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Reuters: Temor com eleição é domingo não ser o fim do campeonato, diz…

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) – Um evento que atrasa o resultado da corrida presidencial no Brasil no próximo domingo é uma preocupação para os investidores, segundo a estrategista de ações do JP Morgan Emy Shayo, observando que as pessoas querem virar a página sobre a incerteza eleitoral. e comece a discutir outros tópicos.

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“Há apreensão por parte dos investidores se o resultado que vence as urnas será realmente implementado”, disse ele em entrevista à Reuters, acrescentando que essa tem sido uma das questões mais proeminentes dos investidores estrangeiros – “a repercussão do resultado eleitoral após o anúncio “.

“O medo é se domingo não será o fim do campeonato ou se será prorrogado. No momento, o mercado não pode prever”, disse. “O que todo mundo quer agora é chegar a uma definição, independentemente de qual seja. E então você trabalha seus cenários com base nisso”, acrescentou.

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Para ela, a simples conclusão do processo eleitoral, com a definição de quem ficará no comando do Palácio do Planalto a partir de 2023, seja Luiz Inácio Lula da Silva ou Jair Bolsonaro (PL), acaba com uma incerteza e tende a ser um “super condicionamento” do arrefecimento da volatilidade do mercado.

“As pessoas querem virar a página da incerteza eleitoral e começar a discutir outros assuntos. Como estão os preços no mercado? Como eles se comparam ao resto do mundo? Como o Brasil está posicionado geopoliticamente?”, reforçou.

O Brasil se prepara para um tenso segundo turno no domingo, com Lula a 4 a 6 pontos percentuais de Bolsonaro, segundo as principais pesquisas de opinião, à sombra dos erros das pesquisas que, às vésperas do primeiro embate, subestimaram o voto do atual presidente.

Soma-se a isso a crescente escalada das declarações de Bolsonaro contra a autoridade eleitoral, a quem ele acusa de parcialidade. O presidente repete que o sistema de votação eletrônica é suscetível a fraudes, sem apresentar provas, e já disse que só reconhecerá os resultados se as eleições forem limpas e transparentes, sem detalhar o que isso significa.

A situação aumenta o temor de opositores e observadores internacionais de que Bolsonaro siga seu aliado Donald Trump e conteste o resultado das urnas, em caso de derrota.

VISÕES DIFERENTES

Shayo afirmou que há propostas realmente diferentes entre os candidatos, uma é vista pelo mercado como um pouco mais intervencionista, a outra um pouco mais liberal.

“A grande diferença é a questão do potencial de privatização e do tamanho do Estado como um todo. O mercado vê que Bolsonaro tem uma tendência maior à privatização do que Lula.”

Ainda assim, ela acredita que muito pouco se sabe sobre as políticas de ambos os candidatos, especialmente as fiscais.

“Não sabemos exatamente o que vem a seguir (política, principalmente fiscal). Sabemos que há um compromisso de ambos os lados em manter uma política fiscal que seja crível e que leve à estabilidade dívida/PIB… detalhes.”

PREFERÊNCIAS

Para Shayo, ficou muito claro que o mercado tomou uma preferência após o resultado do primeiro turno, quando a votação mostrou uma distância menor entre Lula e Bolsonaro do que as pesquisas indicavam, embora com o PT ainda na frente, e um Congresso foi eleito . nacional mais conservador.

Essa situação, disse ele, levou à análise de que Bolsonaro pode vencer e que, se Lula vencer, terá o Congresso fazendo alguma moderação. Com novas pesquisas mostrando uma diferença cada vez menor entre os candidatos, os preços das ações “caminharam” com os rebaixamentos.

“Isso ficou muito evidente na semana passada na precificação dos ativos, principalmente das estatais”, disse. Na semana passada, a Petrobras acumulou alta de quase 13%, enquanto o Banco do Brasil registrou ganho de 14%. No mesmo período, o Ibovespa subiu 7%.

Nesta semana, porém, o mercado retornou parte relevante desse movimento, principalmente após um episódio envolvendo um ataque do ex-deputado Roberto Jefferson, apoiador de Bolsonaro, à Polícia Federal. Nos últimos três pregões, o Ibovespa registrou queda de quase 6%.

Ela não quis arriscar um palpite sobre uma primeira reação na Bolsa de Valores de São Paulo a qualquer um dos possíveis fechamentos da votação do dia 30, mas ponderou que Lula tem uma opcionalidade positiva caso vença, que é a nomeação de um financeiro ministro que o mercado vai abraçar.

“Esta decisão vai impactar as perspectivas para o mercado”, disse ele. “No final das contas, o mais importante é passar esse momento. A expectativa é ter uma definição do cenário político.”

Shayo e sua equipe recentemente reiteraram uma recomendação de ‘overweight’ para as ações brasileiras, citando entre outros fatores que o crescimento da economia surpreendeu positivamente, enquanto o ciclo de alta da Selic foi encerrado e a taxa deve cair em 2023.

“Obviamente, estamos em um momento idiossincrático muito importante… Mas olhando para o futuro, eu, como estrategista de ações, estou na perspectiva de quando as taxas de juros cairão – quando, por quanto e em que circunstâncias”, acrescentou. .

Segundo ela, uma das questões a serem lembradas para o próximo ano é o ciclo de alta da taxa básica de juros norte-americana. A evidência de que o Federal Reserve encerrou seu aperto, ele avalia, será um gatilho para os investidores realmente começarem a olhar para os mercados emergentes.

“Uma vez que você veja a inflação dos EUA começando a cair e o Fed se estabilizando (taxas), é quando você pode ter maior risco para os mercados emergentes.”

Para a Selic, o JPMorgan prevê uma primeira queda em junho, totalizando um corte de 2,5 pontos percentuais em 2023.



Fonte: Noticias Agricolas

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