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Inclusão de aditivos na dieta de vacas leiteiras

    Inclusao de aditivos na dieta de vacas leiteiras

    Vamos falar sobre incluir aditivos na dieta de vacas leiteiras. A Instrução Normativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento define aditivo para produtos destinados à alimentação animal como “substância, microrganismo ou produto formulado, adicionado intencionalmente a produtos, que não é normalmente utilizado como ingrediente, tenha ou não valor nutricional e que melhorem as características dos produtos destinados à alimentação animal de produtos de origem animal, melhorem o desempenho de animais saudáveis ​​ou atendam às necessidades nutricionais”. Você aditivos são classificados como tecnológicos, sensoriais, nutricionais e zootécnicos (Instrução Normativa 15/2009/MAPA).

    Portanto, esses aditivos na dieta de vacas leiteiras atuam com o propósito de aumentar a qualidade, promovendo melhor desempenho animal de forma eficiente e segura. Para que eles cumpram seu propósito, é necessário conhecer a fundo as características de cada um deles, respeitando também a quantidade de inclusão e a fase do animal.

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    Para você entender um pouco mais, separamos alguns dos principais aditivos utilizados nas dietas de vacas leiteiras, a fim de ilustrar seu papel na alimentação desses animais.

    monensina:
    Os ionóforos são compostos que melhoram o desempenho, sendo a monensina sódica o mais utilizado na dieta de ruminantes. Atua sobre as bactérias Gram-positivas, influenciando a fermentação ruminal e resultando em maior produção de ácido propiônico, em detrimento do ácido acético. Como resultado, há um aumento na oferta de glicose (propionato é o único ácido graxo volátil que pode ser metabolizado em glicose) para a síntese do leite, influenciando a produção devido ao maior número de precursores para a síntese de lactose (Gandra, 2009). ).

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    A mudança na proporção de ácidos graxos voláteis também resulta em uma diminuição nas perdas de fermentação (especialmente gás metano). Desta forma, a eficiência energética da dieta é aumentada. Em geral, a monensina atua aumentando a energia metabolizável dos alimentos, além de melhorar a eficiência alimentar, reduzindo o consumo de matéria seca, mantendo a taxa de ganho de peso (Van Der Werf et al., 1998).

    Dosagem recomendada para vacas em lactação: 300mg/dia. Altas dosagens podem deprimir o consumo.

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    Biotina:
    A biotina é uma vitamina do complexo B sintetizada por microrganismos do rúmen. De acordo com algumas pesquisas, a síntese de biotina (em vitro) diminui quando a proporção de concentrado na dieta aumenta (Zimmerly e Weiss, 2001), portanto, sua suplementação torna-se interessante.

    A biotina está envolvida com o metabolismo energético e, segundo alguns estudos, pode resultar no aumento da produção de leite. É um cofator de enzimas relacionadas à gliconeogênese, metabolismo do propionato (fonte de energia para a glândula mamária), síntese de ácidos graxos e degradação de aminoácidos. Alguns microrganismos que degradam a celulose também requerem biotina.

    Além disso, a biotina é fundamental na síntese da queratina, que é a principal proteína estrutural que compõe a epiderme do casco. Portanto, sua suplementação resulta em cascos mais duros, reduzindo os riscos de sulcos nas paredes e hemorragias nas solas, além de melhorar o escore de locomoção dos animais.

    Recomendação: 20 mg/vaca/dia.

    Fermento:
    As leveduras podem ser consideradas promotoras não químicas do desempenho animal. Nutricionistas de vacas leiteiras sugerem mudanças na fermentação ruminal como uma das principais respostas ao uso de leveduras.

    Apesar de ser considerado totalmente anaeróbio, o rúmen contém de 0,5% a 1,0% de oxigênio (Valadares Filho e Pina, 2006), que é tóxico para microrganismos anaeróbios e reduz a adesão das fibras por bactérias celulolíticas. Como as leveduras possuem alta afinidade pelo oxigênio, quando presentes no rúmen, estimulam o crescimento de microrganismos anaeróbios, pois removem rapidamente o oxigênio do ambiente ruminal.

