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‘Inconcebível’, diz presidente da FPA sobre acordo ambiental da UE

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    A Frente Parlamentar da Agricultura (FPA) se reuniram, nesta terça-feira (29), para discutir os acordos diplomáticos que impactam diretamente o setor produtivo brasileiro.

    Ó Ministro das Relações Exteriores, Embaixador Mauro Vieira explicou sobre os procedimentos com o União Europeia e Mercosulalém de atualizar os parlamentares sobre a importação de leite da Argentina e do Uruguai.

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    Para o presidente da FPA, deputado federal Pedro Lupion (PP-PR)O Brasil tem o agro mais competitivo e organizado do mundo.

    Segundo ele, isso só acontece porque o país segue leis rígidas, como a Código Florestalque permitem ao setor atingir índices satisfatórios na produção de alimentos e sem a necessidade de desmatar o meio ambiente.

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    Portanto, na opinião do parlamentar, parece estranho seguir uma orientação da União Europeia sobre o tema.

    “Ninguém segue a lei como nós, principalmente no que diz respeito ao meio ambiente. Mantemos a produção em 25% do nosso território, sempre amparados por leis nunca vistas em nenhum outro lugar do mundo. Mesmo assim, somos o segundo maior produtor de alimentos do mundo. Seguir um acordo de redução de impacto como a Europa quer irá perturbar completamente a nossa produção”, enfatizou Lupion.

    O líder da bancada acrescenta que as narrativas criadas ao redor do mundo devem ser combatidas pelo governo federal.

    Os acordos ambientais propostos pelos europeus, em carta lateral (instrumento adicional ao acordo), são fruto de publicidade enganosa sobre o setor produtivo brasileiro.

    “A carta paralela apresentada é inconcebível e precisa ser contestada. Há uma propaganda internacional sem precedentes contra o agro. Lá na Europa não chegam nem perto dos números satisfatórios que temos aqui em proteção e preservação. O Itamaraty também precisa atuar nesse sentido”.

    negociação e paciência

    Para o Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o momento é de negociações em todas as frentes. Em relação ao acordo com a União Europeia, especificamente, ele entende que não será uma negociação fácil, mas que o Brasil não aceitará os termos como estão.

    “Se aceitássemos cegamente, os resultados interfeririam até em projetos que poderiam ser financiados. Queremos avançar com a negociação e eles estão interessados ​​em encontrar um denominador comum. Já incluímos perguntas que nos interessam e no dia 17 de setembro enviaremos a resposta”, informou.

    crise do leite

    Outro ponto que vem sendo discutido e ainda parece longe de ser resolvido é a crise do leite.

    Pedro Lupion afirmou que foram feitos alguns avanços, como a tributação de produtos e aumentos de alíquotas. Porém, para ele, a resolução do problema permanece distante.

    “Acredito que ainda falta fiscalização e rastreamento de como esse leite chega. Há muito leite da Argentina e do Uruguai que é produto da Nova Zelândia e não podemos aceitar isso. Tenho certeza que existe dumping e concorrência desleal e, neste caso, existe a possibilidade legal de bloquear essa importação”, disse.

    Sobre a igualdade de condições no Mercosul, o ministro defende o bloco, mas afirma que é indispensável que haja relacionamento entre os governos para corrigir possíveis desvantagens dos produtos, como é o caso do leite.

    “O bloco ainda está em construção e obviamente precisa de adaptações e correções de rumo. O que causa uma certa desvantagem precisa ser discutido. o caso do leite é emblemático e vamos trabalhar para que isso não volte a acontecer”, concluiu.

    Jornal do campo
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