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CPI das ONGs vai investigar laudos indgenas

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Publicado em 19/07/2023

Representantes de organizações não governamentais, antropólogos, pesquisadores, governantes e ex-ministros devem ser ouvidos pela CPI das ONGs após o retorno dos trabalhos legislativos, neste segundo semestre. Instalada em junho, a CPI tem como foco a investigação de repasses de recursos públicos e privados a organizações que atuam na Amazônia.

Em entrevista à Agência Senado, o presidente da CPI, senador Plínio Valério (PSDB-AM), afirmou que pretende ouvir, em breve, antropólogos que possam esclarecer os mecanismos de atuação das ONGs na Amazônia. Segundo o senador, há profissionais que se opuseram ao trabalho das ONGs e foram demitidos. Outros, que também devem ser ouvidos, são responsáveis ​​por relatórios para subsidiar a demarcação das terras indígenas.

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— Também ouviremos antropólogos que fizeram relatórios para esses institutos, notadamente o ISA [Instituto Socioambiental]. Perguntemos sobre essas reportagens que criaram, na ficção, mas que viraram realidade, reservas indígenas e áreas de proteção ambiental. Há muitas denúncias de que aumentam o número de índios, tornando o indígena mestiço, e espalhando esses índios nas áreas que querem pedir para demarcar – disse o senador sobre as audiências que ainda não foram realizadas.

Um dos pedidos já aprovados pela comissão é a convocação da antropóloga Deborah de Magalhães Lima. Doutora em antropologia pela Universidade de Cambridge, é membro do Conselho de Gestão Estratégica do ISA, organização da sociedade civil de interesse público que atua junto a comunidades indígenas, quilombolas e extrativistas. O pedido, assinado pelo presidente da comissão, já foi aprovado, mas ainda não há data marcada para a audiência.

Convocação

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Além de chamar o antropólogo, há vários outros pedidos aprovados pela comissão. Até o momento, foram aprovados 96 requerimentos, a maioria deles com convites, editais e pedidos de informação.

Entre os pedidos aprovados estão convites para a ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, para participar da CPI; o diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa; o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis ​​(Ibama), Rodrigo Agostinho; o ex-ministro do Meio Ambiente do governo de Jair Bolsonaro, deputado Ricardo Salles (PL-SP) e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Augusto Heleno, além de representantes do Tribunal de Contas da União (TCU) e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Há também um pedido de convocação aprovado para ouvir João Paulo Brotto Gonçalves Pereira, ex-presidente da Natura. No aplicativo, Plínio Valério menciona a compra de sementes pela empresa da Cooperativa Mista da Floresta Nacional do Tapajós (Coomflona). Além dele, devem ser convocados o presidente do Conselho de Administração da Fundação Amazônia Sustentável, Benjamin Benzaquen Sicsu, e o antropólogo francês Bruce Albert, um dos fundadores da ONG Comissão Pró-Yanomâmi.

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Há também diversos pedidos de informação aprovados e já encaminhados pela CPI. Essas solicitações são para órgãos como ministérios, Receita Federal, Fundação Nacional do Índio (Funai), TCU, BNDES, Ibama, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Polícia Federal , governos estaduais, prefeituras, cartórios e entidades que atuam na Amazônia.

Comissão

Instalada em junho, a comissão investiga a atuação de organizações não governamentais financiadas com dinheiro público na região amazônica. O responsável pelo relatório será o senador Marcio Bittar (União-AC).

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Até agora, a CPI realizou quatro reuniões, três delas com audiências. Segundo Plínio Valério, a comissão está acompanhando o plano e ouviu, até o momento, seis lideranças indígenas. Entre as denúncias que já surgiram nas audiências estão a falta de transparência no trabalho das ONGs e a exploração de indígenas na colheita das sementes de copaíba e andiroba, utilizadas na indústria de cosméticos.

— A comissão está cumprindo o que se comprometeu a fazer. Primeiro trouxemos os índios, os caciques, que tinham queixas de suas mazelas e de seus problemas. São o que eu chamo de invisíveis, esses indígenas que a mídia não conhece, que o Brasil não conhece porque as ONGs se encarregam de repassar a versão, a narrativa de que está tudo bem, que os indígenas querem viver isolado, e isso não é verdade.

O ex-deputado federal e ex-ministro Aldo Rebelo também foi ouvido. Ele criticou a atuação de ONGs na Amazônia e as acusou de formar um “estado de comando paralelo” na região, conforme relatou o presidente da comissão.

— As ONGs hoje, no país, funcionam como um terceiro poder. Eles dirigem o país. Eles dominam a Amazônia, eles dominam o Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária], dominam o Ibama, dominam a Funai, dominam o Ministério do Meio Ambiente e tem gente de todos os setores que você possa imaginar, desde o Supremo Tribunal Federal e o Ministério Público Federal até as redações de jornal, rádio, televisão e revista. Eles conseguiram implementar essa agenda global, como eles chamam, aqui na Amazônia”, disse Plínio. Com informações da Agência Senado.


**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo**

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