Pular para o conteúdo

CPI do MST está perto de ser arquivada enquanto invasões se intensificam…

A CPI das invasões do MST está mais próxima de ser instalada. Os três documentos que circulam no Congresso Nacional buscando garantir o número de assinaturas necessário para que a Comissão Parlamentar de Inquérito seja arquivada foram unificados pelo grupo ruralista, liderado pelo presidente da FPA (Frente Parlamentar da Agricultura), deputado Pedro Lupion ( PP-PR). A escolhida foi o pedido do deputado federal tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS), que já contava com 150 das mais de 270 necessárias.

“A FPA está junto na coleta de assinaturas, e estaremos participando fortemente dessa comissão para entender de onde vem o financiamento, quem está motivando essa onda de invasões e, principalmente, para garantir que seja uma questão política e não agrária um. , investigar o que está acontecendo em meados de 2023, invasão de propriedade privada e propriedades produtivas”, disse Lupion.

Patrocinadores

O presidente da frente informou ainda que a decisão foi tomada a partir de uma articulação de parlamentares pela opção pelo documento de Zucco, que declarou que seu pedido ocorreu tendo em vista o rápido crescimento do número de invasões em todo o país.
“Nos primeiros dois meses [do governo Lula], tivemos mais arrombamentos do que nos últimos quatro anos. No governo Bolsonaro, tivemos reforma agrária, mais de 400 mil títulos rurais entregues a pequenos assentados”, disse o deputado. 6

Nesta semana, integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiram mais uma fazenda baiana de aproximadamente 1.400 hectares. Cerca de 170 famílias invadiram uma propriedade em Macajuba, na região da Chapada Diamantina. Há algumas semanas, ocorreram invasões em três fazendas da Suzano Papel e Celulose, também na Bahia.

Patrocinadores
Invasões do MST na Bahia - março de 2023
Invasões do MST na Bahia – Foto: MST

Representantes da empresa chegaram a se reunir com lideranças do movimento e com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, mas o encontro terminou sem sucesso e sem resolução, apesar do terreno ter sido desocupado por decisão da Justiça baiana.

Mais parlamentares têm se manifestado sobre o aumento das invasões em propriedades privadas, como a senadora e ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina (PP-MS) e o deputado federal e ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (PL-SP).

“Ninguém aqui é contra a reforma agrária, nós somos contra a invasão de terras. Então, quero parabenizar os deputados por essa iniciativa, esse início de coleta de assinaturas, que tenho certeza que vamos conseguir rápido, porque é um desejo da população , que se resolva esse problema”, disse Tereza Cristina. Não é porque supostamente se diz, embora não acreditemos, que alguns querem o acesso à terra, que se autoriza a prática de crimes. Nem na zona urbana nem na zona rural”, declarou Salles.

GOVERNADORES TAMBÉM SE MOSTRAM

Muitos governadores também se manifestaram sobre as invasões de propriedade privada diante do cenário que vem se desenrolando, posicionando-se contra as ações, já que o direito à propriedade privada é constitucional. Durante a solenidade de posse da nova bancada da FPA, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, se manifestou.

“Quando Lupion e eu chegamos ao Congresso Nacional, já discutíamos direitos de propriedade. Logo depois, discutimos os problemas de fazer uma legislação capaz de dar direitos às nossas propriedades rurais. Isso não se discute mais hoje, propriedade rural não pode ser violado em de qualquer forma. Pode ter certeza que ninguém mais admite que as pessoas colocam em risco o que está sendo produzido neste país. Então, isso é um fato comum. Como governador do estado de Goiás, quero deixar claro que na minha estado não tem invasão e não vai acontecer enquanto eu for governador do estado de Goiás”, afirmou.

Na abertura da Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, também falou sobre o assunto, destacando o papel do Estado em garantir propriedades privadas e impedir invasões.

“Queremos segurança no campo, respeito total à propriedade privada. E para garantir a todos, mais uma vez, que o comando que temos dentro do nosso governo, dentro das nossas estruturas de segurança, é ter qualquer tipo de desrespeito à propriedade privada. , a polícia vai agir imediatamente. Digo e reforço porque o diálogo é uma característica do nosso governo”, disse Leite. “Sim, eu estava no assentamento do MST conversando, dialogando com os ministros que estavam lá, bem como com os representantes daquele movimento. É justo reivindicar. Mas, a reivindicação, no estado democrático de direito, deve ser feitas observando as normas, as regras, não porque queremos a propriedade privada como algo sagrado a ser protegido, mas porque o respeito à propriedade privada é fundamental”.

