonte: jornal.usp.br
Ana Navarrete fala sobre como o uso desses medicamentos na produção tem consequências na sociedade
Por Alessandra Ueno*
É muito comum falar que não é bom tomar muito antibiótico, pois “perde o efeito”. A verdade é que, com um uso constante desses medicamentos, os micro-organismos que deveriam combater começam a se acostumar, ou seja, criam resistência. Assim, cada vez é preciso uma dose maior de antibiótico para solucionar o problema, o que não é bom para a saúde.
No episódio passado do Boletim Alimentação e Sustentabilidade, foi analisado o uso de antibióticos na criação de animais para consumo. Mas será que esses medicamentos também impactam a saúde humana?
Cadeia alimentar
“Ao entrar nos organismos dos animais, esses antimicrobianos atuam sobre algumas espécies de bactérias, enquanto permitem que as resistentes à medicação se multipliquem. Por meio dos dejetos, essas bactérias se espalham no solo, na água e nas plantas e chegam às pessoas não só através do consumo de carne, mas também de água ou vegetais”, explica Ana Navarrete, coordenadora do Programa de Saúde do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, parceiro da Cátedra Josué de Castro de Sistemas Alimentares Saudáveis e Sustentáveis da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP.
Dessa forma, o impacto não ocorre apenas pela ingestão da carne contaminada, mas também por outros meios adjacentes. O uso exagerado de antibióticos na produção de animais para consumo — seja para o aumento da produtividade ou redução de doenças — pode trazer danos mais graves do que o restrito à pessoa que os consumiu.
“Assim, a produção animal é uma das formas de acelerar o processo de resistência a antibióticos, com o uso inadequado e excessivo como medicamento. Uma pessoa que se infecta com uma bactéria resistente pode, sim, ameaçar sua comunidade, uma vez que menos antibióticos disponíveis serão capazes de eliminar a infecção, ampliando o potencial de transmissão”, ressalta Ana.
Atitudes
Para minimizar o problema, existe o Plano de Ação Nacional de Prevenção e Controle da Resistência aos Antimicrobianos no âmbito da Saúde Única (PAN-BR). Seu objetivo é “garantir que se mantenha a capacidade de tratar e prevenir doenças infecciosas com medicamentos seguros e eficazes, que sejam de qualidade assegurada e que sejam utilizados de forma responsável e acessível a todos que deles necessitem”, como consta na versão 2018-2022.
Porém, para manter as questões atualizadas, há uma segunda etapa do PAN-BR que diz respeito aos anos de 2023-2027: “Permanecer buscando harmonizar as políticas públicas nacionais às recomendações e exigências internacionais para o tema, assim como promover o fortalecimento das relações institucionais com os principais atores públicos e privados envolvidos, considerando sempre o conceito de Saúde Única”, pontua o documento.
Ana Navarrete destaca: “O fenômeno da resistência antimicrobiana, embora natural, é acelerado por processos com múltiplas causas: mau uso em humanos, descarte inadequado, falta de controle e monitoramento inadequado em hospitais e a forma como criamos animais contribuem para o seu agravamento. O fato de o fenômeno não respeitar fronteiras dificulta a responsabilização do problema, porque é difícil falar em um ‘culpado’. É preciso uma ação multissetorial e global”.
Com o foco na produção animal, “é preciso avançar na proibição e fiscalização do uso rotineiro de antibióticos e restrição do uso preventivo a tratamentos excepcionais de animais individuais. Além disso, os antimicrobianos não podem mais ser aplicados para compensar as más práticas de higiene na pecuária”, completa a especialista.
Boletim Alimentação e Sustentabilidade
Parceria: Cátedra Josué de Castro de Sistemas Alimentares Saudáveis e Sustentáveis, Rádio USP e Jornal da USP
Produção: Professor Ricardo Abramovay, Estela Sanseverino e Nadine Marques
Coprodução: Cinderela Caldeira, Guilherme Castro Sousa, Julia Estanislau e Alessandra Ueno
Edição: Rádio USP
Você pode sintonizar a Rádio USP SP 93,7 MHz e Ribeirão Preto 107,9 MHz, pela internet em www.jornal.usp.br ou nos principais agregadores de podcast como Spotify, iTunes e Deezer.
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O impacto do uso excessivo de antibióticos na produção animal na sociedade
Neste parágrafo, a especialista Ana Navarrete discute os impactos do uso de antibióticos na produção animal para consumo humano. Ela destaca que o uso constante desses medicamentos leva à resistência dos micro-organismos, o que resulta na necessidade de doses cada vez maiores de antibióticos para tratar infecções. Isso não é benéfico para a saúde e pode ter consequências na sociedade como um todo. Os antibióticos presentes na produção animal afetam não apenas a carne consumida, mas também se espalham por meio dos dejetos, contaminando o solo, a água e as plantas. Dessa forma, as bactérias resistentes chegam até as pessoas através do consumo de carne, água e vegetais. O uso excessivo de antibióticos na produção animal acelera o processo de resistência antimicrobiana, o que significa que bactérias resistentes podem se tornar uma ameaça para toda a comunidade. Para combater esse problema, existe o Plano de Ação Nacional de Prevenção e Controle da Resistência aos Antimicrobianos, que visa garantir o uso responsável e seguro desses medicamentos. No entanto, é necessária uma abordagem multissetorial e global para combater o problema, pois a resistência antimicrobiana não respeita fronteiras. Na produção animal, é fundamental proibir e fiscalizar o uso rotineiro de antibióticos, restringindo seu uso preventivo apenas a tratamentos excepcionais e não aplicá-los para compensar práticas inadequadas de higiene na pecuária. A conscientização e ações para reduzir o uso de antibióticos na produção animal são essenciais para proteger a saúde humana e combater a resistência antimicrobiana.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
Em conclusão, o uso inadequado e excessivo de antibióticos na produção animal tem consequências na sociedade. Esses medicamentos podem levar ao desenvolvimento de resistência antimicrobiana nos micro-organismos presentes nos animais, o que pode se espalhar para o meio ambiente e chegar às pessoas por meio da cadeia alimentar. Além disso, a resistência aos antibióticos torna mais difícil o tratamento de infecções em seres humanos. Para mitigar esse problema, é necessário adotar medidas como o Plano de Ação Nacional de Prevenção e Controle da Resistência aos Antimicrobianos no âmbito da Saúde Única.
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