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Feijão tem a menor área plantada dos últimos 30 anos e preocupa o setor

    Feijão tem menor área plantada dos últimos 30 anos e preocupa setor - Marcelo Luders IBRAFE

    A diminuição das áreas de plantio de feijão no Brasil é um caso alarmante. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na safra 2021/22 temos a menor área cultivada com o grão desde 1976.

    Mesmo com avanços tecnológicos e pesquisas, não é possível aumentar a produtividade a ponto de igualar a perda de áreas plantadas. Enquanto isso, segundo dados do Instituto Brasileiro de Feijão, Leguminosas e Colheitas Especiais (IBRAFE), o consumo da população brasileira gira em torno de 223 mil toneladas de feijão.

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    Preocupações reais no setor de feijão

    A conta não fecha e os reflexos são severos. A principal delas é a falta de um dos principais produtos da cesta básica brasileira na mesa da população, seguido pelo aumento do preço nas gôndolas, o que acaba limitando o poder aquisitivo da maioria das famílias. Ou seja, falta de comida de qualquer forma, seja por escassez ou preço.

    Já faz um tempo que não temos superávit. Todo o feijão carioca colhido é consumido imediatamente. Abriremos o ano com redução de 13% no Paraná. O que significa que não haverá contratempos significativos na época da colheita em janeiro e fevereiro. Estamos levantando as áreas de plantio de outros estados, principalmente Minas Gerais, que devem plantar a maior área desta primeira safra”, disse o presidente do IBRAFE, Marcelo Eduardo Lüders.

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    Em março do ano passado, o presidente do IBRAFE concedeu entrevista à Agronews® explicando a preocupante situação pela qual o setor passava. Durante a entrevista, Lüders lembrou que o feijão é a proteína mais barata, com menor impacto ambiental e que está presente na maioria dos lares, principalmente para pessoas de baixa renda. Mas tudo isso pode ficar comprometido com a política de preços aplicada no setor. “Quando você olha para o aspecto do consumo, ele (o feijão) também é uma causa social. Qual classe social do Brasil não consome feijão? o milionário?… Eu diria o seguinte, mesmo o milionário não para de consumir feijão, o que muda é a frequência, sim. A frequência nas classes sociais menos favorecidas é maior, precisa ser maior, É A DIFERENÇA ENTRE A VIDA E A MORTE.

    Concorrência

    Um dos principais fatores que ocasionaram a redução de áreas é a concorrência direta com soja e milho, commodities que possuem grande mercado externo, com valores pré-fixados.

    Enquanto a área plantada de soja cresceu mais de 5 vezes, ou 460%, de 6,9 ​​milhões de hectares para 38,9 milhões de hectares e a área plantada de milho quase dobrou, de 11,7 milhões de hectares para 19,9 milhões de hectares. milhões, o Feijão, por sua vez, continua perdendo terreno. É a cultura com maior redução estimada de área, totalizando 1,048 milhão de hectares na próxima década. O arroz vem em segundo lugar, com uma perda de 1,046 milhão de hectares.

    Mas esses números podem ficar ainda piores. Segundo projeções do Ministério da Agricultura e Abastecimento (MAPA), a dinâmica atual deve se estender pelo menos

    para os próximos dez anos. A expectativa é de que, entre as safras 2020/21 e 2030/31, a área cultivada com soja ainda amplie mais 26,8%, atingindo 48,8 milhões de hectares.
    Falta de estoque

    Como se não bastasse a menor produção, o Brasil enfrenta um segundo problema que é a falta de armazenamento. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) recomenda que um país tenha pelo menos três meses de estoque de seus produtos básicos, principalmente aqueles que são sensíveis a quebras de safra e que têm dificuldade de importação, como é o caso do feijão .

    Segundo informações da Conab, os estoques públicos de feijão no país foram reduzidos consideravelmente em 2016 e estão completamente zerados desde 2017. O déficit de produção e a falta de estoques públicos tornam o país cada vez mais dependente das importações.

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    informações para mudança

    Pensando em colaborar para mudar esse cenário, o IBRAFE desenvolveu o projeto Rally dos Feijões, que percorrerá um circuito de 2.100km pelos principais pólos produtores de Mato Grosso durante 12 dias – entre 28 de novembro e 9 de dezembro.

    O foco do Rally dos Feijões é sensibilizar, além dos produtores rurais, toda a rede que contribui com a atividade agropecuária, como cooperativas, produtores de cereais, agrônomos, técnicos agrícolas, entre outros. O objetivo principal é ajudar os presentes a enxergar oportunidades de mercado, considerando a evolução do consumo e outros indicadores, analisados ​​diariamente pelo IBRAFE, além de dialogar com o poder público local e regional, a fim de conscientizá-lo da importância de promover a produção . de feijão.

    Para mais informações sobre o Rally dos Feijões, siga o site https://rallydosfeijoes.com.br/

    AGRONEWS® é informação para quem produz

    Fonte: Noticias Agricolas