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desafios do setor de lácteos em foco

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A crise no setor de laticínios causadas pelo ritmo excessivo de importações, aliadas a quedas constantes de remuneração, são os principais assuntos abordados durante o 23ª edição do Agroleiteque acontece esta semana em Castro, no Paraná.

Além dos anúncios feitos por ministro Carlos Fávaro durante a abertura do evento, entidades ligadas ao setor também se reuniram para discutir o tema e também foram sugeridas estratégias para desenvolver a competitividade do setor.

“Infelizmente, o Brasil não tem conseguido igualar os custos de produção aos de nossos parceiros do Mercosul, como Argentina e Uruguai. Essa disparidade é resultado de questões estruturais que precisamos enfrentar internamente. No curto prazo, nossa reivindicação junto ao governo é por um controle mais efetivo das importações de lácteos do Mercosul, com regulamentação mais rígida das licenças de importação. Também estamos considerando a possibilidade de uma pausa nas importações, talvez por 30 a 60 dias, para permitir um reequilíbrio do mercado. Isso aliviaria a enorme pressão sobre os produtores, que estão sendo forçados a sair do mercado por falta de viabilidade econômica. Essa situação extrapola o âmbito econômico, tornando-se um significativo problema social”, diz Ronei Volpi, presidente da Comissão Técnica de Gado de Leite da Faep.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) diz que está rastreando ativamente as importações de leite.

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Segundo dados da entidade, neste ano, o volume já ultrapassou a expressiva marca de 1,3 bilhão de litroso maior volume já registrado na série histórica.

“Nossa atenção a esse monitoramento é fundamental. A balança comercial brasileira sempre foi desfavorável no setor de lácteos, o que contrasta com a situação de outras proteínas animais. O setor de laticínios é altamente sensível, com mais de um milhão de produtores dependentes dessa cadeia de abastecimento para seu sustento. Nossa perspectiva é de um mercado livre e justo nas relações internacionais, onde a competição seja justa entre as nações. No entanto, é preocupante quando surgem notícias de subsídios concedidos a produtores argentinos, pois tal prática pode distorcer o mercado. Os nossos preços são, de facto, bastante elevados e, embora sejamos competitivos ao nível da produção, temos de evitar uma concorrência desigual, onde um produtor se confronta com os recursos financeiros de um país. Isso não é a base de um mercado saudável”, diz o Assessor técnico do CNA, Guilherme Souza Dias.

Sobre este ponto, o Aliança Láctea do Sulque está empenhada em resolver esta crise e abrange os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, observa que o consumo médio per capita da bebida é de 165 litros por ano.

“No contexto da região Sul do Brasil, trabalhamos incansavelmente para alinhar a produção de leite aos padrões das cadeias produtivas de exportação, como é o caso da carne suína, de frango e bovina. Apesar do nosso potencial, ainda temos muito trabalho a fazer para alcançar o mesmo patamar do mercado internacional. Nossa realidade atual é de produtividade relativamente baixa e volume reduzido em escala, resultando em um cenário em que o leite brasileiro se posiciona como mais caro, superando a média mundial. Esse custo maior nos impede de competir tanto no aumento da produção para exportação quanto na competição com os importados. O esforço conjunto das entidades visa justamente solucionar os gargalos que impulsionam esses custos mais elevados. Nosso objetivo é transformar o leite em um verdadeiro protagonista do agronegócio brasileiro, tornando-o um elemento de destaque e competitivo”, explica o coordenador da Aliança Láctea Sul-Brasileira, Airton Spies.

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Elizabeth Nogueira, chefe da Embrapa Gado de Leitedestaca a importância crucial da formação e do acesso a tecnologias próprias deste setor como elementos fundamentais para uma abordagem mais eficaz na procura de uma solução para o problema.
“É fundamental estabelecer uma estrutura sólida na cadeia, envolvendo produtores mais eficientes nesse desafio. A Embrapa, por sua vez, tem papel fundamental no campo tecnológico. Nosso foco está no desenvolvimento de soluções tecnológicas voltadas para a cadeia produtiva, beneficiando diretamente os produtores. Isso, por sua vez, contribui para a capacitação desses agentes multiplicadores por meio do sistema de Assistência Técnica Público/Privada, garantindo a implantação dessas tecnologias no campo. O objetivo é capacitar o produtor para que ele adote essas inovações e se fortaleça nesse quesito”, afirma.

Sobre a Agrolite

Um dos maiores eventos técnicos e de negócios da América Latina. O evento, que vai até o dia 11 de agosto, acontecerá no Castrolanda Expo Center e no Parque de Exposições Dario Macedo, em Castro (PR). Com uma programação robusta, o Agroleite se destaca como a principal vitrine de tecnologia para a cadeia produtiva do Setor agrícola.

Considerado um marco para a cidade, conhecida como a “Capital Nacional do Leite”, o Agroleite é organizado pela Castrolanda Cooperativa Agroindustrial.

Para a edição deste ano, a cooperativa investiu cerca de 13 milhões de reais na ampliação da infraestrutura do parque, visando atender com excelência os visitantes e expositores.

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A expectativa é que o evento reúna cerca de 280 expositores e cerca de 490 animais, proporcionando quatro dias de atividades.

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Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

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