    Suplementação com produtos à base de Saccharomyces cerevisiae aumentar a quantidade de bactérias ruminais e consumindo bactérias ácido lático, pode interferir positivamente, causando um aumento na pH ruminal é o controle de acidose em animais alimentados com dieta rica em concentrados (Bach et al., 2007).

    Outra situação que pode justificar ganhos na produção de leite é o fato de a levedura viva estimular o crescimento de bactérias que digerem celulose e hemicelulose. Nesta condição, há um aumento na taxa de degradação ruminal e digestibilidade da fibra, maximizando o aproveitamento da amônia e maior fluxo de proteína microbiana para o duodeno. Além disso, o aumento da digestibilidade da fibra pode implicar em maior consumo de matéria orgânica e, consequentemente, aumentar a produção de leite (Bitencourt et al., 2011), sendo, portanto, uma ótima estratégia em dietas ricas em fibras.

    Virginiamicina:
    Antibiótico obtido por fermentação bacteriana Streptomyces virginae. Tem sido utilizado em dietas para vacas leiteiras com o objetivo de reduzir o risco de acidose láctica, estabilizar o pH ruminal e aumentar o consumo de energia da dieta. Isso se deve ao fato de que a virginiamicina promove melhores condições de fermentação ruminal, causando a morte de bactérias Gram-positivas, incluindo Streptococcus bovis e Lactobacillus sp.que são grandes produtores de ácido lático.

    Assim como os ionóforos, atua na seleção de bactérias do rúmen, tornando o metabolismo mais eficiente. Como resultado, mais energia estará disponível para o animal, melhorando a conversão alimentar.

    Recomendação: 300 mg/animal/dia.

    buffers:
    Os tampões neutralizam os ácidos presentes na dieta, produzidos na fermentação ruminal ou secretados durante a digestão. Em geral, algumas situações podem promover redução do pH ruminal: dietas com alta proporção de rações concentradas, forragens finamente moídas, grande participação de rações altamente fermentáveis ​​no rúmen, como silagem de grão úmido de milho, quando o concentrado é fornecido separadamente do volumoso, entre outros.

    O termo “tamponamento” é usado genericamente em nutrição, no entanto, existem algumas diferenças entre os aditivos na dieta de vacas leiteiras. Os “true buffers”, como o bicarbonato de sódio, neutralizam a acidez, mas não elevam o valor do pH acima de um determinado nível. O bicarbonato de sódio possui alta solubilidade no rúmen, possibilitando maior eficácia de ação.

    Outro tampão amplamente utilizado são as algas marinhas (Lithothamnium Calcareum), que tem cálcio em sua constituição. Por ser uma fonte orgânica, possui excelente solubilidade, sendo utilizado como tampão de longa ação.

    O óxido de magnésio faz parte do grupo alcalinizante que, além de prevenir a queda, também pode causar um aumento significativo do pH. Além disso, o óxido de magnésio pode aumentar o pH do intestino delgado, melhorando a ação das enzimas envolvidas na digestão intestinal do amido.

    Assim, torna-se interessante a associação dessas 3 fontes de tampões: bicarbonato de sódio com ação mais imediata, algas com efeito mais tardio (ainda no rúmen) e óxido de magnésio também com ação mais tardia, principalmente no intestino.

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    Considerações

    Na escolha do tipo de aditivo, deve-se levar em consideração as finalidades de uso e a resposta esperada, ou seja, alterações de desempenho que possam ocorrer a partir da adição do aditivo. A pesquisa é fundamental para determinar se as respostas medidas experimentalmente podem ser esperadas no campo. O uso desses aditivos na dieta de vacas leiteiras também deve ser acompanhada de uma avaliação criteriosa da relação custo/benefício no uso da tecnologia.

    Agroceres Multimix | Nutrição animal

    Fonte: Agro