O governo também falou sobre a relação dessa segurança com a garantia de investimentos e geração de riqueza, emprego e prosperidade por meio da produção agrícola. “O contrário disso, a insegurança, promove mais pobreza, não mais riqueza. O risco, o desrespeito à propriedade privada, a quebra de contratos, vai promover o empobrecimento por retenção, restrição de investimentos, que vai acabar sendo punitivo para todos na sociedade, inclusive para aqueles que estão reivindicando terra para produzir”.

Reveja as declarações do governador gaúcho:

Em Minas Gerais, o governador Romeu Zema também se posicionou. “Estou aqui em uma das mais de 600.000 propriedades rurais de Minas Gerais. São micro, pequenos, médios e grandes produtores que alimentam o povo mineiro, os brasileiros e o mundo. Desde 1º de janeiro de 2019, quando iniciei no meu primeiro governo, temos que dar a paz ao homem do campo com segurança reforçada, inibindo qualquer tipo de invasão. A cerca existe para ser respeitada. Aqui em Minas não vamos tolerar invasão. O homem do campo precisa de paz e segurança para trabalhar.

O governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, reuniu-se com representantes de associações de classe e sindicatos rurais para discutir o tema e também falou sobre invasões de terras e segurança jurídica. “Não vamos permitir insegurança jurídica, não vamos permitir invasões de terras em nosso território. Queremos que nosso empresário, aquele que escolhe nosso território para fazer seus investimentos, tenha essa segurança do Estado. Barbosa também destacou que está alinhado com o poder público do Tocantins instituições de segurança para que as leis sejam cumpridas e para garantir “que o Tocantins não volte atrás”.

Eduardo Riedel, governador do Mato Grosso do Sul, em eventos pelo estado reforçou posição semelhante. “O estado de Mato Grosso do Sul continuará com absoluta segurança jurídica em matéria de direitos patrimoniais. Não há o que duvidar disso em nosso estado (…) estado.

MINISTRO DA AGRICULTURA REFORÇA PROTEÇÃO DE ÁREAS PRODUTIVAS

Ainda na abertura da Expodireto, no Rio Grande do Sul, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, falou sobre a questão das invasões e afirmou que o governo não permitirá invasões de terras produtivas em nenhum lugar do país. Durante sua fala, Fávaro falou ainda sobre a necessidade de “acabar com o preconceito com o pequeno produtor que sonha com um pedaço de terra” e a experiência que teve ao visitar um assentamento do MST com a presença de 15 cooperativas agroindustriais.

“Por que pequenos produtores que sonham em ter um pedaço de terra não podem ser contemplados? Dentro da ordem e da lei. O Estado tem o papel de oferecê-lo, seja em terreno público ou privado, desde que com a anuência do proprietário. Mas, em hipótese – esta é a mensagem – vamos tolerar a invasão de terras produtivas. Em hipótese alguma isso será aceito. Trago também esta mensagem do Presidente Lula. Se repudiamos os atos de invasão do Congresso em 8 de janeiro, também repudiamos o invasão de terras produtivas privadas. Não é assim que se constrói uma nação soberana, que obedeça às leis e respeite os direitos individuais”, afirmou.

Fávaro também apontou, em seu discurso na época, a prisão de duas “dirigentes dissidentes do MST”, referindo-se a José Rainha e Luciano de Lima. No último dia 4, os dois foram presos pela Polícia Civil de São Paulo suspeitos de extorquir pelo menos seis proprietários de imóveis rurais.

O QUE A LEI GARANTE?

Nas últimas entrevistas do advogado especialista em direito agrário, Albenir Querubini, ao Notícias Agrícolas, ele reforçou que a lei é muito clara sobre o direito à propriedade e sua constitucionalidade. Além disso, também durante a Expodireto, ele contestou as declarações de Fávaro sobre invasões de áreas rurais produtivas.

Análise:

O especialista já havia destacado ao Notícias Agrícolas, em entrevista conjunta com Gabriel Barros, também advogado especializado em direito agrário, que é responsabilidade da União resolver problemas e indenizar danos que atos de invasão possam ser registrados em propriedades privadas .

“O poder público, que é responsável pela segurança pública, o Governo Federal, que é responsável por implementar a política agrícola, a política de reforma agrária, assume a responsabilidade objetiva pelos efeitos da ação dessas invasões. sim, no mundo jurídico, efeitos. E a Constituição Federal é bem clara quanto ao respeito ao direito de propriedade, que é um direito fundamental. Então, como justificar eventuais invasões?” explica Querubini.

A entrevista completa pode ser conferida no link abaixo, que também orienta os produtores brasileiros sobre como se preparar e se defender legalmente.

>> Invasões do MST se intensificam e produtores precisam ficar atentos para se defender legalmente

No final de outubro de 2022, o Notícias Agrícolas noticiou sobre invasões de propriedades particulares. Lembrar:



Fonte: Noticias Agricolas

Autor