Pular para o conteúdo

Ibovespa fecha em alta pelo 3º dia com mercado mais calmo no fiscal e Selic

    Ibovespa fecha em alta pelo 3o dia com mercado mais scaled

    Paula Arend Laier

    SÃO PAULO (Reuters) – A Bolsa de Valores de São Paulo manteve o viés positivo nesta quarta-feira, com o Ibovespa superando 108 mil pontos em sua máxima, ainda sob efeito de alguns afrouxamentos recentes na frente fiscal do país, bem como das expectativas relacionadas à inflação e em direção à Selic.

    Patrocinadores

    Os investidores ainda repassaram dados mostrando desaceleração da inflação nos Estados Unidos, enquanto o Federal Reserve, na ata da última decisão sobre taxa de juros, disse que várias autoridades consideraram uma pausa no aperto monetário.

    Índice de referência do mercado de ações brasileiro, o Ibovespa subiu 0,64%, a 106.889,71 pontos, terceira alta consecutiva, atingindo 108.277,02 pontos no melhor momento, a máxima intradiária desde 23 de fevereiro.

    Patrocinadores

    O volume financeiro chegou a R$ 59,7 bilhões, inflado pelas operações relacionadas aos vencimentos de opções do Ibovespa e do índice futuro nesta quarta-feira.

    Na opinião do economista-chefe da Mirae Asset, Julio Hegedys Netto, a desaceleração do IPCA de março, anunciada na véspera, com a medida em 12 meses dentro do teto da meta, abriu espaço para uma sinalização de corte da Selic em maio.

    Ao mesmo tempo, ele observou “que há certo otimismo na frente fiscal, com o mercado mais confiante por causa da conduta do ministro (Fernando) Haddad no Tesouro”, segundo comentário enviado a clientes.

    Para o economista-chefe da BGC Liquidez, Juliano Ferreira, com os riscos relativamente mais calmos do ponto de vista fiscal e inflacionário e o crescimento desacelerando em ritmo lento, o Brasil está em uma posição bastante favorável frente aos seus pares.

    “Se o movimento é sustentável, ainda é muito difícil dizer”, ponderou, citando que vai depender da evolução do quadro fiscal no Congresso Nacional, mas também do comportamento da inflação americana de curto prazo, bem como como o mercado de trabalho.

    No caso dos EUA, esses números precisam deixar o Fed mais confiante de que o trabalho de controlar a inflação está feito, disse Ferreira, lembrando que esse não é o cenário do BGC, que ainda espera um longo caminho a percorrer antes que o Fed pense em cortes.

    “Teremos um período maior de volatilidade, com ondas dependendo dos dados”, reforçou.

    Dados divulgados na quarta-feira mostraram que o índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA subiu 0,1% em março, desacelerando em relação a fevereiro e ficando aquém das previsões dos economistas.

    As medidas que excluem itens voláteis, porém, seguiram em alta, mantendo as apostas em uma chance maior de que a taxa de juros, atualmente na faixa de 4,75% a 5%, seja elevada em 0,25 ponto percentual na próxima reunião do Fed, em maio.

    Na última decisão do Fed em março, de acordo com a ata divulgada na quarta-feira, vários funcionários consideraram uma pausa nas altas para avaliar os efeitos da quebra de dois bancos regionais, mas concluíram que a inflação alta era a prioridade.

    Em análise técnica do Ibovespa, o Itaú BBA afirmou em relatório que a barreira dos 106.800 pontos foi um divisor de águas para uma nova tendência de alta e que agora o índice pode voltar a negociar em patamares como 110.500 e 114.900 pontos.

    DESTAQUES

    – A ECORODOVIAS ON disparou 7,54%, para 6,42 reais, ampliando os ganhos no mês, que já somam quase 24%, favorecidos pelo recente achatamento da curva de juros no Brasil. No setor de concessões de infraestrutura, a CCR ON subiu 1,77%.

    – BANCO DO BRASIL ON saltou 6,96%, a 42,72 reais, melhor desempenho entre os bancos do Ibovespa, em meio a expectativas favoráveis ​​para o resultado do primeiro trimestre. No setor, o ITAÚ UNIBANCO PN ganhou 0,67% e o BRADESCO PN perdeu 0,5%.

    – LOJAS RENNER ON avançou 1,72%, para R$ 17,19, após a decisão do governo de acabar com a isenção de impostos nas encomendas internacionais de até 50 dólares como parte de um esforço para taxar as compras feitas em plataformas de gigantes varejistas internacionais. Dados do IBGE mostram recorde nas vendas do varejo em janeiro.

    – CYRELA ON fechou em alta de 3,81%, cotada a 15,82 reais, com o setor como um todo ainda se beneficiando da forte correção baixista nas taxas futuras recentemente. A EZTEC ON subiu 3,31%. Após o fechamento, a Cyrela anunciou um aumento de 17,7% nas vendas totais contratadas no primeiro trimestre de 2023 em relação ao mesmo período do ano passado, para 1,55 bilhão de reais.

    – B3 ON valorizou 1,98%, para 11,86 reais, também amparado por perspectivas mais otimistas sobre a trajetória da taxa Selic e seu potencial impacto no mercado de capitais. Em abril, o papel já acumula alta de 14,6% após contabilizar uma perda de mais de 20,55% no primeiro trimestre.

    – VALE ON recuou 2,14%, a 80,6 reais, mesmo com o avanço dos futuros de minério de ferro na China, em sessão mais negativa para as ações da B3 atreladas a commodities ou que se beneficiam da desvalorização do câmbio, com nova queda do dólar em relação ao real. A SUZANO ON perdeu 0,82% e a EMBRAER ON caiu 1,41%.

    – PETROBRAS PN fechou com alta de 0,74%, para R$ 25,85, sustentada pela alta do preço do petróleo no mercado internacional. O contrato do Brent avançou 2%, a US$ 87,33 o barril. No setor, o 3R PETROLEUM ON ganhou 2,26% e o PRIO ON ganhou 1,96%.

    – CARREFOUR BRASIL ON perdeu 3,6% para R$ 11,53. A empresa dona do Atacadão acertou uma redução de até 1 bilhão de reais no valor da aquisição do Grupo BIG, anunciada em março de 2021 por 7,5 bilhões de reais. No setor, ASSAÍ ON encerrou com queda de 1,84%.



    Fonte: Noticias Agricolas